CAP. III - QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ.

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Pov - Carolina 

O que é que eu fiz de errado? Não entendo esse ranço instaurado por mim nessas pessoas que votaram para minha saída. Observo Gabi me olhando e penso que o jogo acabou para mim. Ela vai votar para minha saída, passou o tempo todo grudada na Hana. Mesmo assim não consigo deixar de gostar dela. A simpática da paulista conquistou meu coraçãozinho baiano, é verdade.Desde que nos apresentamos, a vibe dela bateu demais com a minha. 

- Peixinho, me desculpa. Eu vou votar em você amanhã, mas não é nada pessoal. Me perdoa. - Gabi fala, olhando no fundo dos meus olhos, e consigo sentir a tristeza e a verdade em sua voz.- Me sinto muito mal em ter que fazer isso, essa escolha. 
Engulo seco. olho no fundo daqueles olhos pretinhos e, mesmo nessa situação, me parece tão confortável. Não consigo sentir raiva, só sinto um carinho, um afago na alma e digo:
- Tudo bem, Gabi. Nem deu tempo da gente se conhecer, achei que nossa vibe tinha batido, ó. Mas tem problema não, bichinha. Fique tranquila, viu?
Me levantei porque não queria chorar na frente de ninguém. Quis tanto estar ali, desejei com tanta força e agora, por motivo nenhum, meu sonho escorregava da minha mão. Ainda não consigo entender. 

POV - Gabriela
Meu coração tá dilacerado. A vibe dela bate muito com a minha, ela tem razão nisso. O sorriso dela, o cheiro.... estamos aqui a mais ou menos 18 horas e ainda assim ela me faz sentir em casa. Só que eu preciso salvar a Hana. Não posso deixa-la sair agora, em 18 horas trocamos tantos segredos que me sinto um pouco nua perto dela. Olho para o final do jardim e está ali, Peixinho, chorando sozinha. Me sinto tão mal, o pior ser humano do mundo, e decido ir conversar com ela.
- Oi, Peixinha. Olha... posso sentar aqui? - perguntei.
- Oi, Gabi. Pode sim, mas não precisa falar nada sobre esses troço agora não, não se avexe. É um jogo e a gente não precisa ficar justificando o injustificável, viu? Eu só tô chorando mesmi porque não queria que acabasse tão rápido. - a voz dela ficou embargada, saudosa e estranhamente bonita aos meus ouvidos. - Já valeu a pena ter conhecido vocês, você. - e sorriu pra mim. Um tiro na porra do meu peito doeria muito menos. 
Engulo tão seco que minha garganta arde e faz uma lagrima brotar no cantinho do meu olho. Limpo rápido para que ela não perceba. 
- Peixinho, olha...eu...não sei porque sempre preciso tomar as piores decisões da vida. - digo com o tom mais triste que posso. - Eu gosto da tua vibe, do teu sorrisão, do teu sotaque e alegria que você transparece o tempo todo. Não há absolutamente nada de errado com você. Você é uma fada sensata e perfeita. - forço um sorriso e ela me da um sorrisinho torto. 
Nesse momento, Carol deita a cabeça no meu ombro e chora com tanta força, que, sem querer, acaba se aninhando em meu peito.
- Não faz assim, não. Não chora, por favor! - digo, quase desesperada.
Enquanto afago os cabelos de Carol, percebo Hana olhando para nós com um riso sarcástico no rosto, dando de ombros e balbuciando um "que drama" para mim.  A raiva é súbita e instantânea. Não digo nada de volta, apenos abaixo minha cabeça e deposito um beijo no meio dos cabelos da Peixinho. Tão cheirosa! 
-Chora, Peixinho. Deixa tudo isso sair de dentro de você. Amanhã é outro dia. 





Dado isso, a produção entrega para os brother's um cooler cheio de bebidas. Tem de tudo: cerveja, vodka, vinho, tequila. Eles querem o estrago. O caos. E alguns brothers sabiam disso. 
- Ei, vamos fazer uma brincadeira aqui. - Diz Hana, pegando uma das garrafas de cerveja vazia. - Verdade ou desafio!
Todo mundo topa, já meio alto de alcool. Hana rodou a primeira vez e, por falta de misericórdia divina, a garrafa para apontada para Alan. 
- E ai, gato surfista... verdade ou desafio?
-Eu quero desafio. - disse o loiro. 
- Eu te desafio a dizer quem é a menina na casa que tu mais achou gata e gostaria de ter um lance. - diz Hana, sem entender que a resposta que vinha a seguir era a pior possível. 
- Ah... então....todas as gurias aqui são lindas...e tal...mas então...a que mais faz meu tipo mesmo...tipo assim, não meu tipo...
- Fala logo, moleque. - Hana esbravejou. 
- Carol Peixinho. - ele disse, sem mais delongas. 
A cara de Hana vai ao chão e volta como um bumerangue num loop infinito. Ela olha para o Alan, incrédula, e ele segue pleno como uma planta.  
- Ah tá. Pena que Carol vai nos deixar tão rápido. - diz Hana, la venenosa. 

POV - Gabriela. 
Não posso deixar de me sentir um pouco vingada vendo a cara de choro de Hana agora, pelo que ela fez mais cedo com a Peixinho. Mas ao mesmo tempo, sinto um pouco de ciume de Alan ter falado isso. Não que eu tenha interesses escusos na Carol, mas passamos 40 minutos abraçadas e o perfume dela me deixou mais inebriada do que as 10 cervejas que tomei agora há pouco. Coração de sapatão é foda. Já tô aqui, olhando, me iludindo, cuidando. 
-Eita, Hana. Segura a língua. Amanhã é outro dia, tudo pode mudar, um bigfone pode tocar, enfim....roda ai, mano. - eu disse, querendo terminar aquele papo sobre a saída de Peixinho.  

POV - Carolina.
Tome, bicha assanhada da porra! Alan não faz meu tipo, mas fiquei foi de cara com a cara de Hana pra mim. Uma pena que eu não possa ser mais afrontosa com ela nesse programa. Logo menos a gente se resolve. 
Tão bonitinha Gabi me defendendo. Eu meio que entendo a motivação dela, mesmo Hana tendo sido tão escrota por causa do loirinho. Mais cedo Gabi me abraçou com tanta força que senti até falta de ar - de uma maneira positiva - falei pra mim. Aquele cheirinho dela, tão característico, perto do seu pescoço, me deu uma sensação de alivio. Um aconchego no meio do caos. É de graça esse sentimento, véi. Não tem nem como pedir nada de volta. 


Alan girou a garrafa e a garrafa cai em Gabriela.
-Fala Gabi, belezaaaaaaaaa? hahahaha. Então, tu quer verdade ou desafio? - Diz Alan. 
- Sou uma mulher de muitos desafios. Eu quero desafio! - responde Gabi. 
-Já contava com isso. Vou começar bem de leves. Quem é a menina aqui que mais te chamou atenção e que você levaria para o quarto branco com você? Ah, e pra não ficar muito fácil, eu quero que você de um selinho nela.

POV -  Gabriela. 
AH CARAI. ÔH MENINO DO CARALHO. Bom, as possibilidade são inúmeras, Gabriela. Todas são muito gatas.... a quem eu quero enganar? Eu queria levar a Peixinho, mas ela não tá na melhor vibe e não quero que ela leve minha brincadeira a sério e estrague o começo dessa amizade bonita. 
- Tem uma menina, sim! - eu digo, sem muitos rodeios. - Eu que eu levaria para o quarto branco comigo. 
Todos começam a rir e entram no clima de romance, cantando baladinha para entrar no clima e eu acabar contando. A única pessoa em silêncio era Peixinho. Ela mal olhava para a situação. 
- ôh, véi, pegou pesado, Alan... Nóóóó. Tão tá baum, né? Ocê vai contar ou não?  
- Fale agora ou beije agora - disse Peixinho, num tom que não sabia se me dava medo ou vontade.
- Então, não é melhor eu beijar logo?
Todo mundo fez cara de espanto e surpresa. 
- SIM, BEIJA! - Falaram quase todos juntos. 
Me levantei e fui em direção a Peixinho, que parecia não entender o que estava acontecendo. Ela esta tão paralisada, mas tão paralisada que em meio segundo troco a rota. Não quero piorar a situação dela. 
- Vou fumar um cigarro, e , no fim da brincadeira, eu conto. - disse,respirando finalmente.
Sob o protesto geral da galera, me levanto e vou fumar, perto da piscina. Bella e Carol passam por mim , com a desculpa de que vão ao banheiro. 
Sento na espreguiçadeira e penso : - "que caraio eu tô pensando?"

POV - CAROLINA.

Oxê, véi! Por um instante achei que Gabriela vinha em minha direção. Me deu uma suadeira, minha barriga comprimiu e eu não conseguia nem respirar. Ó, sei lá o que me deu na hora. Bella me chamou para vir ao banheiro, e já começa a rir, falando:
- Eu sei de quem Gabi tava falando, amiga. 
- E como que você vai saber? Deixe de resenha, Bella. 
- Eu tô dizendo, amiga. Eu sei. - ela diz, se virando pra mim.
- Então quem é, ande logo com a informação, mirmã.
-Tá falando de você, ô lerda! - Bella me olha incrédula com minha falta de visão. 
É O QUÊ?    
- Gabi afim de mim? Deixe de onda, papai. 
- Eu tenho certeza, eu vi que ela levantou na sua direção e depois ficou com o papinho do cigarro. Eu vi foi tudo. Ela pensa que me engana. HEHEHEHE. Logo eu. 
- Bella, tu tá virada das ideia, amiga. Deixe de onda, não tem nada a ver. Amanhã mesmo eu tô fora dessa casa por conta do voto dela. Vamo beber e curtir. 
Bella sorriu um pouco encabulada e me pegou pelo braço. 


NO OUTRO DIA 

- Salve salve, senhora e senhores, aqui é Tiago Leifert e agora vamos entrar ao vivo na casa mais vigiada do Brasil , para mandar duas pessoas embora. BOM DIA, CAMBADA! 
Tiago aparece naquela televisão enorme e todos sorriem bobos, pela primeira vez. 
- Vamos logo ao que interessa. Grupo A, quem vocês escolheram para ir embora? 
- Tiago, a decisão de acabar com o sonho de alguém foi muito difícil. - diz Paula, que deu o voto de misericórdia no primeiro eliminado. - mas como o meu voto é que iria decidir, eu decidi por votar no GUSTAVO para ir embora. 
Todos ficam tristes e abraçam o colega de confinamento. 
- Gustavo, pegue sua mala. O Brasil te espera aqui fora, de braços abertos e sem tocar no seu cabelo. - Diz Tiago. 

Todos abraçam o brother e o levam a porta da cozinha, pois estavam proibidos de ir ate a porta de eliminação. 

-Sem mais delongas e sem chororô, pessoal. Grupo B, quem vocês escolheram para eliminar do programa? - diz Tiago. 

- Tiago, a decisão foi tão difícil que nem consegui dormir. Meu voto é o que desempataria a parada e, sinceramente, nem me vejo nesse papel tão dificil. 
Gabi olha pra Peixinho nesse momento e diz:

- Meu voto é....
 

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