Outro pássaro

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Camila está sentindo desconforto ao ver a comida ser devorada de uma forma tão grotesca.
- O Peter eu até entendo, ele conseguiu acabar com um ogro com uma mordida, mas você tamanho velho de 300 anos comendo assim.
- Estou na minha folga posso comer como quiser,- Afirma o elfo-, espera um ogro? Parece difícil de acreditar, você é de onde? Alexandre já imaginava que Peter vinha de algum lugar distante.
- Eu vivia em uma alcatéia.
- Uma alcatéia... E o que fazia lá?
- Eu ...caçava.
- Gostaria de caçar alguns salteadores? Eu sou um comerciante e com frequência alguns dos meus empregados reclamam que são assaltados, além de algumas bestas mágicas.
- Não existe um acampamento de cavaleiros que zelam pela ordem?
- Realmente existe, por isso o caminho entre a vila a o acampamento é seguro mas os outros caminhos... Só quando os cavaleiros recebem alguma coisa, e alguma coisa para eles é muito para mim. Alexandre não tinha uma boa relação com os cavaleiros nem com as autoridades locais, ele era o que mais pagava impostos, por isso economizava em todo o possível.
- Entendo, você quer que esses salteadores sejam caçados. Peter tem um pequeno devaneio, o lobo estava voltando a sua vila após um dia de caçada, ele não estava só estava como ele Thiago e com alguém que lembrava ... Camila, em instantes eles são atacados por outros lobos.
Quando Peter retorna a realidade ele está olhando fixamente para Camila.
- E é claro Camila vai ajudar, se aceitar. Afirma o elfo.
- Tudo bem!
- Espera Peter você nem sabe que vai ganhar com isso! Camila já pensava em recompensas.
- Evitar que alguém seja assaltado já é- Peter tentou terminar sua frase mas Camila colocou um pedaço do frango na frente dele, e ele simplesmente comeu.
- Vai ser aquele combinado. Afirma Camila.
- Se ele aceitar, sim. Alexandre tentou conter o avanço repentino das ideias de Camila.
- Ele vai acertar. Camila falava com alguma autoridade sobre Peter, já que ele até agora foi bastante passivo, a felicidade de Camila seria breve.
- Aceitar o que? Peter acabou com uma velocidade impressionante.
- O pagamento pela escolta. O elfo chamou um de seus empregados com um sinal, trazendo consigo um saco.

Peter logo pergunta o que é aquilo no saco, era pimenta, usada tanto como tempero e moeda de troca, a pimenta deixava um gosto ardente, em alguns casos irritante, causa sede ainda assim as raposas de fogo apreciavam muito, ardência. Raposas de fogo? Imerso em pensamento Peter retorna com um espirro.

- O que acha do trato?
- Parece bom! Peter viu se satisfeito com o trato.

O almoço seguiu, tudo parecia tranquilo, o elfo teve um grande monólogo sobre gastos, impostos e política, o lobo que só entendia de caça fez sua cara de desentendido como sempre, mesmo Camila nunca foi boa em administrar, nem em guardar dinheiro.
Camila ,ao fim, disse a Alexandre que os procurasse na pensão da Francesca, ouvindo este nome Alexandre se apavora um pouco, e responde que vai mandar um de seus empregados.
Camila saiu com um sorriso no rosto, havia conseguido um trabalho, e sem Peter não teria conseguido.
- Gostou da comida?
- Acho que sim.
- Pare de dizer essa frase, você tem que parecer mais homem!
- Não sou um homem, sou um lobo, não preciso dizer as coisas, preciso fazê las. Pela primeira vez Peter mostrou alguma autoridade.
Camila se calou por um momento:
- E o que você quer fazer agora?
Peter uiva com um som de choro, Camila responde então com um sorriso.
- O que acha de- Camila fica paralisada.
Peter se vira e olha na mesma direção que Camila olha. Um enorme pássaro flamejante aparece no céu.
- O que acha de correr!? Camila puxa o braço de Peter.
Dragões e agora pássaros, Peter já havia criado um ranço de coisas que voam.
Enquanto os dois conversavam o pássaro continuava a incendiar a vila, algumas explosões aconteciam.

Alexandre sai de seu restaurante com um objeto curioso, um parte longa de metal ligada a um pedaço de madeira. Um estrondo seguido de fumaça, saiu do objeto, isso assustou mais o lobo que a enorme ave, esta se feriu um pouco e se voltou para o elfo. Alexandre baixou o objeto e colocou um pó negro e uma esfera de metal, mais fumaça e barulho. Peter entendeu que aquele objeto que estava ferindo o pássaro.

Enquanto o lobo estava perdido com aquela confusão, Camila tentava pensar em uma maneira de sair por cima, se ao menos tivesse sua espada de volta...

- Peter atraia a ave e me siga._

- Tudo bem. Peter imaginou que não seria possível nocautear a ave e que Camila estava tetando levar o passa para fora da cidade.
- Alexandre venha conosco!
- Deixando meu restaurante!?
- Se ficar aquilo vai queimar você e seu restaurante.
- Para onde planeja leva-lo? Alexandre vê que não teria pólvora para conseguir derrubar a ave, além disso a distância entre o restaurante a a ave diminuía.
Camila não disse nada apenas correu, nem o elfo nem o lobo tiveram muita escolha, Camila está seguindo para a perto da praça da cidade. Alexandre ainda tentava atirar na ave, mas isso só a deixava mais com raiva, até que ela mergulhou e tentou pegar o elfo que jogou o restante do saco de pólvora, a explosão deu algum tempo para Alexandre perceber para onde Camila queria ir, perto da praça onde a maioria das residências eram tinham paredes altas de pedra. Camila pediu para Alexandre ficar parado para servir de alvo, a idea não é tão amigável, mas por um momento ele decidiu confiar naquela pele morena e naqueles cabelos rosa.
Camila consegue um pedaço de madeira e entrega ao lobo, este disse pergunta se não há algo maior, ela responde que não, e pede para ele bater na ave joga la em uma parede.
Quando a ave mergulha na direção do elfo, Peter bate na ave, de tal forma que o pedaço de madeira quebra, mas sendo o suficiente para Peter agarrar ave em chamas e joga na parede de pedra.
O elfo pensou em acreditar que Peter realmente poderia acabar com um ogro com os dentes, mas como um homem de negócios ele sempre tem que ser precavido.
- Você fez um ótimo trabalho! Só falta acabar com a ave agora. Observou Alexandre.
- Por quê mata lá? Você vai comer? Peter resistiu a idéia, ele não estava mais com fome.
- Eu posso servir depois no meu restaurante. O elfo pensou que ainda poderia cobrar mais caro, já que a carne era de alguma forma fresca.
- E você vai nos dar alguma coisa? Camila ainda pensa em ganhar alguma coisa.
- Bem eu também ajudei! O elfo tenta se defender passando a resposta para o lobo - O que você acha Peter?
- Bem quando você for servir pode nos convidar. Peter pensava em ter o comer no dia seguinte.
Camila se sentiu frustrada, o lobo não entendia o porquê da expressão dela.

Logo assim como se faz com as galinhas Peter quebrou o pescoço dizendo "hunnij akinitan", quando ele falou isso o elfo ficou um pouco curioso, no entanto não perguntou  nada, ele pediu para Peter levar a corpo até o restaurante e disse para que não arrastasse, pois isso iria machucar a carne, por pouco Peter entrava pela porta da frente, mas o elfo disse que os clientes não gostavam de saber como é prato deles quando não está cozinhado, no fim o elfo convida os dois para comer no dia de amanhã.

O lobo branco e princesa negraOnde histórias criam vida. Descubra agora