Dando início

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    Estava me preparando para sair de casa anoite como de costume carregando comigo apenas uma pequena harpa dourada e um desejo no coração.
Prendi o cabelo negro no alto, andei devagar até a porta e a abri, minha mãe ainda dormia, desci rapidamente os degrais de pedra que tinham na entrada de casa e caminhei pela estrada de pedra até a fonte.

    Vislumbrei o céu escuro, as estrelas estavam tão brilhantes e o vento trazia a brisa do verão. Realizei uma promessa a mim, que todas as noites cantaria, até que algo de valor acontecesse no mundo. Meu pai dizia antes de morrer que eu tinha um dom, um dom para tocar os corações e fazer as pessoas mudarem, verem o quanto podemos evoluir e sermos melhores. Deixando suas mágoas e rancores de lado, admito que ele me faz tanta falta. Espero que esteja em um bom lugar, que Hades não tenha dado a ele uma punição grande.

   Me aproximei do jardim e tinha algo diferente, não sei explicar se estava no ar ou na figura que se escondia embaixo de uma capa. Estava sentada ou sentado no banco próximo a fonte e não pude ver seu rosto.

     Cheguei a fonte e observei o reflexo das estrelas e da lua na água, estava ventando, mas não senti frio. Me sentia pouco incomodada por aquela figura, mas não sabia explicar.
Sentei devagar e puxei o vestido azul para ficar melhor, todas as noites algumas pessoas vinham até mim para ouvir minhas músicas, pareciam ter necessidade daquilo. Como se fosse um alimento para suas almas sofridas.

    — Olá novamente. — disse Alira, ela era uma jovem muito doce, mas seu rosto fora queimado a muito tempo atrás quando negou o pedido de um senhor rico por não o amar, então a solidão tem tomado conta de seu ser.

    — Como você está hoje? — perguntei e ela sorriu para mim sem jeito.

    — Bem melhor, você e a música, ela da esperanças para nós. — explicou. — Você me faz ver que meu problema é tão insignificante, sou tão grata por poder ouvir.

    Aquelas palavras me tocaram de tal forma que senti meu coração acelerar, estava feliz por saber que ajudava alguém.
Esperei por mais algumas pessoas e toquei aquela pequena harpa dourada.
Eu me sentia livre com a sensação de que poderia voar quando tocava, meu coração se enchia de amor e paz, uma melodia alegre se criava e posso dizer que parecia dançar junto ao som dos ventos e a silhueta da lua e das estrelas.
Após certo tempo parei e coloquei a harpa do lado, era tarde e todos já tinham ido embora, menos aquela figura que parecia observar de longe meus passos.

   Não senti medo dela, mas não sabia quem era, decidi averiguar e tentar conversar. Talvez fosse alguém que precisasse de um conselho, ou desabafar, ainda assim era curioso para mim, por que não mostrava seu rosto.
Peguei a Harpa e caminhei até ela, joguei o cabelo preso para trás, sua capa era de um tom azul escuro com alguns desenhos em dourado. Poderiam ser de linho? Bom não sei, me aproximei em silêncio e sentei ao seu lado.

Uma noiva para AresOnde histórias criam vida. Descubra agora