A garota que toca

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* Ares *

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* Ares *

  Estava em pé observando da janela de meus aposentos o rumo que os ventos tomavam, muitas vezes subiam, outras desciam, mas jamais deixavam de fluir. Gostava de comparar o vento a vida, assim como ele fluía ela também.

    Fui surpreendido quando Melissa entrou em meu aposento correndo e acabou se escondendo atrás da cortina, piscou para mim. Fingi que não vi nada, Melissa era filha de Hades.
Tinha os cabelos de tons ruivos como de sua mãe e os olhos do pai, eu admirava Hades e Nikaía pelo que passaram para ficar juntos e agora tem essa pequena. Melissa já tinha seis anos e eu ainda vivia solitário.

    — Ares. — chamou uma voz feminina na porta e notei ser Nikaía, fingi que não estava vendo Melissa atrás da cortina.

    — Sabe Nikaía, a sua princesa não está aqui. — disse me virando e olhando para a cortina.

   Ela sorriu e pediu silêncio para mim, andou devagar até a cortina e abraçou Melissa.

   — Não vale mãe, ele te contou. — disse a pequena rindo. Bem que falam que os sorrisos de uma criança são os mais sinceros, encarei Melissa e ela fez cara feia.

   — Que tal você ir atrás do papai? —pediu Nikaía a filha. — Ele estava escondendo doces de você. Sei que ele tem muitos doces, mas só vai dar se você encher ele muito muito.

    A garota riu e seus olhos brilharam, então saiu correndo pelos corredores do Olimpo atrás de Hades. Ela daria um enorme problema para ele.

    — Que tal você me contar o que te incomoda? — perguntou Nikaía, nada passava despercebido aos seus olhos.

   Sentei na cadeira que estava próximo a mesa e joguei meu colar em cima dela, Nikaía se sentou a minha frente apreensiva, estava usando um vestido vermelho que combina bem com seus cabelos e em seu pescoço o colar de Hades. Aquele colar que todos os deuses possuíam, mas só entregavam a mortais que mereçam sua confiança.

   — Nada fica escondido de você não é? Sabe, ainda penso nela. Não consigo esquecer. — comentei passando a mão no colar e lembrando de Afrodite, minha amada e agora morta.

    — Ares, não posso dizer nada que melhore a sua dor. — disse ela tocando minha mão. — Mas, posso lhe dizer que ouvi rumores de que em Pireu existe uma pessoa. Que toca todas as noites em uma fonte no jardim próximo à cidade.

    Encarei Nikaía, o que ela queria. Por que me falar sobre alguém que toca? Isso não mudaria minha vida, minha dor, meu luto, meu clamor por desejar Afrodite de volta. Meu luto seria eterno e eu amaria até a eternidade.

   — Não entendo o que você quer Nikaía, sabe que Afrodite é única para mim. — falei a ela que sorriu.

    — Não peço que você busque uma esposa, namorada, uma mulher Ares.
Peço a você que ao menos escute a música dessa pessoa. Dizem que suas melodias podem trazer calma aos corações. — explicou suspirando. —Talvez você precise de um pouco de paz, a guerra acabou Ares. Não estou querendo que você arrume ninguém, sei que pertence a Afrodite e sempre vai.

Uma noiva para AresOnde histórias criam vida. Descubra agora