Um objeto sagrado

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*Laura*

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*Laura*

   Cloto estava bem fraca e minha mãe querendo ser uma casamenteira, como era difícil ser uma mulher. A maioria não nos dava voz e via apenas como um objeto sexual ou parideira. O problema agora para mim era esconder Cloto, ainda assim tudo estava me cheirando a algo ruim.

      — Ei, acorde. — Cutuquei Cloto que tinha cochilado por um breve momento.

    Ela acordou e me encarou com olhos tão negros quanto a noite, tirei seu capuz e notei os cabelos esbranquiçados. Ajudei se levantar e a sentei, peguei um cobertor e forrei o chão embaixo da cama, preparei com um travesseiro e a coloquei lá.
Peguei um lençol bem grande de cor azul e cobri a cama assim escondendo Cloto embaixo.

     — Laura?  — ela chamou. — Obrigada.

   Sorri e terminei de arrumar tudo, deitei na cama querendo que a noite acabasse logo, mas de manhã espero que os deuses me ajudem a enfrentar o governador e seu filho, além de terem piedade de mim por não ter ido ao encontro de Ares. Fechei meus olhos e como na noite anterior vislumbrei.

    Caminhava pelas ruas e no fim dela uma casa com pedestais e uma fonte grande a frente, dois homens caminhavam e eu não conseguia ver seus rostos. Rapidamente aquela imagem se perdeu e mostrou um biblioteca, diversos livros e em uma estante uma ampulheta de ouro. A areia de dentro era branca e ela tinha um brilho incomum aos olhos.

   Acordei com minha mãe batendo na porta, parecia estar furiosa e gritando meu nome. Olhei embaixo da cama para ter certeza de que tudo não era um sonho, vi Cloto acordada em silêncio. Realmente não era um sonho, fiz um sinal para ela fazer silêncio e a mesma balançou a cabeça.
Levantei rapidamente e corri até a penteadeira, o barulho de chaves era audível perto da porta. Sentei e fingi estar acordada prendendo o cabelo, fiz um coque alto e coloquei uma presilha em formato de flor dourada segurando ele. Minha mãe abriu a porta de cara feia e ficou ne encarando, fiz que não era nada enquanto passava um hidratante nos lábios para que evitassem ficar ressecados com o frio.

      — Laura! Achei que estava dormindo ainda.  — disse parando ao meu lado, seu olhar era esmagador nem conseguia encarar.

       — Sei dos compromissos, você não disse que íamos tomar café com o governador e o filho dele? — perguntei tentando fugir do assunto, ela ficou me olhando e então passei um pouco de pigmento vermelho nas bochechas para dar cor.

       — E vamos, já escolheu o vestido ou acha que vai com esse trapo? — falou apontando o dedo para mim.

       — Pensei que pudesse me ajudar mãe! — rebati, queria ao menos manter as coisas com ela maleáveis.

    Ela caminhou até uma comoda ao lado da penteadeira e abriu uma das gavetas, tirou de lá um vestido feito de seda vermelha que possuia um cinto dourado. Era muito bonito, ms creio que para a ocasião me sentiria como sendo atirada em cima dos leões. Acredito que se fosse para Ares eu deveria usar aquele vestido, mas para um desconhecido não.

Uma noiva para AresOnde histórias criam vida. Descubra agora