LarryLá estava eu, batendo na porta, sem respostas. Caralho Larry, sua anta burra. Estraguei a amizade...
Por fim, acabo desistindo de me explicar para Sal. Eu estaria mentindo se eu falasse que não sinto algo por ele. O amo sim, o jeito meigo dele, o rostinho lindo dele, a personalidade doce. Sal realmente roubou meu coração, não como amigo, eu queria ter um destino com ele, mas eu estraguei tudo isso. Eu coloquei a carroça na frente dos cavalos.
Todd: Calma cara, uma hora ele vai sair daí, e vocês vão conversar sobre isso. Mas me explica, o que acabou de acontecer? — Eu o encaro, sem expressão nenhuma, e me direciono até a varanda, e o ruivo, curioso, me segue.
Larry: E-eu acho que estou gostando do Sal. — Eu disse, com medo, preocupação, frustração misturados em um sentimento momentâneo só.
Todd: Ai viado, sempre apoiei esse casal. — Ele diz em um tom baixo vitoriosamente. — Ops... Então você o quer? O que você exatamente quer com ele?
Larry: Sim, eu o quero, iria me fazer muito feliz, mas tenho medo de estragar a amizade. E se ele não gostar de mim, ficar estranho comigo, ter nojo de mim? Eu não quero perder sua amizade, muito menos ele, não quero que ele seja que nem a Becca.
Todd: Larry, Sal não é que nem a Rebecca. Ele não faria isso se "não gostasse" de você, você o conhece, e está na cara que ele te ama. Ele vive grudado com você. Você acha mesmo que eu não vi vocês se beijarem no chão da cozinha?
Larry: Nós escorregamos no detergente, que eu derrubei. Ele também não tinha apertado as fivelas muito bem também. Foi um acidente. — Mas poderia não ter sido.
Todd: Aham, vou acreditar nisso... — Ele faz uma pausa. - Eu posso falar com ele se quiser.
Larry: Não, eu preciso falar com ele pessoalmente. — Digo me apoiando no cercado de madeira. — Eu preciso jogar no ventilador tudo que sinto por ele, para ele.
Meu celular vibra e eu involuntariamente o pego do meu bolso. Era minha mãe.
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Mensagens
Lisa 📞📸📎
Oi filho, tudo bem?
Oi mãe, tudo sim, e com você?
Estou ótima! Quer vir jantar? Vou fazer lasanha.
Claro... Às sete estarei aí.
Traga seus amigos!
Mãe, preciso conversar com você. Não vou levar eles.
Sobre o que?
Até mais!
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Todd: Quem era?
Larry: Minha mãe. Vou lá para conversar com ela sobre isso tudo, ela já passou por isso, então ela vai saber me dar o conselho certo.
Todd: Ela te chamou para jantar, né?
Larry: Sim.
Todd: DEIXA EU IR COM VOCÊ? A comida da sua mãe é muito gostosa.
Larry: Todd, eu vou lá para conversar sobre Sal. Particularmente, entendeu?
Todd: Ah, okay...
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Bato na porta do 1b, e minha mãe abre a porta, sorridente, logo me abraçando.
Lisa: Larry! Que saudades meu ursinho! — Esse era, ainda é, o meu apelido de criança. Não gosto muito, mas senti falta de ouvir isso.
Larry: Oi mãe! — Digo, retribuindo o abraço.
Adentramos o apartamento e nós sentamos no sofá.
Lisa: Sobre o que quer conversar? — De sorridente, mudou para uma expressão indecifrável de mãe.
Larry: Como vou saber que é verdadeira e não vai machucar meus sentimentos? Eu não quero me machucar de novo...
Lisa: Ninguém vai ser que nem a Rebecca meu amor, quem é a menina sortuda? — Ela pergunta, animada.
Larry: É um... Menino... — Digo lentamente, com medo da reação de minha mãe, nunca disse a minha sexualidade para a minha mãe, já que meu pai era homofóbico.
Lisa: Então, quem é o menino sortudo da vez? — Ela ignora completamente o gênero, e ainda pergunta, animada.
Larry: Eu estou gostando do Sal...
Lisa: AI QUE LINDOS! Enfim, quando nós gostamos de uma pessoa, pensamos nela a maior parte do nosso tempo, a companhia da pessoa nos alegra, você preza pela pessoa, e tem medo de perdê-la... Eu sei que já sentiu isso com a Rebecca, mas... — Eu nunca gostei de Rebecca como estou gostando de Sal... Com ele é... Diferente. Sentimentos mais fortes por ele, mais afetivos por ele. — O meu ursinho está apaixonado, que lindo!
Larry: Mãe, eu tenho 20 anos, não sou mais uma criancinha.
Lisa: Mesmo assim é MEU bebê. — Ela enfatiza o "meu", dando a entender que eu sou a sua prioridade. — Já disse para ele?
Larry: Não, eu meio que chamei de um nome carinhoso. E ele se trancou no quarto. Será que eu apressei as coisas? Será que ele não gosta de mim? Será que estraguei a amizade? Ou seria vergonha?
Lisa: Deve ser vergonha... Eu já passei por isso... Você sabe, com seu pai...
Larry: Mãe, eu já sei a história de amor com você e meu pai... Mas ele nos abandonou, você sabe disso... Não éramos sua "prioridade"...
Lisa: Eu sei... - Ela diz, cabisbaixa, mas rapidamente se recompõe, e se anima. — Aconteceu algo entre vocês?
Larry: Dois beijos, que um deles eu não lembro, e um acidental de brinde.
Lisa: Fale com ele, jogue tudo para fora! Sal não vai deixar, ou gostar menos de você, muito menos te abandonar. Nunca! Vocês vivem andando um com o outro. Agora vamos jantar, que a lasanha está pronta! - Pelo cheiro, nem preciso falar que me rendi. A comida da minha mãe pra mim, é uma das oitavas maravilhas do mundo.
Lisa: Mas antes de comer, vamos chamar a família Fisher. Eu vou chamar Henry, e você, chame Sal, e aproveitando, no caminho de volta para casa, vocês conversam.
Larry: Mãe! Esse não é... — Ela me interrompe.
Lisa: Ops, já chamei o Henry. — Ela diz com o celular na mão.
Larry: Tá! — Eu disse, transbordando nervosismo.
Lisa: Não fique nervoso, fale o que quer falar, faça o que quer fazer, menos algo criminal, se não você apanha. Você, se revelando para ele, vai te aliviar...

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Why me? [REVISÃO]
FanfictionDepois de anos de amizade, Larry sente que é hora de deixar o prédio. Então o mesmo se muda para uma casa, cuja iria morar junto a Neil, Todd e Sal. Mesmo depois de anos de amizade, Larry sente um sentimento estranho pelo melhor amigo, que não havia...