Larry's visionToda aquela notícia fez o meu mundo desabar, quebrando em milhões de pedaços. Henry era como um pai para mim. Sempre cuidava de Sal, da minha mãe, e de mim, como seu filho, até mesmo quando estava trabalhando.
Meus olhos estavam vermelhos e inchados, ainda marejados, mas cansados de produzir lágrimas.
Sal havia adormecido em meu peito, e como tínhamos que ir embora, o deitei na grama, coloquei a prótese de Sal dentro da minha mochila, apoiei as duas mochilas em meus ombros, e peguei seu corpo adormecido, começando a caminhar de volta para casa.
Abrindo a porta, tive a visão de Todd, Neil, Ash, e minha mãe, chorando na sala, desolados. Eles voltaram os seus olhares para mim e Sal, em meus braços, e eu entrei diretamente para o quarto do meu menino, o colocando deitado em sua cama. Joguei as mochilas em um canto, e saí do quarto, o deixando descansar. Se eu não estava preparado para receber essa notícia, imagina Sal.
Fecho a porta, e sigo para a sala, onde minha mãe vem até mim, deixando lágrimas caírem de seus olhos, e me abraça fortemente. Pude ver em seus olhos que a tristeza tomava conta do seu ser. Ela nunca imaginava que seu melhor amigo partiriria tão rápido. Os meus amigos vieram até nós, e nos abraçaram forte, com os olhos vermelhos e marejados.
O bolo de pessoas abraçadas se desfez depois de um bom tempo. Todos nós ali carregávamos semblantes tristonhos e deprimidos. O dia deixou de ser ensolarado, parecia que tudo havia perdido a cor para mim. Mais uma fodida vez.
Lisa: O funeral começa hoje a noite, ás 7:00 da noite. Larry, você conhece os familiares de Sal, querido? Temos que avisá-los.
Larry: Eu não conheço ninguém da família Fisher. Sal nunca falou sobre eles, e não gosta muito desse assunto de família.
Lisa permaneceu em silêncio, junto aos outros, mas logo todos puderam ouvir sua voz, anunciando que ia embora, aos apartamentos. Ela saiu, enxugando suas lágrimas, e saindo pela porta principal, e a mesma impede que vejamos por mais um momento a Johnson mais velha.
Resolvi ignorar Ash, Todd, e Neil, estava andando até o banheiro. Entro no cômodo, tranquei a porta, e me despi, esperando a banheira se encher.
Com a banheira cheia, entro sentindo a água fria envolver meu corpo, não escutava nada, não escutava ninguém, era apenas eu e meus pensamentos, meus pesares.
Sabe quando você está tão cansado, que não suporta mais nem mesmo o peso de sua cabeça? Ou quando está quase entrando em colapso? Pois é, é dessa maneira que me sinto. Estou entrando em colapso, mas não sei o que fazer, não quero armar uma cena, já que todos estão tão abalados quanto eu. Posso ser considerado egoísta, se quero jogar toda essa merda no ventilador? O pior dos meus pensamentos é sobre Sal. Como ele reagiu, como ele se sentia? 10 minutos ali, na água, com meus pensamentos, até que alguém bate na porta.
Ash: Está tudo bem Larry? — Ela dizia do lado de fora. Ash é a única que sabe das minhas crises horrendas, das minhas tristezas... Da minha época de depressão...
Larry: Estaria mentindo se eu dissesse que sim. Mas fisicamente estou, ainda... — Pude ouvir os passos de Ash se afastando, então saí da banheira, a esvaziando. Me enrolei na toalha, e saí rapidamente do banheiro, indo ao meu quarto como o Sonic.
Tranquei a porta do meu cômodo, e larguei a toalha em algum canto. Deitei-me nu, ali deixando algumas lágrimas escaparem. Queria ficar deitado a Sal, o abraçando, num silêncio mortal. Mas ele precisava descansar.
Depois de algumas horas, que pareceram minutos, levantei-me, e vesti as minhas roupas, de tonalidades escuras, como o que toda pessoa veste para ir a um velório.
Alguém bateu na porta, e eu abri a mesma, revelando ser Ash novamente, que entrou apenas me abraçando fortemente. Ela dizia palavras contra meu ombro.
Ash: Vai ficar tudo bem. Henry foi um pai para todos nós. — Me sentei em minha cama, e ela fez o mesmo.
Larry: Eu me preocupo mesmo é com o Sal. Você sabe que ele ainda não superou a depressão.
Ash: Larry... Vai tudo ficar bem, com o passar do tempo, vai restar apenas boas lembranças, tanto para você, tanto para Sal.
Eu ia me pronunciar, mas pude ouvir um grito vindo do quarto de Sal, e logo em seguida Sal me chamando.
Sal: LARRY! — Ele apenas gritava.
Me levantei e fui correndo até ele, abri a porta violentamente, e me sentei na cama dele, que estava com o rosto enfiado no travesseiro. Todd, Neil e Ash estavam logo atrás de mim, querendo ajudar.
Fisher tremia, gritava, e soluçava, fazendo sua voz falhar.
Larry: Calma meu amor, vai tudo ficar bem. — Eu disse me deitando, dando sinal para que eles saíssem do quarto, e os meus amigos obedeceram-me. Virei lentamente o rosto de Sal para perto de mim, acariciando seus cabelos. — O que houve? Está tudo bem?
Sal: Por favor, foi tudo a-apenas um sonho. M-meu pai. FOI TUDO UM PESADELO!
Larry: Sal... Infelizmente não... Comecei a chorar. — Ele passou desta para a melhor. Acredite em mim. — E ficamos nós dois ali, agarrados um ao outro. Olhei para o relógio depois de minutos, e já marcavam 6:00 da tarde. — Sal, temos que dar um último adeus a ele. Um dia nós o encontraremos.
Sal inicialmente não queria levantar dali, mas ele levantou, e foi ao banheiro. Fiquei sentado ali, com milhões de pensamentos na minha cabeça, por que ele teve que ir tão cedo?
Pois é, a vida é curta, o tempo voa, nossa hora está cada vez mais perto, cada vez mais perto do abismo da morte. Por que comemoramos o nosso aniversário, sendo que cada vez, vamos ficando mais velhos, caminhando para o nosso destino final? Isso não faz sentido.
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Neil estava estacionando o carro, pudemos ver poucas pessoas do lado de fora. As lágrimas de Sal haviam secado, ele estava usando a prótese, escondendo toda sua tristeza.
Descemos do carro, e entramos direto, sem nem ao menos cumprimentar essas pessoas estranhas, que aparentemente, nem Sal conhecia, por mais dessas pessoas e Sal ter algo em comum, a cor do cabelo. Digamos que eles reconheceram Sal, mas meu menino nem se deu o trabalho de olhar para a cara deles.
Entramos, e vimos o corpo de Henry, sendo velado. Nos aproximamos, com as lágrimas começando a rolar, e nos despedimos dele.
Ash, Todd, e Neil foram visitar a capela da funerária, enquanto ficou apenas eu e Sal, em volta de Henry. Sal segurava sua mão gelada e pálida, deixando a mostra suas lágrimas desesperadas descendo por sua prótese.
O deixei sozinho para despedir, então eu me sentei em um banco não muito longe do caixão. Pude ouvir Sal se lamentando e se despedindo.
Sal: Eu ainda não acredito que você partiu. Me desculpa por tudo que eu lhe fiz que não foi de seu agrado. Desculpa por ter te xingado algumas vezes, desculpa por ter te culpado pela morte da mamãe, e pelo meu rosto. Vou sentir sua falta. Hey, pai, eu tenho uma notícia para te dar. Eu ia te contar, mas você não aguentou, e resolveu partir. Eu e Larry, estamos namorando, já faz 4 meses. Esses 4 meses foram maravilhosos ao lado dele. Ele sempre me apoiou nos momentos mais difíceis, ele suportou todos os meus surtos, ele é maravilhoso, eu o amo muito. Muito obrigado por tudo que o senhor fez para mim, para todos. Eu te amo. — Ele terminou de se despedir aos prantos.
Me levantei e fui até ele, o abraçando, deixando todas as minhas lágrimas escaparem.
Fomos nos sentar. Fiquei observando a cena a minha frente, Henry, em um caixão com flores, pálido e gélido. Nunca imaginei que isso fosse acontecer. Não agora.
Ficamos ali, em silêncio, até que as pessoas estranhas entraram, e vieram em direção a mim, e a Sal.
Desconhecido: Oi Sal, não se lembra de nós?
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Why me? [REVISÃO]
FanficDepois de anos de amizade, Larry sente que é hora de deixar o prédio. Então o mesmo se muda para uma casa, cuja iria morar junto a Neil, Todd e Sal. Mesmo depois de anos de amizade, Larry sente um sentimento estranho pelo melhor amigo, que não havia...