Entre Seus Lençóis

01| Intrusa.

Jeon JungKook P.O.V

Olho a mulher em minha frente e sorrio incrédulo, a que ponto essas mulheres são capazes de ir apenas para ter uma noite comigo? É insano.

Eu não sou um santo, admito, tampouco um garoto inocente, como muitos acha que sou, mas não faria essas loucuras para ter apenas uma única noite com uma mulher, é muita humilhação.

Dou uma boa gargalhada e me viro para pegar a blusa social, quando alcanço a peça, a pego e jogo para Kang Yu-Ra, que ainda permanece rente a mim, a espera de uma reação minha.

- Para quê isso? - Ela pergunta com a sobrancelha arqueada.

- Vista-se. - Apenas digo isso e lhe dou as costas, pego a calça que estava e visto-a novamente, quando pego o blazer, a única peça que restara para me cobrir, Kang Yu-Ra a pega e atira longe.

- O que você...

- Não ficou exitado, hum? Não me acha atraente? - Ela avança os poucos metros que nos distanciava e passa a mão em meu peitoral desnudo.

- Sim, acho você atraente. Mas sabe o que mais me atrai? - Ela balança a cabeça negativamente. - Mulheres que se valorizam. Agora me dê licença! - Olho-a de cima abaixo e sorrio, passando por ela em seguida, antes pegando a roupa que SeokJin Hyung havia me entregado. Pego meu blazer jogado no chão e verifico se meu celular havia danificado e por sorte, não. Desbloqueio o dispositivo e olho quem havia me ligado quando aquela maluca invadiu o vestiário que estava sendo ocupado por mim. E é Park Jimin, o que ele quer agora? Clico em seu contato e levo o celular ao ouvido.

- Ué JungKook, por que saiu assim? A roupa não lhe serviu? - SeokJin Hyung surge em minha frente e nesse exato momento Park Jimin também atende a chamada.

- JungKook-ssi? - O Park chama assim que atende.

- Não cheguei a vestir, a sua modelo maluca invadiu o vestiário. - Respondo a pergunta de SeokJin Hyung. Levo a mão vaga até a testa e esfrego-a.

- Kang Yu-Ra? - Ele pergunta com os olhos arregalados. Assenti. SeokJin Hyung dispara para o vestuário e eu o acompanho com um olhar, logo lhe dando as costas.

- Agora diga o que quer Park, sabe que eu ainda não estou em casa. - Digo baixo, para não chamar atenção dos funcionários.

- Desculpe-me senhor, sabe que se fosse algo para discutir somente amanhã eu não o atrapalharia hoje. - Suspiro.

- Tá, agora diga. - Peço. - Não, espere. Vou me arrumar e daqui a cinco minutos nos encontramos naquela cafeteria próxima a empresa. - Não espero ele responder e desligo. Enfio o celular no bolso da calça social e caminho até às pressas de volta para o vestuário, e chego a tempo de ver SeokJin Hyung dando uma prensa e demitindo a tal modelo. Me aproximo a passos lentos e me sentindo um pouco culpado, tenho que deixar de ser assim.

- SeokJin Hyung, está tudo bem. - Ele olha para mim e eu forço um sorriso. - Eu já vou indo, pois surgiu um imprevisto. - Me abaixo para pegar a minha blusa social que estava no chão, e antes vestida nela.

- Mas já? JungKook, e as fotos? - Ele faz bico.

- Outro dia. Amanhã, pode ser? - Faço careta e ele suspira em rendição.

- Pode. - Ele esfrega a testa. - Agora vista-se logo, se meu marido chegar e te ver assim ele pensará outra coisa. - Ele passa por mim, deixando-me sozinho com a mulher.

- NÃO SEI COMO NAMJOON HYUNG DEIXOU VOCÊ TER ESSA AGÊNCIA. - Grito antes que ele sumisse de vista, sorrindo. Volto a olhar para frente e vejo Kang Yu-Ra com os olhos fixos em mim, olhando-me minuciosamente. - Sabia que é falta de educação está olhando uma pessoa assim, fixamente. - Jogo a blusa social encima do ombro e cruzo os braços, encarando-a.

- Desculpe! - Ela se curva rapidamente. - Mas você é algo que não se pode ignorar. - Ela mordisca o lábio e sorri. Baixo a cabeça e começo a rir.

- Tenha uma boa tarde senhorita Kang. - Olho-a uma última vez e saio do vestiário.

- Amanhã. - SeokJin Hyung diz assim que saio.

- Amanhã. - Confirmo, tirando meu celular do bolso e verificando se não já estava atrasado. Merda! Estou completamente atrasado.

[...]

- Pensei que fosse mais pontual. - Park Jimin diz assim que entro na cafeteria e me aproximo de sua mesa.

- Houve imprevistos. - Me sento. - Um café puro, por favor. - Peço. - Agora diga o que queria. - Apoio os cotovelos na mesa e o encaro.

- Calma Jeon, só pensa em trabalho? - Ele pega o copo que estava sobre a mesa e leva até os lábios, bebendo o conteúdo que havia nele.

- Estou sem paciência Park. - Me desenconsto da mesa e esfrego a testa. - Não pense que só por que não estamos na empresa que não posso demiti-lo. - O encaro.

- Esqueceu mesmo dos amigos. - Arqueio a sobrancelha. - Tá. - Ele deixa o copo encima da mesa, apoia os braços na mesma e começa: - A cerca de um ano o senhor tem tentando parceira com outros países, além dos que já tem. Hoje eu recebi um fax, uma das empresas do Brasil está querendo fazer negócios conosco, mas o senhor terá que ir até lá para resolver tudo. - Ele se afasta da mesa e se encosta no encosto do assento, voltando a levar o copo e bebendo o líquido de uma só vez.

- Eu terei que ir para o Brasil? - Ele assente. - Não vou, não posso. São quase vinte e seis horas de viagem, não posso deixar a empresa somente para fechar um contrato. Obrigada. - Agradeço quando a garçonete coloca o café que pedi sobre a mesa.

- Se não for irá se arrepender. - Ele volta a pose ereta e abandona o café sobre a mesa novamente. - A proposta deles é irrecusável. - Ele tira uma pasta debaixo da mesa e a coloca encima. - Eu trouxe a proposta deles, leia, verá que não pode recusar. - Ele tira uns papéis grampeados e me entrega. - Agora eu tenho que ir. - Ele estala os lábios. - A conta por favor. - Ele pede, um homem se aproxima e recolhe o dinheiro, logo o Park sai do banco e fica ao meu lado. - Até mais senhor. - Ele diz com certo deboche e em seguida se retira.