12| Desconhecidos.

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Isabella Mattos P.O.V

Eu não sou essa pessoa sem coração ou de pedra que todos acham que eu sou, principalmente Gabriela. Não posso negar que sempre dei essa impressão, mas depois de tantos vacilos passei a adotar o costume de não demonstrar os sentimentos e isso me ofereceu bastante benefício, não sofri pelas pessoas que saíram da minha vida por livre e espontânea vontade, não fazem falta, é um alívio. Mas por que eu estou me sentindo tão mal pelas palavras de Mark?

Tentei disfarçar, eu juro, mas as lágrimas me tomaram assim que entrei em casa e os brinquedos que comprei não serviram para me consolar. Eu tenho sentimentos e apesar de eu está fazendo papel de trouxa eu sinto algo por Mark Tuan, mas não sabia ao certo, e só queria afastá-lo. Ele só queria sexo enquanto eu queria um relacionamento sério, mas então eu descobri que ele não dormia apenas comigo, mas sim com mais cinco funcionárias da empresa, e isso foi demais para mim, mulher alguma gosta de dividir um homem e ainda mais com mais de uma mulher. Mark Tuan é um galinha e eu sou uma trouxa. E é por isso que eu bato na porta de Jeon Jungkook, por que eu preciso de um ombro amigo desconhecido que não me julgue, mas me console. E ele parece a pessoa perfeita para isso, não o conheço e ele não pode me julgar por meu atos por que não me conhece, e eu também não o conheço bem, então o diálogo será mais fácil ou não.

— Hora da festa. — Ergo uma taça de vinho tinto e sorrio divertida, vejo sua expressão de surpresa e antes mesmo que ele pudesse falar algo eu entro em seu apartamento e vou atrás de taças para bebermos. Eu preciso beber. Gabriela foi se arrumar em casa e eu estou pensando seriamente em não ir para esse baile funk, não me ajudará em nada, apesar de eu querer muito rebolar a raba, mas não quero fazer isso em um baile e sim em uma cama. É errado querer transar com um desconhecido?

— O que está fazendo aqui Isabella? E desse jeito? — Ele me olha de cima a baixo.

— Estou feia? — Pergunto com voz chorosa, pois apesar de está sofrendo por um idiota, fiz questão de colocar aquele vestido preto que me caiu tão bem e fazer uma maquiagem não tão pesada, mas que com certeza estragou com os meus choros enquanto tentava fazer e quando estava a caminho para cá.

— Não, não. Você está linda, mas sua maquiagem está borrada e você não parece bem. — Ele se aproxima de mim e me segura, já que eu quase vacilei e cai com a garrafa em minhas mãos. Eu nem bebi tanto, sou tão fraca assim?

— É eu sei. — Sorrio e me afasto dele, jogando-me no sofá. — Podemos conversar? Minha amiga foi para casa e eu não estou me sentindo bem, preciso de alguém e você pareceu ser a melhor pessoa para isso. Eu entenderei se não me quiser aqui, eu não sou uma das melhores pessoas... — Mordo os lábios, tentando isolar o choro. — Mas eu tenho um coração e ele tá doendo.

— Calma, tudo bem, tudo bem. — Ele se aproxima e se senta ao meu lado. — O que quer conversar? Sobre Mark? Eu não entendi nada sobre o que vocês falaram, mas a coisa deve ter sido sério, se quiser me dizer. — Analiso a todo instante seus lábios se movimentando e é tentador, ele são tão convidativos, avermelhados, molhados. Sem pensar duas vezes, me jogo encima dele, passo uma perna para cada lado e levo minhas mãos até seu rosto, acariciando e intensificando o beijo. Estou tão sedenta por sexo e não serão meus brinquedos que irão aliviar essa sede e nem Jungkook, pois ele me afasta e se levanta assutado. Levo minhas mãos até minha boca e fecho os olhos, pensando na merda que estou fazendo, agindo como Mark, usando outro para esquecer de quem realmente gosta, se é que ele gostava de mim. — Eu não posso, seria covardia.

— T-Tudo bem. — Esfrego a testa e jogo meu cabelo para trás. — Me.. me desculpe. — Começo a chorar, mas tento repreender, mordendo os lábios fortemente. — Eu vou embora, não deveria ter vindo aqui e muito menos te beijado, não te conheço e você também não me conhece. — Miro minhas mãos que passaram a suar mais que o normal. — Eu vou embora. — Me levanto do sofá e caminho as pressas até a porta, vacilando algumas vezes.

Entro em meu apartamento e me encosto na estrutura e ali fico, derramando mais lágrimas do que posso aguentar. Desde quando me tornei tão sensível? Ouço duas batidas atrás da porta então trato de enxugar as lágrimas e abrir, deparando-me com Jungkook, que antes mesmo que eu pudesse perguntar algo vem até mim em passos rápidos e segura minhas coxas e as envolve em seu quadril. Ele fecha a porta e me encosta na estrutura e me toma em um beijo, mais preciso que o de a poucos minutos. Ele se afasta da porta e nos leva até o sofá, onde me deita e fica por cima de mim, a todo instante sem largar meus lábios. Afastamos por alguns minutos pois a falta de ar se fez presente, custei a abrir os olhos, pois queria que isso fosse real e não uma brincadeira ou até mesmo um sonho. Mas quando abri, encarei duas orbes escuras me olhando fixamente, minuciosamente.

— O que foi isso? Você disse.. — Ele me silencia com um beijo mais calmo, mas ainda sim preciso.

— Eu sei o que eu disse.. mas eu também preciso disso, ai você apareceu desse jeito e me beijou, eu fiquei sem reação e necessitado. — Ele diz imitando um sussurro, encostando nossas testas. Para provar que realmente precisava de mim, Jungkook roça seu pau ainda coberto pela calça de couro em minha coxa, agora descoberta. — Alivie minha dor Isabella, e deixe-me tentar aliviar a sua. — Ele diz, roçando nossos lábios em uma fricção viciosa e repetitiva. — Somos dois desconhecidos, mas se me permitir, conhecerei cada canto do teu corpo com se fosse meu, a farei desejar muito mais do que posso oferecer. Mas deixe-me desfrutar desse teu corpo tão chamativo, preencha o vazio aqui dentro. — Ele segura minha mão e leva até o lado esquerdo de seu peito, onde fica o coração. Meu corpo reage de imediato e eu assenti na mesma velocidade. Jungkook leva minha mão, antes em seu coração, e a desliza por seu corpo coberto até chegar em seu pau, que está mais rijo do que achei que estava. Que ele tenha dó de mim. Jungkook me puxa e me faz sentar em seu colo, com uma perna de cada lado. Ele alisa minhas costas enquanto nossos lábios estão próximos, roçando um no outro minimamente, sentido a respiração e o desejo de seus donos. Beijo Jungkook e movimento o corpo para frente e para trás, sentindo seu membro ficar cada vez mais rijo, se isso é possível. Entretanto o universo parece não querer que isso aconteça, já que colocou alguém para bater em minha porta justamente agora. Reviro os olhos e tento ignorar, não quero largar esses lábios, mas a campainha volta a tocar novamente. Apoio às mãos no ombro de Jungkook e me levanto, sendo seguida por ele. Nós recomponhamos, mas ainda sinto o desejo por ele crescer e me dominar por dentro. Deixo de olhá-lo e vou até a porta, deparando com minha amiga assim que abro.

— Isa, o que houve com você? Por que está assim? — Ela entra sem permissão e me abraça, mas logo se afasta, com os olhos presos na figura em pé em minha sala. — Eu.. eu estou atrapalhando? — Ela alterna seu olhar e dedos entre eu e ele.

— Não.. não. Jungkook só estava me ajudando. — Digo evitando olhar para ele.

— I-Isso. Ela não estava se sentindo bem. — Ele se junta a mim na mentira. Olho para ele e dou um sorriso mínimo.

— Tá, ok! — Gabriela me olha. — Por que você está assim? Se sentiu sozinha? — Assenti lentamente e ela me abraçou. — Se não quiser mais sair é só dizer, ficaremos aqui fazendo o que você quiser. — Me afasto dela e balanço a cabeça, negando.

— Eu quero ir, acho que irá me fazer bem. — Minha amiga assente e alisa meus ombros.

— Então vai tomar outro banho e refaz a maquiagem, estarei aqui te esperando. — Assinto lentamente e faço caminho até o corredor, a todo instante com os olhos presos em Jungkook, meu novo desejo.

Entre Seus LençóisOnde histórias criam vida. Descubra agora