05| Constrangimento.

4.7K 537 63
                                    

Isabella Mattos P.O.V

Depois de analisar alguns contratos e conversar com Gabriela, resolvo tomar meu merecido banho. Um dia péssimo tem que terminar ao menos com algo bom, um banho de banheira com direito a essência de chocolate, dada a mim pela minha amiga.

Jogo o celular encima da cama, suspiro e me levanto. Tiro minha roupa e coloco-a no cesto de roupa suja. Pego meu roupão, o visto e saio do quarto, indo diretamente para o banheiro. Abro o mesmo e me deparo com o tal cara que eu tive a brilhante ideia de convidar para passar a noite na minha casa, completamente nu em minha banheira, coberto apenas as partes íntimas por conta da água. Arregalo os olhos e tento racionar para sair desse momento constrangedor.

Antes com a cabeça apoiada na cerâmica da banheira, agora ele se levanta e se cobre rapidamente com uma toalha. Tento falar alguma coisa mas nada sai da minha boca, então pisco algumas vezes e finalmente encontro a maçaneta, abrindo a porta e finalmente saindo dali.

Me jogo no sofá da sala e tento recuperar todo o ar que perdi. Como eu pude me esquecer que o estraga folgas estava aqui. Que burra Isa!

Em alguns minutos o cara aparece, enrolado com a toalha na cintura e os cabelos molhados. Quando nossos olhares se encontram me sento imediatamente, tremendo mais que cadeira de massagem. Ele joga seus fios molhados para trás e depois cruza os braços. Me levanto e tento formular uma frase coerente, mas nada assim me vem até a cabeça. Então viro o rosto e simplesmente falo;

— Desculpe! — Dizemos na mesma hora, nos olhamos por alguns segundos e eu dou continuidade.

— Havia me esquecido que você estava por aqui. Não costumo trazer visitas em casa, sem ser minha amiga. — Digo em tom baixo, ainda constrangida com o que aconteceu a poucos minutos.

— Quem lhe deve desculpas sou eu, deveria ter fechado a porta. Mas não costumo fazer isso em casa, já que moro sozinho. — Ele sorri minimamente e coça a nuca. — Enfim, o banheiro está livre. — Ele aponta para atrás de si com o polegar e depois me dá as costas.

— Obrigada. — Ajeito o roupão e me direciono para o banheiro.

Ao chegar me certifico de fechar a porta e assim respirar. Abandono o roupão e vou até a banheira, escolho a opção água morna e assim espero.

Cerca de quinze minutos se passaram e a banheira já estava cheia, sem pensar duas vezes entro na mesma e quando minha pele toca a água sinto cada músculo meu reagir de imediato, relaxar como eu nunca havia relaxado. Dou um suspiro e me afundo ainda mais na água, deixando apenas o cabelo e o rosto do lado de fora.

Não sei quantos minutos fiquei, mas a sensação é tão boa que me perdi em meus próprios pensamentos. Ver esse cara em minha casa me deixou sem jeito, vê-lo apenas de toalha então, tudo em mim ferve só de imaginar novamente.

— Isabella Mattos, deixe disso. — Jogo água em meu rosto e desço minhas mãos pelo pescoço, seios e barriga, até chegar entre minhas pernas, onde provoco-me com toques mínimos. Minha respiração passa a ficar ofegante e o prazer a tomar-me por completo. A quanto tempo eu não tenho momentos tão íntimos?

Afasto dos meus pensamentos eróticos quando ouço duas batidas na porta, levemente. Olho para a porta e dou de ombros, deve ser coisa da minha cabeça. Ou não. Ouço novamente duas batidas e me levanto, me cubro com o roupão e vou até a porta e quando abro vejo o bentido que tomou conta dos meus pensamentos em meu banho.

— Desculpe lhe atrapalhar. — Ele sorri sem jeito. — Esqueci minha necessarie. — Ele alisa a nuca e fita o chão.

— Tudo bem, eu já terminei. — Forço um sorriso. — Fique a vontade. — Abro mais a porta e enfim saio.

Assim que entro em meu quarto ouço meu celular tocar, quando me aproximo vejo que é a última pessoa que eu desejo ver ou falar, Mark Tuan, meu chefe. Reviro os olhos e me afasto. Vou até a cômoda e pego uma calcinha e meu baby doll e novamente o maldito celular toca, me aproximo do aparelho e o atendo, é uma chamada de vídeo.

— O que você quer Mark? — Reviro os olhos.

— Acho que liguei no momento certo. — Vejo um sorriso malicioso de apoderar de seu rosto.

— Não, ligou no momento errado. — Viro o celular para a parede e trato de me vestir.

— Isa, sabe que não precisa virar esse celular. Já vi mais além do que esse roupão. — Sua voz é provocante, debochada.

— Isso mesmo, no passado. — Viro o celular e forço um sorriso. — Agora diga logo o que quer, quero dormir. — Deito na cama e com a mão vaga pelo o controle e ligo a TV em meu quarto.

— Continua sendo uma pessoa fria. — Ele protesta.

— Fria não, reservada. Você já brincou muito com esse coraçãozinho aqui Tuan, não irá brincar mais. — Dou uma risada em seguida, o fazendo dar um suspiro pesado.

— Mas você sabe que era melhor que todas elas certo? — Ele diz imitando um sussurro. — As noites com você eram as melhores, nossos corpos se encaixavam tão perfeitamente. — Ele suspira novamente, agora imitando um gemido. Meu corpo traidor reage na hora, fico completamente arrepiada e minha intimidade se contrai.

— Não me ligou para falar de um "relacionamento" — faço aspas. — que acabou a meses. Então vá direto ao ponto. — Ouço ele estalar os lábios, o olho com o canto dos olhos e sorrio.

— Tá. Direto ao ponto. — Ele esfrega a testa e se inclina até se encosta no encosto do sofá. — Como sabe, o homem que você foi buscar essa noite é bem conhecido no país onde vive e temos que fechar negócio com eles se ele veio para o Brasil é por que também está interessado em fechar esse contrato, e vamos fechar. — Ele se inclina para frente, quase colando seu peitoral na dela do celular, suspiro. Logo ele retorna a pose que estava, mas com um acréscimo, uma xícara e papéis.

— Não me diga que iremos discutir sobre negócios a essa hora da noite. Mark, são quase uma da manhã. — Protesto, olhando a hora pelo relógio de parede.

— É coisa rápida. — Reviro os olhos. — Enfim, eu quero você amanhã na empresa, precisamos de você para fechar esse contrato com chave de ouro.

 Mas amanhã/hoje, é minha folga. — Digo indignada.

— Eu sei e me certificarei que ganhe um valor mais alto esse mês, pelo dia extra. — Ele sorri sinicamente. — Isabella Mattos, amanhã, na empresa. Tenha uma boa noite. — Antes que eu protestasse ou fizesse algum escândalo, meu chefe desliga, deixando uma Isabella totalmente enfurecida.

Essa é a hora em que eu me levanto e vou para o quarto de hóspedes e mato o inquilino que estragou minha folga desde que chegou?

Entre Seus LençóisOnde histórias criam vida. Descubra agora