Entre Seus Lençóis

08| Isabella.

Jeon Jungkook P.O.V

Saímos do restaurante e entramos imediatamente em meu carro, ela quem se tratou em dirigir, já que eu não conheço muito bem São Paulo. Fomos conversando coisas aleatórias até chegarmos a uma espécie de praça, estava tudo bem movimentado. Ela estacionou o carro em um canto não tão longe e depois me conduziu até uma barraca e ali pediu dois lanches e quando ela os pega, ela me dá um, paga e depois começamos a andar em uma direção com certeza aleatória.

— Não acredito que me tirou de um restaurante para comer... — encaro o alimento em minha frente, tentando me lembrar o nome. — pão com salsicha e esse molho incrivelmente delicioso. — Mordo mais um pedaço do pão, lambuzando-me todo. Ouço sua risada e olho-a sem jeito.

— Sabia que iria gostar. — Ela sorri e morde um pedaço. — E eu não gosto muito de comida italiana, e Mark Tuan sabe disso, alugou aquele lugar para me irritar. — Ela continua, depois de engolir. Olho-a e forço-me para engolir logo o alimento e lhe fazer a pergunta que acaba de martelar em minha cabeça.

— Vocês... são muito próximos? — Pergunto, passando a língua no canto dos lábios, tirando os olhos dela.

— Éramos. — Ela responde quase que de meditado, jogando o plástico que estava o sanduíche com salsicha em um lixo próximo. — Mark Tuan consegue ser um idiota e fazer qualquer um odiá-lo facilmente, em um estalar de dedos. — Sorrio e mordo mais uma vez o meu "sanduíche". — Mas então, conseguiu se alojar na cobertura? — Ela pergunta e eu assinto imediatamente, com os olhos vidrados no alimento. Como algo pode ser tão bom?

— Já tirei minhas coisas da sua casa e sua chave está comigo, quando voltarmos lhe entrego, está livre de mim. — Ela sorri e eu como o último pedaço, em seguida jogando o plástico em um lixo próximo. — Não vai mesmo me dizer seu nome? — Pergunto sem olhá-la, limpando a boca com o polegar. — Quer dizer, se eu tiver sido perdoado. — Ela esfrega os braços e começa a rir.

— Você me pagou um cachorro quente e ainda me acompanhou para longe daquele restaurante de comida italiana, claro que perdoou. — Ela me mostra novamente seu belo sorriso e não resisto, sorrio também. Aguardo ansioso por seu nome e ela parece perceber, já que sorri mais uma vez, mas dessa vez sem jeito. — Me chamo Isabella, Isabella Mattos. Isa, se preferir. — Isabella. Isa. Repito o nome mentalmente, o gravei no mesmo instante.

— Prazer Isabella, Jeon Jungkook. — Ergo minha mão e ela a segura, soltando uma gargalhada em seguida. No contato, sinto sua mão extremamente fria e quando nos afastamos, ela passa a esfregar ambas as mãos uma na outra e esfrega os braços logo em seguida, sorrio. — Está gelada, tome. — Agilmente, retiro meu blazer e a entrego, ela se nega querendo me devolver, mas eu o pego e coloco sobre seu ombro. — Ficará doente se não se aquecer. — Murmuro, ainda próximo a ela.

— Mas e você? — Ela diz em um fio de voz, ajeitando o blazer.

— Eu sou acostumado com climas frios. — Sorrio e me afasto, enfiando as mãos no bolso da calça. — Veio de carro?  — Pergunto, olhando para os lados, a procura do automóvel que ela usou para me buscar no aeroporto particular, mas só consigo fixar o olhar no carro em que viemos.

— Não, eu vim com Gabriela, minha amiga. — Ela diz apontando para trás, na direção que viemos.

— Então posso levá-la? — Me ofereço e ela sorri.

— Não seja tão cavalheiro, ou me apaixonarei. — Ela diz me dando as costas e começa a andar, por algum motivo sinto todo meu corpo se ouriçar, talvez reação de sua fala? — Esqueça o que eu disse e vamos de uma vez. — Ela diz e rapidamente eu a sigo, ainda meio desnorteado.

[...]

Ao chegar no restaurante que estávamos ela só faz entrar e se despedir da amiga e de outros colegas de trabalho e logo volta. Por impulso, abro a porta do banco da frente e ela entra, com um sorriso tímido nos lábios. Fecho a porta e sorrio bobo até entrar no volante. Colocamos o cinto e então partirmos, a caminho do hotel.

Entramos no hotel em um silêncio completo, apenas nos olhavamos vez ou outra e sorriamos. Subo com ela até a porta de seu apartamento e ali mesmo nos despedimos.

— Obrigada por essa noite, eu gostei. — Sorrio abertamente e coloco as mãos no bolso da calça.

— Eu também gostei, você não é tão chato ou insuportável quanto eu pensei. — Ela faz uma expressão engraça e então sorrio. — Meu ranço por você até se foi. — Ela gesticula um "puf".

— Ranço? — Arqueio a sobrancelha.

— Não é nada, esqueça. — Ela sorri e levanta a sobrancelha, pareceu lembrar de algo. — Seu blazer. — Ela faz menção de tirá-lo, mas antes que o fizesse eu a repreendo.

— Fique, depois você me entrega. — Ela assente com um sorriso. — Tenha uma boa noite. — Sorrio e lhe dou as costas.

Ao chegar em meu apartamento vou logo tirando os sapatos e a blusa social. Suspiro. Jogo as chaves do carro e do apartamento em cima da mesa, junto ao celular e carteira. Jogo meu cabelo para trás e vou logo em direção ao banheiro, coloco a banheira para encher e nesse meio tempo retiro a calça. Seminu, vou até a cozinha e bebo alguns goles de água e depois retorno ao banheiro. Desligo a torneira, tiro a cueca boxer e entro no cubículo, relaxando os músculos e descansando a cabeça na borda. Estou tão cansado, e e amanhã todo esse cansaço voltará. Suspiro em negação e fecho os olhos, usufruindo apenas da água relaxando meu corpo e acalmando minha mente. E com a intenção de esvaziar a cabeça, alguém invade ela e me faz sorrir bobo.

Isabella.

Esse é seu nome, agora que a conheço um pouco mais percebo que ela não é criança birrenta que eu achei que ela seria assim que nos encontramos pela primeira vez, ela estava com raiva por eu ter estragado seu dia de folga e eu entendo, também ficaria mais humorado caso tivesse meu dia de folga interrompido e ainda mais se tivesse feito planos. Mas não foi seu jeito gentil que me atraiu assim e tampouco seu sorriso magnífico, mas sim seu corpo esbelto, desenhado com as mais belas curvas, como uma mulher pode ser desse jeito e está solteira?

Se ninguém a quer, eu quero.

Eu a quero.