28| Chegada

1.5K 200 7
                                    

Isabella Mattos P.O.V

A viagem até a Coreia do Sul demorou mais ou menos trinta e duas horas e mesmo que não seja o recomendado, passei metade dela em um bom sono e a outra metade degustando de cada comida que me era servida e da bela paisagem que era estar acima das nuvens. Meu estômago se revirava de um jeito bom a cada vez que eu olhava pela janela.

Estar acima das nuvens era como um sonho que eu jamais pensei em vivenciar, mesmo sendo dentro de um avião. Pensei em várias baboseiras, tipo adolescentes bobas apaixonadas quando não tem nada para fazer, como estar com alguma pessoa que gosta e coisas parecidas. Pensei naquelas palavras ridículas que eu e o Jungkook dissemos um ao outro perante a janela, até rio comigo mesma só de lembrar. Em inglês elas soaram mais ridículas, ainda mais quando se tem um pouco de sotaque, mesmo depois depois de fazer curso e treinar o idioma quase sempre quando investidores internacionais iam a empresa de Mark Tuan.

Ao descer no aeroporto de Incheon, se é que é assim que se fala, minha bunda estava dormente e todo meu corpo doía enquanto me mexia. Era como estar enferrujada.

Eu ainda estava um pouco sonolenta e foi difícil achar um táxi para me levar até a capital. Os coreanos praticamente corriam para longe de mim só ao me aproximar. Era como se eu fosse um monstro ou um bicho estranho, ou uma pessoa contaminada com um vírus contagioso.

— Senhorita, você é Isabella Mattos? — Alguém se aproxima e pergunta no familiar idioma inglês e eu assinto depois de um tempo. Ele veste um terno preto e o cabelo está lambido para trás. — Eu estava a sua espera, sou Park Chanyeol, Mark Tuan me mandou para ajudá-la temporariamente em sua estadia.

— Ah sim, obrigada — sorrio.

— Eu fico com isso — ele pega minhas malas e caminha na frente até um carro.

— Ah, obrigada — repito mais uma vez.

O caminho até a capital é silencioso e demoramos mais ou menos uns trinta e cinco minutos para chegar  e mais alguns para chegar ao hotel em que Mark fez a reserva. Tentei não dormir durante os poucos minutos, ainda estava cansada da viagem, mesmo tendo dormido durante quase todo o trajeto.

Quando chegamos, Park Chanyeol vai na frente com uma expressão séria e fria, como se fosse uma espécie de guia ou segurança particular. Ele chega no balcão do recepcionista e me deixa para trás, e é ele quem fala tudo sobre a reserva e o que mais para confirmar e ouço ele dizer meu nome de um jeito estranho no seu idioma nativo.

Depois de alguns minutos ele se aproxima novamente e com sua cara carrancuda e entrega para mim a chave do hotel.

— Essa aqui é a chave do seu quarto — ele tira as malas do carro e se aproxima de mim novamente. — Pode ir, amanhã às 08:00 passo aqui para irmos olhar os apartamentos que você escolheu. Sem atrasos, por favor.

Sem dizer mais nada, Park Chanyeol se vai e me deixa só. A recepcionista sorri gentilmente e faz um gesto para que eu a siga e eu faço, pegando minha mala, mas quase imediatamente um homem com um terno todo preto e um crachá se aproxima, pega minhas malas com um sorriso gentil e gesticula com a cabeça para que eu vá na frente.

Faço o que ambos mandam e vou logo atrás da mulher,  no elevador fico atrás enquanto os dois ficam na frente, tudo tão sério que sinto arrepios, os dois tão parecidos que fico confusa e os confudiria facilmente se ambos não estivessem com roupas que esclareciam seus gêneros, mesmo que isso não signifique nada.

O elevador parou e saímos, andando pelo corredor refinado. Me senti estranho ao andar olhando o chão delicado e bonito. Queria ter feito arquitetura ou design de interiores quando ainda estava no ensino médio. Só de pensar nas estruturas de alguns prédios específicos e em decorações fascinantes, meu coração batia de um jeito estranho. Não sei o que me deu em deixar essa sensação de lado e ir trabalhar com Mark Tuan em sua empresa que ninguém ainda nem sabia se iria dar certo.

— Aqui — a mulher diz em inglês com um sotaque evidente e abre a porta para mim, mesmo que a chave do quarto esteja na minha mão e então penso que pode ser tipo uma chave mestra.

— Obrigada — sorrio e entro no quarto. O homem entra logo depois de mim, deixa as malas no canto e sai junto com a mulher.

Solto um suspiro e fecho a porta, me aproximo da cama cambaleando e me jogo, completamente cansada e sem forças. Me embolo e viro e miro o teto, solto mais um suspiro e uma dorzinha gostosa se espalha no meu corpo enquanto relaxo na cama macia.

Em seguida me levanto da cama e vou atrás do meu celular e coloco ele no carregador por estar sem bateria. Faço um tour no quarto, ele é grande e extremamente luxuoso, do tipo que não teria dinheiro para pagar sequer uma estadia de uma noite.

Ao chegar no banheiro, fico completamente atraída pela banheiro e o luxo que somente ele exala. Não penso duas vezes e me desfaço das roupas e imediatamente ali no meio mesmo e entro mesmo ela ainda não estando cheia.

Me inclino e pego alguns potes que estava em uma espécie de prateleiras e jogo na água, sentindo um cheiro bom e o qual não conheço. Aos poucos a água vai ficando morna e quase desmaio quando meus músculos vão ficando relaxados, me causando uma sensação boa. Me seguro para não dormir na água e no dia seguinte ser encontrada afogada quando mal cheguei na Coreia do Sul.

Saio quando não consigo mais segurar os olhos, sabe-se lá quantos minutos ou horas depois. Enrolada no roupão eu nem me dou o trabalho de desfazer minhas malas e procurar uma roupa para dormir, simplesmente me jogo na cama e rapidamente caio no sono. Amanaa será um dia longo e cansativo.

Entre Seus LençóisOnde histórias criam vida. Descubra agora