26| Infelizes para sempre

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Jeon Jungkook P.O.V

Imagine uma pessoa que um dia foi querido por você. Sua mulher, marido, irmão, esposa, pais ou até mesmo amigos, mesmo que hoje em dia seja realmente difícil encontrar uma pessoa que se possa confiar, mesmo que pertença a familia ou algo parecido.

Agora imagine um lado perverso, o próprio diabo em pessoa fazendo da sua vida um verdadeiro inferno incorporado na pessoa que um dia você achou que realmente queria seu bem ou qualquer coisa assim. Que você achou que poderia confiar e ela era seu mundo. Pensou? Pronto, para mim, esse demônio tem rosto, nome e sobrenome, e ela se chama Lalisa Manoban, minha esposa.

Pois é, o diabo é minha mulher, de papel assinado e tudo. Eu costumo chamar de meu próprio inferno particular, com alguém especial para infernizar somente a mim.

Lalisa e eu nos conhecemos ainda no jardim de infância. Nossas famílias eram amigas e consequentemente éramos também. Conforme crescemos, fomos ficando próximos e inseparáveis, passando por causa fase juntos. Só não trocamos as fraudas uns dos outros por que mal conseguíamos sentar sem alguém nos segurando ou até mesmo raciocinar.

Nós dois perdemos o primeiro dente juntos, aprendemos a andar de bicicleta e até a nadar. Aprendemos a lutar taekwondo e por ela até dancei balé e aprendi a tocar piano e violino. Quando a menstruação de Lisa desceu pela primeira vez, estávamos no cursinho de inglês e enquanto ela sangrava diante de todos, como um rio, eu me coloquei diante dela e lhe emprestei meu casaco e comprei absorvente. Trocamos de escola juntos e quando as primeiras espinhas começaram a aparecer, por mais nojento que fosse, espremia uma do outro e sinto ansia só de lembrar. O negócio é que eu sempre estive lá, com ela e para ela, seu melhor amigo e confidente. Mas foi no último ano do ensino médio em que tudo ruiu. Passei a ver Lisa não mais como uma irmã ou melhor amiga, alguém da minha família ou algo próximo disso, mas sim como uma mulher. Por que ela havia se tornado uma. Uma mulher incrível.

A atração abraçou nós dois e por mais que tenhamos lutado com todas as nossas forças contra o desejo de ter um ao outro bem mais do que já tínhamos para não estragar a amizade, não conseguimos lutar contra e cedemos, fizemos bem mais do que deveríamos, bem mais além do que apenas o primeiro beijo um do outro. Eu e Lisa fizemos com que pertencemos um ao outro para sempre, algo que jamais esqueceremos e fosse único. A primeira vez pra tudo um do outro.

No entanto, meses depois tivemos consequências dos nossos atos. Não um filho, é claro, Deus me livre por enquanto. Nunca imaginei do que Lisa era capaz, achei que estávamos de acordo de que nada mudaria, de que o que fizemos foi uma loucura, um teste para o que faríamos no futuro, a primeira vez de tudo um para o outro, para que não nos arrenpedessemos depois se tivéssemos feito com uma pessoa diferente, a pessoa errada. Eu a amava e estava com medo, medo do sentimento que a cada dia me corroia por dentro, do ciúmes todas as vezes que a via com flores entregues por outros garotos tanto da escola quanto das universidades, da obsessão em que eu estava tendo para tê-la sempre por perto de mim, para mim. Não era normal. Eu estava doente e então podia me entregar tão facilmente a essa obsessão.

Mas diferente de mim, Lisa cedeu, não só ao ardente desejo, mas a tudo, por que ela me queria somente para si.

Lisa me traiu, mesmo que não estivéssemos namorando. Lisa traiu nossa amizade, a mim. Assim como eu estava obcecado em tê-la pra mim, ela estava obcecada em me ter para ela, mas a forma com que ela lidou com isso nunca mais eu iria perdoá-la. Me envolvi com outras garotas, tentando esquecê-la, aquela noite, seus lábios nos meus, os nossos corpos suados juntos, tudo me pertubava e me enlouquecia na época, principalmente por que eu queria de novo, mas eu não sabia como dizer. Não podia. Estragaria tudo entre nós, eu achei.

Entre Seus LençóisOnde histórias criam vida. Descubra agora