15| Vulnerável.

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Isabella Mattos P.O.V

Acordo no dia seguinte meio desnorteada e sem memória alguma apesar de não ter bebido muito ontem. O quarto está escuro e algo ou alguém está agarrado ao meu corpo e me impossibilita de sair. E é aí que tudo da noite anterior volta como uma pancada e um soco no estômago e me faz repreender um grito.

Eu transei com Jeon Jungkook, um quase desconhecido por mim.

Mas que merda Isabella.

Agarro a mão dele e tiro-a de mim, ele se move um pouco mas não de acorda. Tiro o lençol de mim, jogando-o para o lado, desço da cama e vou atrás das minhas roupas, meu vestido e meu salto. Visto a peça o mais rápido que consigo e saio do apartamento dele com os saltos na mão.

Passo em meu apartamento somente para tomar um banho e colocar uma roupa descente para ir trabalhar, uma meia calça preta, uma saia justa também preta, uma blusa social branca até os cotovelos e separo um blazer para vestir somente quando meu expediente terminar, São Paulo está fazendo tanto frio. Saio do apartamento as pressas pois estou mais que atrasada. Céus! Mark Tuan irá me matar.

Entro em meu carro deparando-me logo de cara com a minha calcinha preferida rasgada feito um trapo velho no banco ao lado do motorista. Resmungo algo para mim mesmo, pego a calcinha e isolo-a no porta luvas. Ligo o carro e piso no acelerador.

[...]

— Sabe que está atrasada né? — Gabriela me alcança assim que atravesso a porta dupla do prédio, com sua roupa justa e prancheta. — O que houve ontem? Você sumiu.

— Falamos depois Gabi. — Mando um beijo para ela e entro no elevador, a todo instante alternando o olhar entre meu relógio de pulso e os andares do elevador. E quando este abre no meu andar disparo a todo vapor até minha mesa, largo a bolsa embaixo da mesma e acelero o mais rápido que consigo a agenda de Mark Tuan. — Que ele não me demita. — Fecho os olhos, respiro fundo e me levanto. Caminho até sua porta, bato duas vezes e ninguém responde. Bato mais duas vezes e desisto, abro a porta e me deparo com o Tuan completamente nu ao lado de uma mulher que não posso negar que tem um corpo esbelto. Sinto as lágrimas quererem me alcançar mas repreendo, coloco o tablet com a agenda dele sobre sua mesa e saio, volto e coloco os contratos que ele precisa assinar com urgência e saio, pego minha bolsa e volto para o térreo, espantando Gabi.

— Ele te demitiu? — É a primeira pergunta que ela dispara, sua voz está fina e com medo da resposta.

— Não e nem precisa, avise a Mark Tuan que eu me demito. — Entrego meu crachá para ela e saio sem dizer mais nada, com um choro entalado em minha garganta. Vou para o estacionamento e entro em meu carro, seguro o volante e então começo a chorar, automaticamente o choro sai, deixando-me ainda mais vulnerável por não conseguir controlar. Como ele pode dizer que gosta de mim se dorme com outras? Imediatamente cuido em repreender as lágrimas e saio do estacionamento, mas não irei para casa, mas sim fazer compras.

[...]

Depois de um longo dia no shopping e supermercado eu volto para casa, com mais sacola que cabem em minhas mãos, roupas que durarão uns bons messes e comida que durará por um ano. Me enrolo na hora de abrir a chave, porém quando eu menos espero a porta é aberta e revela Jungkook, com seu terno preto perfeitamente passado e seu cabelo de mauricinho penteado para trás. Meus olhos arregalam mais que consigo, minha garganta seca, o coração dispara e umas sacolas caem. As lembranças da noite passada caem sobre mim e me deixa, em um momento assim, extremamente exitada. Jungkook é selvagem e despertou em mim um lado desconhecido e safado que eu também desconhecia. Ele é insano, mas talvez seja tudo o que eu preciso.

— J-JungKook! — Deixo de olhá-lo e me abaixo para pegar as sacolas que caiu, mas ele é mais ágil e as pega primeiro e depois tira umas de mim, entra em meu apartamento e coloca as sacolas que pegou sobre o balcão e depois me olha. Entro em meu apartamento meio receosa, tiro o salto e também coloco as sacolas sobre o balcão, respiro fundo e encaro Jungkook que não expressa irritação alguma. — O que você está fazendo aqui? — Tomo iniciativa, cruzando os braços e o olhando fixamente. Jungkook esfrega a testa, suspira e enfia as mãos nos bolsos da calça social. Meu coração falha algumas batidas e vejo-me desesperada para que ele fale algo. — Fale alguma coisa, ou vá embora. Estou cansada. — Levo a mão na garganta, sentindo ali um nó com todas as palavras que eu quero gritar.

— Você saiu cedo. — Ele fala em um murmúrio e eu suspiro.

— Estava atrasada e não tive tempo para despedidas. — Levo as duas mãos para a testa e jogo os cabelos para trás. Me desencosto do balcão caminho até o sofá, esses saltos estão me matando. Ouço-o suspirar e quando olho-o vejo uma expressão que nunca tinha visto antes, mas que derruba o CEO rabugento que demonstrou ser quando chegou aqui.

— Então eu vou indo, deve está cansada ainda. Seu dia pareceu ser longo. — Ele olha para as sacolas e eu assinto.

— Sim, foi. — Me levanto do sofá e vou até meu quarto, coloco meu salto em seu devido lugar e volto, pego as sacolas com roupas e também as levo para o quarto. Abro as sacolas do supermercado e tento encontrar o vinho que comprei. — Bingo! — Vou atrás de uma taça e logo na geladeira, encho-a de gelo e então abro a garrafa com uma facilidade anormal, já que a dificuldade é sempre visível. Coloco o vinho na garrafa e minha boca saliva ao ver aquele líquido vermelho escuro sendo derramado na taça, só não havia percebido que a todo instante estava sendo vigiada por Jungkook, que me olhava minuciosamente mas não falava nada. — O que ainda está fazendo aqui?

— Você está bem? — Ele pergunta e eu sorrio, balanço a taça e bebo o líquido logo em seguida de uma vez.

— Estou ótima. — Ergo a taça e sorrio, vendo que se ficar bêbada eu não conseguirei controlar o choro e tampouco as palavras que me sufocam. Pego a garrafa e encho a taça novamente, dessa vez até quase esborrar. Vejo a expressão espantada de Jungkook mas ignoro, levo a taça até a boca e bebo o líquido feito água. Mas Jungkook tira a taça de mim antes mesmo que eu terminasse.

— Vai com calma. — Ele afasta a taça de mim e depois segura meus braços, guiando-me até o sofá.

— Eu disse para ir embora. — Esbravejo, empurrando-o para longe de mim. Abro a boca para começar a xingá-lo, mas a campainha toca e eu me calo.

— Eu.. eu atendo para você. — Jungkook me dá as costas e abre a porta e eu vejo a pessoa que eu menos esperava, Mark Tuan.

— Isa eu.. — Ele estava de cabeça baixa e depois ergue a cabeça olhando incrédulo para Jungkook. — O que você está fazendo aqui?

Entre Seus LençóisOnde histórias criam vida. Descubra agora