07| Cachorro Quente.

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Jeon JungKook P.O.V

Essa mulher é realmente difícil de se lidar, é cabeça dura, teimosa e faz mais birra que uma criança. E eu odeio crianças, mas adoro um desafio.

Deixo de olhá-la e entro no elevador, ao chegar no térreo ignoro os olhares curiosos sobre mim e saio do edifício, vou atrás do carro que aluguei e quando o encontro entro e vou direto para o hotel em que fiquei alojado.

Ao chegar, entro no apartamento da mulher e vou para o quarto que ela me ofereceu. Passo a juntar minhas coisas, quero deixar de importuná-la o quanto antes.

[...]

Quando termino, desço na recepção e confirmo minha estadia, agora por dois dias. Recebo a chave da cobertura e assim vou, parando no andar em qual estava somente para pegar minha mala. Hesito algumas vezes mas entro no apartamento, coloco as chaves sobre a mesa, vou até a cozinha e bebo água, saio e me retiro do apartamento, junto a minha mala. Ao chegar na cobertura fico mais aliviado, o espaço é maior e me proporciona uma boa vista de São Paulo. Enfio as mãos no bolso da calça e suspiro.

Logo estarei de volta em Seoul, mas não poderei ir sem antes aproveitar São Paulo.

E com esse pensamento eu me afasto da enorme janela e volto a colocar meu terno, que até a poucos minutos nem havia percebido que o tinha retirado. Pego as chaves do carro e saio do apartamento.

[...]

Por não saber muito sobre São Paulo e tampouco conhecer bairros ou pontos turísticos, acabei contratando um guia turístico, bem, não contratando diretamente, já que meu guia é Mark Tuan, que se ofereceu por livre e espontânea vontade quando eu liguei para ele e perguntei onde ficava agências de guias. Agora ele é quem está dirigindo meu carro e me levando para algum lugar que desconheço, o que é meio desconfortante, tanto o fato de eu não saber para onde ele está me levando e por ele quem está dirigindo.

— Sério, para onde estamos indo? — Pergunto, olhando-o inquieto.

— Você é muito desconfiado, sabia? — Ele fala com um sorriso no rosto e depois respira fundo, quando lhe lanço um olhar sério. — Estamos indo a um restaurante daqui de São Paulo, o melhor. — Ele sorri mais abertamente e eu assinto, ainda hesitante.

Em algumas horas paramos em frente a um edifício e estranho pois não há movimento algum, alterno o olhar entre ele e Mark, que apenas sorri e sai do carro, o sigo.

— Está fechado, o que viemos fazer aqui? — Ele para em minha frente e coloca as mãos no bolso da calça.

— Eu aluguei pelo resto da tarde, vamos! A comida daqui é ótima. — Ele faz um gesto com a cabeça, mandando-me segui-lo. Suspiro, arqueio a sobrancelha e o sigo.

Diferente da impressão que tive lá fora, aqui dentro está bem cheio e movimentado. As mesas estão reunidas formando apenas uma, as cadeiras forradas com um tecido desconhecido por mim, na cor branca, deixando um ambiente elegante e confortável. Não conheço ninguém, mas todos parecem me conhecer, já que me olham com olhos diferentes e sorrisos pintados nos rostos, seja homem ou mulher. Forço um sorriso para eles e sem hesitar vou atrás de algo para beber.

Peço a bebida e dou as costas ao balcão, me deparando com a porta sendo aberta e duas mulheres, uma de corpo bem curvilíneo e a outra um pouco mais magra, porém ambas sorridentes. Mas quando meu olhar se cruza com uma delas seu sorriso se esvai, e é então que percebo que a mulher de corpo esbelto é a mulher birrenta. Sorrio sem mostrar os dentes e levanto um pouco a taça, fazendo um brinde, antes de levá-la até os lábios e dá um pequeno gole. Ela revira os olhos e volta a dar atenção a mulher ao lado, com certeza sua amiga.

Bebo o resto do conteúdo da taça e a coloco no balcão, ajeito o blazer e caminho até ela.

— Realmente! — Ouço-a dizer em um tom não muito alto, junto a sorrisos compartilhados com a amiga.

— Licença! — Digo, assim roubado sua atenção. Seu olhar encontra o meu novamente, porém agora ela expressa um pouco de deboche e deixa bem claro que não sou bem vindo. — Podemos conversar? — Olho para a mulher ao seu lado e ela me olha com uma expressão completamente confusa. Ela fala alguma coisa para sua amiga em um idioma que eu não entendo, possivelmente o seu. Logo sua amiga expressa algo diferente e sai, com um sorriso largo no rosto.

— O que você quer? — Ela pergunta em um tom rude, passando por mim e indo a caminho de onde eu estava. Acompanho-a no mesmo passo, até ela parar em frente ao balcão e se sentar.

— Quero me desculpar, presumi que estraguei seu dia de folga e quero recompensá-la. Também odiaria ser chamado para trabalhar em meu dia de folga. — Me sento ao seu lado e ela suspira.

— Hum... — É a única coisa que ela diz, retirando o celular de sua bolsa e passando a digitar algo rapidamente, não me dando a mínima.

— Posso lhe pagar uma bebida, para recompensar? — Digo próximo ao seu ouvido, assim tomando sua atenção. Ela suspira, joga umas mechas de seus cabelo para trás e depois larga o celular sobre o balcão, cruza as pernas e me encara.

— Bebida não é algo que eu julgo servir para uma recompensa, principalmente por ter estragado minha folga. — Ela diz, forçando um sorriso fechado.

— Então o que sugere? — Arqueio a sobrancelha e ela sorri de canto.

— Cachorro quente. — Faço uma expressão confusa.

— O que é isso? — Pergunto, ela suspira e revira os olhos.

— Eu te mostro. — Ela pega seu celular e se levanta do banco. A sigo com o olhar e vejo-a parar no meio do caminho. — Você não vem? — Ela pergunta, com um sorriso fraco no rosto e uma das sobrancelhas arqueadas.

— Sim. — Me levanto do banco e a sigo, meio desnorteado.

Entre Seus LençóisOnde histórias criam vida. Descubra agora