22| Proposta.

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Isabella Mattos P.O.V


Dois meses e três semanas depois. Essa era a quantidade exata de dias que haviam se passados depois da partida de Jeongguk. Havia passado em um piscar de olhos.

Mantivemos contato por uma ou duas semanas, depois ele simplesmente sumiu. Ignorou minhas últimas mensagens, sequer visualizou. Por causa da diferença de horário, era difícil conversar em sintonia e talvez até por causa disso ele tenha desistindo e perdido o interesse em mim. Nem sei o motivo de eu ter tido esperanças com alguém que mora do outro lado do Brasil. Depois de chegar em seu país, ele sempre parecia ocupado ou cansado demais para conversar um pouco comigo, enquanto eu estava largada aqui sem fazer nada, entediada, esperando que ele me respondesse qualquer hora que fosse.

Acho que ambos desistimos um do outro.

Continuo desempregada no fim das contas. Trabalhar como secretaria na empresa de Mark Tuan não me beneficiou em absolutamente nada, já que eu parecia ser demais ou até insuficiente para as empresas de alto escalão para qual eu havia enviado currículos.

Hoje eu tentaria a última vez, finalmente fui chamada em um lugar. Se eu não conseguir, irei me desfazer de tudo aqui e voltarei para a cidade em que nasci, onde minha mãe mora atualmente, e voltaria a ensinar na escolinha e até dá reforço no período da tarde para ganhar uma grana a mais.

Calcei o salto e peguei a bolsa, indo para frente do espelho e me certificando se não estava demais para uma entrevista de trabalho. Gostei do resultado, afinal estava usando calça e uma blusa fechada, não tinha nada demais nisso.

Joguei o cabelo para trás, peguei as chaves e saí. Ao chegar no saguão, fui parada pela recepcionista. Ela disse que o aluguel estava perto e que havia muitas encomendas e cartas para mim, que eu deveria cuidar disso urgentemente, já que nunca fui de atrasar o aluguel, o dono do edifício está temeroso com isso e que eu me acostume.

Peguei meu carro no estacionamento e segui para o endereço. Ao chegar e atravessar a porta giratória, fiquei paralisada ao ver Mark Tuan com um grupo de homens, apertando sua mão.

Ao me ver ele sorriu sem jeito e depois fechou a cara, já que a expressão em meu rosto lhe dizia que eu não estava nada contente em lhe ver.

— Quanto tempo — ele se aproximou hesitante, com passos lentos e as mãos dentro do bolso.

— E queria que durasse muito mais — suspirei e tentei passar por eles, mas ele segurou meu braço antes que eu sumisse de sua vista.

— Fale um pouco comigo, Isa, estava preocupado com você, ansioso por não ter notícias. Até Gabriela que ainda trabalha para mim se recusa a falar comigo — ele me soltou e esfregou as sobrancelhas, suspirando novamente. Eu podia ver seus olhos profundos, os ombros tensos e a expressão casada. Ele não parecia nada bem, provavelmente noites de sono mau dormida.

— Não quero conversar com você, estou irritada por termos nos encontrado assim, queria nunca mais vê-lo — deixei evidente meu ódio por ele em cada palavra.

— Eu sei que eu errei e me desculpe, você não merecia nada daquilo — virei meu rosto na direção contrária, evitando o contato visual — Soube que ainda está desempregada. Se não se importa, tenha uma proposta para lhe fazer, é só passar no meu escritório — ele piscou o olho e sorriu fechado, logo indo embora.

O observei atravessar as portas, seus passos rápidos, como se estivesse fugindo. Respirei fundo e me recompus, indo na direção do elevador para a entrevista. Ao chegar no andar, uma mulher veio em minha direção, me guiou até uma sala e me ofereceu água e biscoitos. Poucos minutos depois um homem entrou, sua feição tão carrancuda que me causava arrepios.

— Isabella, certo? — Assenti, ao mesmo tempo que meu corpo tremeu com sua voz grossa e fria.

***

A vida tem sido bem injusta para mim. O último resquício de esperança que eu tinha havia ido embora junto a entrevista. Assim como as outras, suas desculpas eram que eu sou "cara demais", que os outros funcionários se sentiriam inferiores com a minha presença.

Em um momento como esse, até para servir cafezinho eu queria ser contratada. Não tem estava nos meus princípios, mas preciso de dinheiro para me manter aqui em São Paulo. Vasculhei minha bolsa atrás do meu celular, já querendo ligar para Gabriela e dizer a ela que falhei mais uma vez, que eu desistiria e voltaria para o interior. Porém, de dentro tirei o crachá do meu antigo emprego. Como um presságio, a voz de Mark Tuan dizendo que tinha uma proposta para mim ressoou em meu ouvido como um sussurro perturbador.

Balancei a cabeça, tentando mandar para longe. Eu não iria ceder e aceitar, com certeza seria para voltar a trabalhar para ele e isso jamais. No entanto, ele teria que me pagar em dobro toda a dor que me causou. Eu iria e tiraria o máximo de dinheiro que conseguisse dele.

Andei em passos pesados para fora do prédio e depois entrei no carro, indo diretamente para o prédio do Tuan que não era tão longe dali.

Ao chegar, vi os olhares curiosos dos meus colegas de trabalho. Estava com pressa que quem nem os cumprimentei. A notícia sobre minha estádia ali pareceu ter corrido rápido, já que quando estava prestes a entrar no elevador Gabriela surgiu na minha frente com uma feição assustada.

— O que você está fazendo aqui? — Seu olhar questionante estava sobre mim, olhando-me de cima a baixo.

— Ele me chamou e eu vim — as portas do elevador se abriu e eu entrei, Gabriela logo atrás de mim.

— Vai perdoá-lo?

— Jamais! Mas vou arrancar dele cada centavo do meu sofrimento — as portas se abriram novamente e sai, pisando firme, dessa vez deixando Gabriela para trás.

Sem nem perguntar invadi a sala, ultrapassando a nova secretária, que tentou me impedir a rodo custo mas ainda sim foi inútil. Mark Tuan me olhou de cima a baixo, estava em uma ligação, mas depois de alguns minutos desligou.

— Veio mais cedo do que imaginei — ele sorriu sem mostrar os dentes, enfiou as mais dentro do bolso e se aproximou. — Sente-se, a conversa vai ser um pouco longa.

×××

Logo cedo aqui neah gente. Vou trazer logo alguma atualizações, pq agora de madrugada meu celular se inventou de beijar o chão e se desgraçar todo. Tô com um ódio do caralho já que eu ia fazer dois anos em setembro de uso e que ele estava novinho, eu não tinha trocado nada.

Só pq no meu aniversário desse ano eu ia pedir uma câmera, agora vai ter que ser outro celular. ÓDIO DMSSSSS. SOCOROOOO, QUERO TERMINAR DE QUEBRAR ELE.

Espero que gostem da leitura e devido ao meu celular, não sei quando sairá o próximo capítulo. Até mais.

Para vocês verem o estrago

Entre Seus LençóisOnde histórias criam vida. Descubra agora