][...]Ele passou um braço por baixo dos meus joelhos, enquanto mantinha o outro na minha cintura. Instintivamente, prendi meus braços ao redor do seu pescoço e recostei a cabeça em seu peito.
Seu cheiro era maravilhoso e a sensação de segurança quas...
Faz tanto frio aqui e é tão escuro. Estou andando há muito tempo por esse bosque, mas não faço ideia de como cheguei aqui. Na verdade, não faço sequer ideia de quem eu sou, só lembro meu nome, mais nada. Meus pés descalços esmagam galhos e folhas úmidas, minhas roupas estão em frangalhos...
Minha cabeça dói, minha garganta está seca...
Sinto...
Gosto de sangue...
Parei de caminhar porque agora a escuridão é total. Não consigo ver mais nada.Me sentei no chão frio e recostei meu corpo exausto contra o tronco de uma imensa árvore. Abracei meus joelhos e comecei a chorar. Não havia muito mais o que fazer. Provavelmente eu morreria de frio, ou de fome, ou de sede.
??? – Por que você está aqui?
A voz masculina baixa e fria fez com que eu levantasse a cabeça, alarmada. Vi um homem jovem, vestido de branco. Uma luz intensa vinha de seu corpo e eu tive que apertar os olhos para me acostumar a claridade.
Aos poucos o brilho intenso foi desvanecendo e eu consegui enxergar seu rosto.
Era o ser mais bonito que eu já tinha visto. Sua pele era pálida e de textura aveludada, seus olhos escuros eram arrogantes e desafiadores, embora exibisse um sorriso doce.
Aqueles lábios cheios e rosados eram tentadores...
Convidativos.
??? – Vai ficar aí me encarando ou vai me responder?
Mel: – Não sei... - * respondi num fio de voz*
Ele se abaixou. Seu rosto a centímetros do meu. Ele cheirava a hortelã. Com o polegar e o indicador ele levantou meu queixo, me analisando. Seu toque era quente e meu corpo gelado começou a se aquecer. A partir do ponto onde seus dedos tocavam, o calor se espalhava como fogo liquido pelas minhas veias.
Eu não queria que aquele calor se esvaísse.
Como uma droga injetável...
Percorrendo minha corrente sanguínea...
Me curando...
Seus olhos estavam fixos nos meus e não consegui desviar meu olhar.
??? – Quer vir comigo?
Sua respiração acariciava meus lábios devido a proximidade. Simplesmente balancei a cabeça, concordando. Um meio sorriso se formou em seus lábios perfeitos e naquele momento eu esqueci como respirar.
??? – Se vier comigo, talvez você morra... – Ele sussurrou no meu ouvido. Um arrepio percorreu minha espinha.
Mel: – Se eu ficar aqui, também vou morrer. – sussurrei.
Senti suas mãos envolvendo minha cintura e me erguendo como se eu fosse uma pluma. Ele passou um braço por baixo dos meus joelhos, enquanto mantinha o outro na minha cintura. Instintivamente, prendi meus braços ao redor do seu pescoço e recostei a cabeça em seu peito.
Seu cheiro era maravilhoso e a sensação de segurança quase etérea.
Só me lembro de começarmos a caminhar em meio ao breu, depois adormeci em seus braços fortes, ouvindo a batida ritmada do seu coração. Se era um sonho, eu queria dormir para sempre...
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