2ª Capítulo.

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Eu trabalho em uma livraria que fica bem próxima do bairro onde moro,a dona é uma amiga minha,ela praticamente me contratou para ajuda-la a cuidar do lugar...

— Leny,atrasado de novo. — Diz ela assim que chego.

— Como assim?.

— É brincadeira,nem temos horário definitivo.

— Ainda bem,eu já ia ficar preocupado. — Suspiro.

Essa é Mckaya. Ela é uma pessoa com nanismo,tem o tamanho de uma criança de 6 anos,sua pele é morena,o cabelo cacheado esbeja um panteado poderoso e os olhos negros expressam total confiança...nós temos praticamente a mesmo idade.

— Pronto para botar a conversa em dia?. — Ela pergunta.

— Estou aqui para isso. — Respondo sorridente.

Mckaya e eu nos conhecemos na escola,ela já morou no meu bairro,mas se mudou para um apartamento. Falamos de tudo um para o outro,sem segredos...trabalhar aqui com ela foi a melhor coisa que fiz.

— ...ontem eu conversei com ele pela webcam. — Digo diretamente — Lembra?...o Chris,fiquei falando dele a semana toda.

— Claro,essa amizade virtual de vocês já dura quase um mês,estou impressionada...tem certeza que ele não é um babaca?.

— Ele é um cara legal,pode confiar.

— E como ele é?. — Mckaya se mostra curiosa.

— Eu não presto atenção nesses detalhes,mas ele se parece um pouco com o Adam Levine.

— O vocalista do Maroon 5?.

— É...Chris e eu vamos nos encontrar hoje a tarde no Flanders.

— Que bom que encontrou alguém,mas você não é o único. — Ela faz um ar de mistério.

— Quem é dessa vez?. — Pergunto.

— O que?...Leny,você fala como se eu tivesse pegando todo mundo.

— E não é?. — Sorrio de forma boba.

— Você não o conhece,um dia talvez. Como está sua mãe?.

— Ótima como sempre.

— Eu queria ouvir a palestra dela sobre o livro,sabia que ele esgotou aqui?.

— Fecha a livraria então,você é a chefe por aqui. — Sugiro.

— Tenho que cumprir o horário comercial,ou fecho agora descontando do seu salário ou saímos mais cedo para aproveitar nossos encontros.

— Eu prefiro a segunda opção.

...

As horas vão passando,pessoas vão entrando e saindo da livraria o tempo todo. Mckaya pede um almoço para nós e assim o dia se resume,eu contei para ela que estava nervoso com meu encontro,era a primeira vez que iria encontrar Chris pessoalmente.

— Fica calmo amigo,não pensa no desastre. — Ela fala.

— Na verdade fiz uma lista deles,desde de ataque de insetos e até queda de meteoros.

— Vai ser no Flanders,certo?...é uma ótima lanchonete e você sempre se sentiu confortável lá. — Mckaya tenta me tranquilizar — Além disso o Doug trabalha lá e ele nos deve um desconto,use isso ao seu favor.

— É,vai ser divertido. — Volto a sorrir.

— E talvez,quem sabe,role algo mais.

— Eu não sei Mckaya,acho que ainda é cedo para pensar nisso.

— Tarde de mais amigo,quando perceber vai mudar de ideia.

Reviro os olhos com o comentário dela,mas não tiro minha razão,ainda é muito cerdo para pensar em qualquer tipo de relacionamento.

Naquele mesmo dia Mckaya decide fechar a livraria mais cedo do que de costume,por volta das quatro da tarde a gente se despede com minha promessa de contar sobre o encontro a ela. Eu me sentia confiante pensando em todas a dicas que minha amiga deu,esse não é meu primeiro encontro com um cara,mas a situação da um frio na barriga mesmo assim.

...

Chego na lanchonete do Flanders um pouco antes do horário combinado,procuro uma mesa,mando uma mensagem para Chris e logo procuro relaxar. O lugar está com pouco movimento,isso é perfeito pois odeio...quando a comida demora por causa da lotação.

— Oi Vans,está sozinho?.

Doug,meu outro melhor amigo,aparece de repente me dando um susto. A coisa mais esquisita sobre ele é que gosta de chamar as pessoas pelo sobrenome.

— Estou esperando uma pessoa. — Respondo.

— Um encontro?. — Ele se agita — Devia ter me dito antes,eu teria preparado uma mesa mais apresentável.

— Não precisa disso Doug.

— Quem é o sortudo?.

— Chris.

— Chris?. — Ele parece pensar — Acho que já ouvi esse nome em algum lugar...

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(Continua No Próximo Capítulo)

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