3ª Capítulo.

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— Você o conhece?. — Pergunto.

— Não,eu quis dizer que já ouvi esse nome em uma série de TV. — Doug responde — Bom,como o dono odeia ver os funcionários conversando com os clientes é melhor voltar ao trabalho,qualquer coisa é só chamar.

— Claro.

Doug é filho do meu vizinho,Otto,ele foi morar com o pai depois que a mãe faleceu de câncer. Popular com sua aparência nos anos de escola o loiro de olhos azuis nunca deixou a popularidade subir a cabeça e sempre foi uma pessoa maravilhosa,até mesmo depois de sofrer uma terrível queimadura grave na metade do rosto e corpo.

De longe vejo Chris chegar,ele não me viu aqui e está me procurando.

— Ei... — Chamo sua atenção.

...ele vem em minha direção...

— Procurando alguém?. — Pergunto sorridente.

— Sim,um tal de Leny,você o viu por ai?. — Ele finge não me conhecer

— Talvez ele tenha ido embora. — Entro na brincadeira.

— Então já que estamos aqui que tal aproveitar?. — Chris se senta.

— Ótima ideia.

...um silêncio agradável se forma entre nós...

— Você é ainda mais bonito pessoalmente. — Diz ele me encarando.

— Só está sendo educado,eu não sou tudo isso.

— Acredite,se não fosse verdade eu nem falaria. Conversar pessoalmente é bem melhor do que por mensagens.

— Eu não sabia que você conhecia esse lugar — Comento — Um dos garçons é meu amigo e me deve um desconto.

— Como assim?.

— Da última vez que vim ele errou o meu pedido e me trouxe um bem caro. — Respondo.

— Entendo.

Logo chamo por Doug e ele rapidamente vem nos atender. Quando o rapaz se aproxima de nós Chris se espanta ao ver as queimadas em seu rosto.

— O que vão pedir cavalheiros?. — Ele fala formalmente de um jeito engraçado.

— Uma porção de batata frita,dois hambúrgueres...e refrigerante. — Falo fazendo uma pose esnobe.

— A comida dos ricos hoje em dia. — Ele comenta — Você deve ser o Chris,é um prazer conhece-lo.

Doug estende a mão,o seu braço direito com algumas queimaduras fica visível agora. Chris sorri de forma simpática e os dois dão um aperto de mãos.

— Igualmente Doug...talvez essa pergunta seja meio indelicada mas,o que aconteceu com seu rosto?. — Pergunta meu acompanhante.

— Isso,nada de mais,tive um pequeno acidente com o óleo quente. — Doug responde naturalmente — Certo senhores,o pedido de vocês estará pronto logo...licença.

...meu amigo se vai deixando o clima um pouco estranho...

— Espero não ter sido grosso fazendo aquela pergunta. — Fala Chris.

— Longe disso...Doug só se incomodou do fato de você não parar de olhar para as queimaduras dele.

— Acho que devo me desculpar.

— Não tem problema Chris,ele é uma figura,você vai ver.

...

Minutos depois Doug trouxe nossa comida dizendo o nome do lanche com um sotaque francês deixando a situação ainda mais engraçada. Se curvando ele sai nos deixando a sós e vai entender alguém que o chamava.

— Viu,eu disse que ele era uma figura.  — Comento.

— É... — Chris faz uma pausa — Leny,posso perguntar uma coisa?.

— Claro.

— Não incomoda o fato de...bom..

— Ter manchas na pele?. — Completo.

— Na verdade eu reparei o jeito como as pessoas te olham,deve ser difícil.

— Não,eu nem me importo se olham ou falam alguma coisa. — Respondo com um sorriso.

— Gosto do seu otimismo Leny...gosto desdo dia em que a gente se conheceu,pessoas como você são raras.

— Não são,estão logo ali.

— Que bom que uma delas está aqui — Ele passa a me observar.

Chris e eu conversamos praticamente sobre tudo,apesar da gente ter se conhecido pela internet a quase um mês esse é nosso primeiro encontro...temos muito em comum.

Ele é uma pessoa incrível,nem acredito que estamos aqui conversando pessoalmente,foi uma boa ideia ter marcado esse encontro depois de quase um mês trocando apenas mensagens. Eu nunca estive tão ligado a uma pessoa como estou agora e percebo que ele também sente o mesmo.

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(Continua No Próximo Capítulo)

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