Apoiado no balcão da cozinha com uma xícara de café na mão sinto alguém me agarrar por trás...
— Bom dia. — Chris sussurra em meu ouvido.
— É um ótimo dia. — Digo sorrindo.
— Que cheiro bom.
— É o café. — Respondo.
— Ele também,mas eu não me referia ao café. — Ele começa a beijar meu pescoço.
Quando o clima ali começa a esquentar somos interrompidos pelo toque do meu celular,alguém me ligava. Tento me soltar de Chris,mas o mesmo insiste em permanecer beijando meu pescoço,desisto e com ele agarrado em mim atendo a ligação.
— Oi Mãe. — Minha voz sai em um tom estranho.
— Só liguei para saber se está tudo bem ai,fiquei sabendo que faltou energia no bairro.
— É,mas não precisa se preocupar,eu... — Sou interrompido por Chris que começa a fazer cócegas em mim.
— Seu namorado está aí?. — Ela pergunta diretamente.
— Sim. — Falo meio sem jeito.
— Ótimo,há alguém para lhe ajudar na faxina. — Ouço sua risada — Esqueceu?...hoje é o dia da casa,dê esse presente para ela.
— Mas a casa está limpa...eh...nem tanto. — Suspiro.
O "dia da casa" é uma tradição da família Vans que ocorre em dias específicos a cada dois meses. Temos históricos de acumuladores compulsivos na família e para evitar o caos eis que o dia da casa surge onde a faxina se torna extrema...
— Bom,era só isso mesmo,aproveite seu sábado querido.
— Você também. — Finalizo a ligação.
— Ela sabe sobre nós?. — Chris pergunta.
— É bem pior. — Faço uma expressão preocupada.
— Como?. — Ele me solta.
— Por acaso você tem alguma experiência com aspirador de pó,espanador e coisas do tipo?.
...
Nós passamos praticamente a manhã toda arrumando a casa,foi divertido o momento que passamos juntos,quando terminarmos a faxina nos jogamos no sofá e passamos a conversar sobre a noite anterior. Horas depois Chris se despede de mim e vai pra casa,o almoço ficou por conta das sobras de comida do jantar de ontem...eu não estava afim de cozinhar e acabar sujando a cozinha novamente.
...na parte da tarde meus amigos vieram aqui me fazer companhia,estávamos sentados na varanda da minha casa jogando baralho...
— ...e desde então venho praticando sapateado. — Conclui Doug.
— Isso não fez o menor sentido. — Protesta Mckaya — Viemos saber o que rolou entre Leny e Chris.
— Kingston,nós já sabemos o que aconteceu,olha o pescoço dele. — Ele aponta para mim.
— O que tem para nos dizer Leny?. — Ela pergunta.
— Sim,aconteceu tudo isso que vocês estão pensando. — Reviro os olhos.
— Vejo que já passaram para a próxima base. — Doug se empolga — E Chris? como ele agiu depois do...você sabe.
— Normal. — Respondo — Mas acredito que ele tenha ficado sem jeito no inicio.
— Por qual motivo?. — Mckaya me encara.
— Talvez por ter sido nossa primeira vez,sabe,vendo a intimidade,entende?. — Explico.
— Mas você disse que ele não era inseguro. — Doug me questiona.
— E não é.
— Na verdade ele teve medo do que você acharia do corpo dele,por isso ficou sem jeito. — Diz Mckaya.
— Bom,a questão é que nós dois aproveitamos e foi incrível. — Sorrio.
...ficamos em silêncio...
— Alguém sabe como se joga baralho?. — Pergunto.
Nós nos olhamos entre si e acabamos caindo na gargalhada,a gente só estava jogando as cartas aleatoriamente no centro sem ter a mínima noção do que realmente fazer. Nesse meio tempo troco mensagens com Chris que parece super animado,comento sobre Doug e Mckaya,minhas companhia dessa tarde de sábado e ele começa a enviar um monte de figuras engraçadas.
...por fim um convite que ele faz me chama a atenção...
— Pessoal. — Chamo a atenção dos meus amigos — Chris acaba de nos convidar para uma festa.
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(Continua No Próximo Capítulo)
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Pieles
RandomLeny foi diagnosticado com vitiligo na adolescência e ao contrário do que os outros pensam isso não é um problema para ele,ainda mais vivendo em um bairro totalmente diferente do habitual. Tendo um bom emprego,amigos maravilhosos e uma mãe incrível...