10ª Capítulo.

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— Sua respiração parece acelerada. — Ele fala.

— É que o celular estava longe e...ah,deixa pra lá. — Sorrio.

— Sabe,eu queria ouvir sua voz antes de dormir.

...talvez eu tenha me derretido com seu comentário...nada de mais...

— É? isso relaxa você?. — Pergunto com um meio sorriso.

— Na verdade é o melhor boa noite do mundo...

— Então acho que posso tagarelar no seu ouvido o tempo todo. — Volto a deitar na cama.

— Sinto falta do seu perfume,da sua alegria...da sua boca.

— OK Chris,já chega. — Reviro os olhos — Está começando a ficar grudento.

— Estou. — Ouço ele rir — A gente vai se ver amanhã?.

— Sim,o jantar,minha mãe e eu estávamos combinando. — Respondo — As 20:00,está bom pra você?.

— Claro. — Chris se alegra — Posso levar alguma bebida?.

— Vinho,minha mãe adora,pode ser qualquer marca.

— Então está marcado.

— ...bom...eu preciso ir dormir agora. — Falo.

— Tudo bem,a gente se vê amanhã,tenha bons sonhos.

— Você também Chris.

Espero ele desligar primeiro,mas ainda continuo ouvindo sua respiração,é bem provável que também esteja esperando eu fazer o mesmo. Por fim nenhum de nós finaliza a ligação.

— Leny,você ainda está ai?. — Chris pergunta.

— Estou sim.

— Será que podemos continuar conversando?.

— Com certeza. — Respondo.

Nisso fomos até altas horas da noite,com muito diálogo,risadas,perguntas,tudo mesmo. Eu não me importo se amanhã irei acordar cedo,o tempo em que me preocupava com as coisas já passou.

...

Na manhã seguinte estava tomando café com minha mãe,ela comenta sobre as gargalhadas que dei durante a madrugada,mas isso não foi uma reclamação. Logo em seguida me despeço dela e saio para trabalhar,no caminho encontro com Sabrina,uma conhecida,da calçada ela tentava organizar sua mochila.

— Quer ajuda?. — Pergunto.

— A alça da mochila se partiu e acabou derrubando tudo. — A menina responde — Está tudo bem.

...Sabrina nasceu sem a metade do braço esquerdo e por ser bastante orgulhosa odeia receber ajuda quando realmente precisa...

— Talvez assim... — Amarro a alça da mochila na outra ponta dando um nó bem firme — ...vai evitar que solte novamente.

— Obrigado Leny. — Ela agradece.

— Tenha uma boa aula. — Volto a caminhar

Minutos depois chego na livraria,Mckaya estava arrumando as prateleiras,ela parece zangada e embora eu esteja curioso para saber o que aconteceu acho melhor não falar coisas idiotas. Logo começa a bufar e resmungar,perco minha paciência e resolvo perguntar o que houve.

— O que você tem garota?.

— Ontem fui a um restaurante com o Adam... — Mckaya faz uma pausa.

— E?... — Tento fazer ela continuar — Ele fez alguma coisa?.

— Não,ele foi um perfeito cavalheiro...as cadeiras daquele restaurante eram muito altas,eu tinha que pedir ajuda para descer ou subir,foi humilhante.

— É por isso que está com raiva?.

— Não...é que eu fiquei pensando num monte de coisas depois disso,me fez relembrar o passado e então a raiva apareceu do nada. — Ela encara o vazio — O mundo não foi feito para pessoas pequenas.

— Ei,o que é isso? negatividade?...não no meu turno. — Falo — Levanta a cabeça,nada de ficar ai reclamando como as coisas deveriam ser.

— Quer saber,você tem razão. — Ela volta a sorrir — Eu tenho dinheiro e sou bem sucedida.

— Não foi bem isso que eu quis dizer mas tudo bem. — Movimento os ombros — Sabe,Chris vai jantar hoje lá em casa,estou nervoso.

— Nervoso?...você tá agindo como se nunca tivesse visto ele.

— Sei lá...e se a comida tiver um tempero que lhe cause alergia? e se ele tiver uma religião que proíbe de comer certo tipo de alimento? e se...

— Leny,calma garoto. — Mckaya tenta me tranquilizar — Talvez um tapa resolva.

— Para,eu falei sério.

— Eu também. — Ela cruza os braços.

— Deixa,vou voltar ao meu posto e tentar me acalmar.

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(Continua No Próximo Capítulo)

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