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Harry estava deitado na grama ao lado de Severus. O castanho mantinha um braço debaixo da cabeça e o outro esticado, passando os dedos pela grama e aproveitando a sensação de estar ao ar livre. Haviam andado por um longo período de tempo e demorou para o Potter convencer o mais velho a se deitar no chão.

ㅡ Por que você me odeia? ㅡ Harry disse pensativo.

ㅡ Eu não te odeio. ㅡ Snape responde. ㅡ Eu odeio o que você me lembra.

ㅡ E eu te lembro o meu pai. ㅡ O mais novo diz em afirmação.

ㅡ E de forma completamente antiética, eu usei minha posição de professor para descontar mágoas passadas em você. ㅡ Severus fala.

De sua própria forma, Snape estava pedindo desculpas. Harry reconhecia o pedido, e sabia que era o máximo que conseguiria. O castanho se virou de lado, apoiando o cotovelo no chão para usar a mão como apoio para a cabeça. Estava perigosamente perto do rosto do mais velho.

ㅡ Mas agora você não é meu professor. ㅡ Disse passando uma das mãos pelo peito de Snape. ㅡ E eu não sou o meu pai.

Harry deixou um selar demorado no canto direito da boca de Severus, e depois outro do lado esquerdo, terminando por selar seus lábios com o do outro. Sentia os lábios do mais velho se moverem sobre os seus, e gostava do fato de que o outro não hesitou em retribuir. Separou-se e encarou os olhos ônix, que lhe olhavam em curiosidade.

ㅡ Talvez agora quando olhar pra mim, você se lembre disso. ㅡ Harry voltou a se deitar na grama.

Pensava que talvez não devesse ter feito aquilo, mas a razão não era maior do que a sensação de felicidade que lhe preenchia por ter feito o que fez. Se fosse errado não se arrepender do beijo, então ele aceitava continuar errado.

De forma tímida, Harry puxou a mão de Severus e entrelaçou os dedos de ambos. E então começou a sentir uma pequena carícia vinda da parte do outro, o fazendo sorrir.

Severus estava deitado tentando pegar no sono. Sua mente insistia em se prender ao beijo que havia ganhado do moreno. Ouviu um barulho na sua janela e se virou, vendo uma coruja do Ministério. Levantou-se e foi até a janela, pegando a carta e começando a lê-la. Suspirou e olhou de forma pesarosa para a noite a fora.

Espantou a coruja depois de um tempo e foi se trocar. Quando terminou de se vestir, pegou sua varinha da cômoda e a escondeu na bainha da manga. Não arriscaria ir á nenhum lugar desprotegido.

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