Prólogo

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O pior sentimento do mundo é aquele em que você está rodeado de pessoas e você sente que nenhuma delas são suas amigas; parece que elas apenas querem algo de você e nada mais, pois sentimentos não importam.

Eu tenho essa sensação todos os dias.

─ Sakura, você poderia me emprestar o caderno de Língua Inglesa? ─ Karin, uma garota incrivelmente popular, aparece na minha mesa sorrindo.

─ Claro.

E eu, idiota, não consigo dizer a palavra "não". Por quê? Sinto apenas medo de magoar as pessoas com essa palavra. Ela apenas pegou o caderno e sorriu novamente, deixando seus dentes à mostra; sem nem um agradecimento.

Abaixei a cabeça e esperei a aula terminar para que finalmente conseguisse chegar em casa e viver normalmente como sempre.

🌌

Quando o sinal tocou anunciando a saída, eu me ergui e peguei a mochila, sorrindo sem vontade para todos que me cumprimentavam da mesma forma.

Eu tenho muitos 'amigos', que não são realmente amigos de verdade, para mim são só colegas de sala, e para eles eu também não sou nada diferente desse nível.

Eu não sou depressiva ou suicida, apenas tenho uma autoestima baixíssima, sempre acredito que não sou o suficiente para as pessoas, ou que não sou o suficiente para mim mesma. Entre alguns grandes intervalos de tempo, eu visito o psicólogo, mas nada muito grande ouço dele.

─ Ah...me desculpe. ─ murmurei quando trombei com um garoto e, sem querer, acabei derrubando os livros que ele carregava. O mesmo nada disse, apenas se abaixou para recolhê-los.

Eu fiz o mesmo, vendo que os livros pertenciam a biblioteca, me ofereci para ajudar ele a levar até o local de destino. Seu silêncio foi uma resposta para mim, então eu apenas o segui.

De costas para ele, eu pude notar alguns pequenos detalhes. Seus cabelos eram negros, sua pele era branquinha como a neve e, por baixo do casaco, uma parte do seu pescoço havia uma tatuagem. Bem, pelo menos era o que eu achava ser, porque não dava para ver muito.

Colocamos os livros na mesa da biblioteca vazia - o que não era de se impressionar já que era a hora da saída e nenhum aluno gostava de ficar em uma biblioteca.

Me virei para falar com o menino, abrindo um sorriso alegre.

─ Eu sou Sakura Haruno, e voc...? ─ antes que eu completasse a pergunta, a porta do local bate e eu percebo que estava falando sozinha.

Ele é bem intrigante, apesar da ignorância.

Halves | SasuSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora