desânimo

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Oi! Tudo bem? Espero que sim.
Gostaria de dizer que este capítulo será postado e talvez eu demore pra atualizar novamente porque me pediram um combo, como é a minha primeira vez fazendo isso, vou fazer 3 capítulos e postar quando finalizá-los. Estou tendo aulas agora então fica meio puxado, mas vou fazer de tudo pra não demorar muito.

Perdoem-me qualquer erro, me desculpem também por não conseguir responder todo mundo. Se quiserem fazer alguma perguntinha e deixar aí, eu tento responder.

Enfim, espero que gostem!
*******

Em uma reação quase automática, bato na mesa e me levanto, confusa. Minha mãe olhava para os papéis em suas mãos, não querendo dirigir o olhar para mim.

ㅡ Mudar?! Mãe, por que isso do nada?

ㅡ Me desculpe, minha filha, eu não queria tomar essa decisão. ㅡ ela faz uma pausa. ㅡ Mas será melhor para nós duas.

ㅡ Mas por que não me perguntou?

A de cabelos loiros segura minhas mãos desesperadamente, com lágrimas nos olhos. Toda minha raiva desaparecera naquele momento. Sim, eu não deveria pensar somente em mim num momento como este.

ㅡ Eu não consigo, Sakura. Ainda dói não ter ele do meu lado... Eu não consigo olhar pra qualquer lugar sem lembrar de tudo que passamos juntos. ㅡ minha mãe funga, tentando não deixar o choro vencer sua voz embargada. ㅡ Por favor, não fique brava comigo.

Devolvo seu aperto de mão, acariciando seus dedos enquanto assentia. Alguns minutos depois ela consegue finalmente parar de chorar e se levanta da cadeira, puxando-me para um abraço. Me aconcheguei em seu ombro, fechando os olhos.

Talvez eu tivesse esquecido por um momento que a realidade nem sempre é o que queremos. Uma hora você acorda pra vida.

✨__🌙____💫

Quando abri os olhos percebi que já era segunda, dia de ir a escola e lidar com responsabilidades. Ontem Itachi não tinha vindo como disse que viria e hoje eu resolvi não comparecer às aulas. Não tinha falado com Sasuke desde aquele incidente, nem sequer tinha tocado no celular desde então.

Estava cansada, desanimada. A sensação de estar caindo estava de volta, a falta de coragem para qualquer coisa me dominava. Recebi uma mensagem de Kakashi dizendo que hoje a tarde seria mais uma das nossas sessões e, sinceramente, não estava a fim de ir.

Sentia que ir lá não fazia diferença pra mim, nada mudava.

Me virei para o lado e abracei o travesseiro, vendo no relógio de parede que eram 9h da manhã. Talvez hoje eu visitasse Ino também. Suspirei, contando até três antes de me erguer finalmente e sair do quarto até a cozinha. O cheiro de panquecas dominava a casa e acordava meu estômago.

ㅡ Bom dia, mãe. ㅡ a abracei forte, dando-lhe um beijo estalado na bochecha.

ㅡ Parece que alguém acordou de bom humor.

"É. Um ótimo humor.", pensei, sorrindo ao sentar na mesa.

ㅡ Você volta cedo hoje, não é?

ㅡ Sim, já que seu ano letivo acaba mês que vem, vamos nos mudar mês que vem. Vai ser um mês corrido então tenho que me preparar mentalmente e fisicamente.

Meu sorriso aos poucos vai morrendo e eu disfarço colocando um grande pedaço de panqueca na boca. Ela agora estava de costas, fritando algo no fogão, então nem tinha como notar minha cara.

ㅡ Vi que você não foi a escola hoje.

ㅡ Acordei tarde. ㅡ menti.

ㅡ Vou ter que voltar a te acordar, mocinha? ㅡ sua voz brincalhona soa pelo cômodo e eu dou uma risadinha. ㅡ Estou indo trabalhar, coma bem e não apronte nada. ㅡ minha mãe põe outra panqueca em meu prato, jogando mel em cima. Em seguida a mesma se aproxima e beija minha testa demoradamente, como se sentisse medo de alguma coisa.

ㅡ Te amo, mãe.

ㅡ Também te amo.

Observo-a pegar sua bolsa e pôr no ombro enquanto mastigo sem vontade. Logo ouço a porta da frente bater e o barulho de seu carro ligado soar alto. Ela já estava indo.

Agora sou só eu. E eu. E o silêncio.

✨__🌙____💫

Estava encarando o teto da sala, envolta do tédio, quando ouço alguém bater várias vezes na porta. Da última vez que fizeram isso, não foram boas notícias, não estou com psicológico para lidar com outra má notícia novamente.

Me ergo, arrastando meu corpo pelo cômodo até chegar na porta e ver pelo olho mágico o corpo de Sasuke trêmulo do lado de fora. Rapidamente passo a mão pelo cabelo, tentando ao menos mostrar uma boa aparência, em seguida abro a porta. Ele levanta o rosto, preocupado.

ㅡ Você tá bem?

ㅡ Sim... ㅡ respondo, franzindo o cenho. ㅡ O que aconteceu?

ㅡ Você não foi pra aula, consegui uma desculpa e saí da escola achando que algo tinha acontecido. ㅡ o moreno levanta seu celular na mão esquerda. ㅡ Você não atende nem responde as mensagens, me deixou preocupado.

ㅡ M-Me desculpa. ㅡ gaguejo, vendo-o esconder suas mãos geladas dentro de seu casaco. ㅡ Vem. ㅡ o puxo pelo braço para dentro de casa, que com certeza estava mais quente. Assim que ele entra eu fecho a porta, prendendo a respiração antes de me virar e olhar para seus olhos que observavam cada movimento meu.

Sorri fechado e, antes que falasse qualquer coisa, meu rosto fora pressionado levemente contra seu peito em um abraço inesperado. O cheiro de seu perfume invade minhas narinas e sinto que posso finalmente chorar. Retribuí o abraço e deixei algumas lágrimas caírem silenciosamente, enquanto suas mãos acariciam meu cabelo em uma tentativa de me aconchegar.

É incrível como às vezes estar com um certo alguém te traz a capacidade de ser igual a um livro: aberto e cheio de significados - ocultos ou não.

ㅡ Eu tô aqui. ㅡ ouço sua voz sussurrar antes de nos afastarmos. Nossos olhares se encontram e ele segura meu rosto delicadamente, aproximando seus lábios da ponta do meu nariz e deixa um beijo ali, sorrindo levemente; era inevitável não sorrir junto dele.

Aproximo nossos rostos e, desta vez, beijo seus lábios. Uma corrente elétrica corria por meu corpo, borboletas faziam a festa no meu estômago e meu coração dançava incessantemente. A boca de Sasuke estava gelada por conta do frio que fazia lá fora, junto da minha que estava quente, me deixava arrepiada dos pés a cabeça pelo choque.

Enterrei meus dedos entre seus fios de cabelo, intensificando o beijo ainda mais quando as mãos do Uchiha vão parar na minha cintura. Logo nos separamos por conta da falta de ar, ofegantes, e eu fico na ponta dos pés ao abraçá-lo pelo pescoço.

ㅡ Obrigada.

ㅡ Não tem por que agradecer.

Me afasto dele e sorrio fechado, lamentando não estar bonita neste exato momento. Balancei a cabeça tentando não focar nisso e sim em quem estava na minha frente.

ㅡ O que aconteceu?

ㅡ Ah... É uma situação complicada... ㅡ cocei a nuca, tentando não dar muita corda. ㅡ Não vamos falar sobre isso agora, como você e Itachi estão?

ㅡ Bem... ㅡ o moreno fica sem reação e eu o guio para se sentar nas cadeiras da cozinha. ㅡ Como sempre.

De repente me lembrei que iria conversar com Itachi algum dia - quando o mesmo resolvesse aparecer - sobre tudo isso, mas queria saber o lado de Sasuke também, porém não queria pressioná-lo. Decidida a não insistir caso recebesse uma resposta negativa, resolvi finalmente perguntar sobre.

ㅡ Sasuke-kun, ㅡ chamo sua atenção, mexendo os dedos nervosamente. ㅡ O que aconteceu entre vocês dois?

Pude notá-lo estremecer um pouco e seus lábios se abriam e fechavam repetidas vezes, era uma reação instantânea e provavelmente ele pensava se deveria dizer ou não. Seus punhos se fecham, sua respiração pesa e seu olhar vai até o chão. Levei minhas mãos até as suas, tentando fazer com que ele me olhasse.

Ficamos em silêncio total e eu entendi que ele não iria falar.

ㅡ Tudo bem, tudo tem seu tempo e-

De repente, nossos olhares se encontram. Aqueles olhos ônix agora estavam vazios e perdidos. Mais uma vez sua boca se abre, trêmula e eu franzo o cenho. E então, finalmente sua voz sai:

ㅡ Ele matou os meus pais. 

Halves | SasuSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora