Halves | SasuSaku

Flores

No dia seguinte, já na escola, Sasuke havia faltado aula. Não que fôssemos da mesma sala, mas pude ter certeza disso ao constatar com um loiro que estuda com ele. Talvez tenha acordado tarde, talvez estava com indisposição para ir estudar em um dia friorento como hoje...ou talvez algo tenha o acontecido.

Não. Não aconteceu nada. Balancei a cabeça negativamente e olhei para as três meninas a minha frente: Karin, Hinata e uma ruiva que não fiz muita questão de lembrar o nome.

─ O Deidara vai dar uma festa esse fim de semana. E vocês sabem, ele é o maior festeiro que essa escola tem.

Todas direcionam seu olhar para mim e Karin sorri, mostrando seus dentes entre os lábios pintados de vermelho.

─ E-eu não vou...

─ Sakura, você tem que ir! É a festa do mês!

─ Eu não sei lidar com festas, Karin.

─ Eu prometo que não vou te deixar sozinha naquele monte de gente. ─ a ruiva me encara sugestivamente. ─ Quem sabe até te apresento a uns garotos bonitinhos.

Se eu negasse novamente, ela iria me encher o saco odia todo, como fez quando eu neguei lhe emprestar o meu trabalho de literatura. Suspirei e balancei a cabeça positivamente.

─ Certo. Eu vou.

Ela se juntou com suas amigas e me abraçou forte, dando a parecer que não era uma amiga falsa. Falsa que só quer mesmo passar de ano através de mim.

─ Eu te busco, esteja pronta às seis.

Assenti positivamente de novo, não estando a fim de dizer nada e elas saíram da minha mesa. Por fim, retornei a comer o que estava em meu prato, já sem muita vontade.

🌙🌌

─ Você, pelo jeito, ama essa flor. Vive comprando ela... Eu te entendo. ─ Ino dá uma risada, me entregando algumas das flores em tons azuis.

─ Me identifico com elas.

A loira me entrega o troco e se senta ao meu lado, oferecendo uma xícara de chá.

─ Obrigada. ─ murmurei ao pegar o recipiente.

─ Sabe, quando eu vejo outras pessoas vendendo flores pelo dinheiro, fico triste. ─ ela encara um ponto vazio, parecendo lembrar-se de algo desagradável.

─ Como assim?

─ Eu gostaria de ter o poder de mostrar a todos a importância das plantas e flores. Muitos não valorizam. ─ Ino se levanta e pega uma jarra para regar as plantinhas de vaso. ─ Muitos as pisoteam. Isso dói em mim e nelas.

Encarei a pequena flor em minhas mãos, sorrindo diante de tanta beleza. Será que um dia eu chegarei a ser assim?

─ Estou certa de que o ser humano irá entender isso um dia.

─ E eu estou certa de que o homem só entendera isso quando faltar tudo o que temos.

Ela tinha razão. Quando se tratava de plantas não havia como rebater com Ino, ela sempre dava a última palavra.

O telefone em meu bolso começou a tocar e no visor estava escrito que era minha mãe.

─ Oi, mãe.

─ Filha, hoje eu vou chegar um pouco mais tarde, certo? Tranque todas as janelas e portas da casa, todo aquele procedimento. ─ minha mãe dizia do outro lado da linha, me fazendo olhar pelo vidro da janela da loja.

Estava anoitecendo.

─ Certo...se estiver muito tarde para voltar, durma na casa da...

─ Sim, sim, filha. Obrigada pela compreensão. Boa noite e durma bem mais tarde. Qualquer coisa não hesitei em me ligar.

─ Até mais.

Me levantei do banquinho em que eu estava, guardando o celular cuidadosamente na cintura, lugar onde não correria riscos de um ladrão ver para roubar.

─ Ino, eu vou para casa, antes que o céu fique totalmente escuro. Muito obrigada por hoje.

─ De nada, Saky. Venha mais vezes, estou precisando de pessoas como você aqui e no momento só tem você. ─ ela dá uma risadinha, secando suas mãos no avental para depois me dar uma abraço caloroso.

─ Obrigada.

Não tardei muito ali e me retirei para ir até em casa, que por sorte não precisava de nenhum meio de transporte para chegar. Quando coloquei os pés dentro de casa, fiz todo o procedimento que minha mãe me pedira e fui dormir sem tomar banho mesmo.