Acordei cedinho, escovei os dentes e desci, Diogo ficou no quarto. Minha madrinha estava na cozinha fazendo o café, peguei uma fruta e falei que ia dá uma volta.
Se ontem quem precisava de um tempo era Diogo, hoje era eu quem precisava. Me entreguei a ele, achei que ele sentia algo por mim assim como eu por ele, mas pelo que vi, era só tesão mesmo, apenas sexo.
Cada momento da noite de ontem vinha a minha mente e me fazia ver como foi gostoso ser dele, eu o amo e isso me faz não me arrepender.
Naquela pracinha, observava sol iluminando tudo, mas quase coberto por algumas nuvens. Pessoas caminhando, os carros passando e a brisa suave soprava sobre todos.
Era hora de voltar e encarar a realidade, enxergar que tudo o que foi vivido ontem foi puro desejo e nada mais. No meu coração havia uma pitada de esperança, talvez Diogo gostasse realmente de mim e que nossa transa foi mais que um sexo casual, foi paixão e até mesmo amor.
-Pois saiba você. Diogo virou-se sem me ver. -Que ontem à noite o mesmo sentou no meu, quem fez gemê-lo foi eu, ele preferiu dá para mim do que para você e mais uma vez meu caro, eu saí na frente. Esbravejou Diogo em alto e bom som para Otávio que estava a sua frente.
Eles estavam falando de mim?
Como Diogo pode expor o que vivemos ontem assim?
Os olhos de Otávio estavam em mim, Diogo notou, virou-se e deu de cara comigo, estarrecido, decepcionado e humilhado.
O que fazer?
Correr, me enterrar ou sumir do mapa, essas eram as três melhores opções.
Engoli em seco, minhas mãos suavam e claramente eu não tinha palavras para gastar com aqueles dois idiotas.
-Júlio! Gritou Diogo.
Era hora de ignorar, fui ignorado ontem, hoje era a minha vez. Passei pelo os dois e ambos tentaram me falar e me segurar, mas esquivei-me. Entrei em minha casa e a tranquei com a chave, hoje queria passar o dia sozinho.
Entrei em meu quarto e desabei, comecei a chorar, eram inevitáveis às lágrimas, nunca fui tão humilhado assim. Volta e meia me lembrava da noite de ontem, o quanto foi gostosa e o quanto me senti amado. Que ódio!
⏮⏮⏮⏮
Lavei meu rosto e fui para àcasa de meus padrinhos, era hora do almoço.
-Sente, filho! Minha madrinha carinhosa como sempre.
Sentei e ela fez meu prato, juntamente comigo à mesa estava meu padrinho, sua filha e Diogo, este último me fitava.
O almoço correu normal, apenas conversas paralelas, tentava sorrir para disfarçar o clima tenso entre mim e o Diogo.
Após o almoço, ajudei minha madrinha a lavar as louças, enquanto isso, Diogo, seu pai e sua irmã estavam na sala assistindo seriado na TV.
Falei com minha mãe e a mesma falou sobre seu retorno na segunda-feira.
⏮⏮⏮⏮
-Preciso falar contigo! Direcionou a mim, Diogo.
Era hora de encarar isso, o acompanhei até o seu quarto.
-Cara, aquilo foi um mal entendido. Falou fechando à porta.
-Diogo, Porquê? Olhei em seus olhos. -Porquê me expor e nos expôs daquela maneira? Questionei.
-Eu...
-Sabe. O cortei. -Ontem vivemos algo tão lindo e você foi tão rude depois, se absteve, me ignorou e quando pode foi contar para o Otávio, justamente para ele. O fitei.
Diogo estava perplexo, sem ação.
-E porquê? O indaguei. -Porquê queria entregar na cara dele que mais uma vez venceu, mais uma vez saiu em vantagem e "comeu" alguém primeiro que ele. Fiz aspas com os dedos.
Ele suspirou alto.
-Júlio, não é isso. Caminhou até mim. -Foi um mal entendido, deixa eu explicar. Pediu.
-Você me ama? Perguntei.
Seu olhar vacilou.
-Já pressumia. Falei. -Você foi tão... Babaca.
Diogo ergueu sua cabeça.
- E você Júlio, você ia transar com Otávio. Rebateu.
O encarei.
-O Otávio me mandou um áudio de uma conversa de vocês dois e lá vocês marcavam de transar. Continuou.
Estava estarrecido.
-O Otávio fez isso? Questionei incrédulo.
Júlio me mostrou o áudio, não era mentira.
-Idiota! Esbravejei virando-me.
-Júlio, quando ouvi esse áudio... Eu fiquei irado, com raiva e...
-Já entendi. O interrompi. -Você achou que devia fazer algo e sair em vantagem. Falei por fim.
-Não Júlio, foi você quem quis, lembra? Ele estava certo.
-Mas a sua consciência não pesou? Indaguei. -Resolveu juntar o útil ao agradável. Falei o olhando.
Ele sentou-se na beira da cama.
-Eu fui completa idiota, assumo. Estava cabisbaixo.
Suspirei fundo.
-Sabe o que é pior nisso tudo? Tive sua atenção. -É que eu não me arrependo de ter transado contigo. Fui sincero.
-Eu também não, Júlio. Disse ele.
-Porquê não quis dormir comigo ontem? Perguntei.
Ele ficou calado.
-Enfim, Diogo, agradeço pela noite de ontem e pela sua meia sinceridade, mas não se preocupe, não ficarei mais no seu caminho. Falei caminhando rumo à porta.
-Espera! Levantou-se.
Fiquei em modo estátua com a mão na maçaneta da porta, esperei falar, mas ele não falou nada. Saí dali e desci para à sala, esse final de semana tem que acabar logo.
⏮⏮⏮⏮
Era final de tarde, resolvi fazer uma caminhada pelo bairro (mais uma, aliás). Coloquei meus fones de ouvido, aumentei um pouco do volume e selecionei minha playlist. Acredito que esteja conspirando contra mim, pois a primeira música da minha lista era à música da Ana Carolina "Quem de nós dois". Tem condições?
Passei ela, pois essa música descrevia muito o atual momento entre Diogo e eu, e na real, quero esquecer isso, sou muito novo para sofrer por amor (se é que já não estou a sofrer).
Cheguei a uma pracinha, não era tão distante de minha casa, lá havia algumas crianças brincando, pessoas conversando e outras caminhando. Parei para tomar um sorvete. Meu celular tocou e o nome de Otávio surgiu no visor, ignorei.
Fiquei lá mais um pouquinho, mas de repente tive minha atenção roubada por um homem passado alguns metros de distância, juntamente com ele ia uma mulher e um garoto de aproximadamente 12 anos. Quem é aquele cara? Porquê ele me chamou atenção?
Será que o conheço? Mas de onde?
Capítulo pequeno, mas me esforcei. ❤
Quem será esse cara, heim?
(Obs: Capítulo não revisado).
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Eu&Você
RomanceUma história cheia de clichês, mas que vale a pena ler. (OBS: Esss livro possue cenas de sexos e palavras de baixo calão).