Capítulo Dezesseis

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Thomas

    Passar o fim de semana com a Alessandra foi muito gostoso, além de nos conhecermos mais, é claro.

    Eu vejo muito minha vida com uma mulher como ela. Mas não posso atropelar tudo. Já percebi que sempre que o assunto surge sobre relacionamentos, ela diz que não quer ter pressa.

    Agora que estou deitado em minha cama, sentindo o cheiro dela, penso que ela poderia estar aqui comigo, mas mais uma vez ela pediu calma. Será que amanhã ela vai ficar distante de mim? Como será nosso primeiro dia no trabalho depois desse fim de semana?

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Hoje, segunda-feira, assim como as outras, volto àquela rotina em que estou habituado. Vou pro trabalho, e a vejo chegando, mas como ainda vou estacionar, não consigo alcançá-la. Vou direto pra minha sala, na hora do almoço devo encontra-la e lá a gente se fala.

    Trabalho sem parar um minuto, não tive tempo de falar com meu Anjo. Ela também não me ligou. Acho que esse espaço que ela precisa. Não vou pressionar.

    Vou pro restaurante no horário de costume, mas antes passo na mesa dela no trabalho, e ela não está. A vejo sentada com uma das colegas de seu setor, sorrindo, como meu Anjo que conheço. Vou agir naturalmente, dentro do que consigo. Afinal, não sei se ela quer esconder de todos.

    Com meu prato na mão, sento de frente pra ela, na mesma mesa que elas estão, uma do lado da outra, as duas me olham surpresas, mas a colega dela, engasga.

-Boa tarde! Posso me sentar com vocês? – Pergunto, mas já me sentei.

-Boa tarde! – As duas respondem em uníssono. Mas a Alessandra continua - Já se sentou.

-Alessandra, te vi chegando hoje, mas quando te alcancei, já tinha subido o elevador. – Tento puxar assunto.

-Não era eu! – Ela responde apenas. Mas com toda certeza que era ela. Conheço aquela bunda até se estivesse embrulhada em papel de presente.

- Tenho certeza que sim! Jamais me confundiria o ... você.

-Eu não uso o elevador da empresa quando chego Thomas, Trabalho no terceiro andar e não vejo motivos pra isso. – Fala um pouco nervosa e coloca comida em sua boca.

-Era você! Pode não ter pegado o elevador, mas era você! – Elas me encaram, mas logo percebo que ela está nervosa com alguma coisa, certamente comigo, já que está me desafiando a todo tempo. A colega dela nos corta do assunto.

-Como anda no trabalho Thomas? Muita coisa pra fazer como sempre ne? – Como ela sabe meu nome?

-Muito sim, e sim, como sempre. Aquilo nunca para. Ainda bem que não trabalho com papéis como vocês – as duas me olham sem entender, já que quando chegam e saem suas mesas estão arrumadas. – passei lá pra convidar você pra almoçar – falo olhando pra Alessandra – Mas encontrei só umas mesas imersas em papéis.

-Ah Thomas... Por favor – Ela fala colocando suas mãos no rosto envergonhada. – eu fico atolada no trabalho a semana inteira, odeio ver minhas coisas bagunçadas, mas tem hora que não dou conta.

A conversa flui naturalmente, já que o assunto é trabalho e temos muito em comum pra conversar.

-Alê, quando vai arrumar um namorado? Faz tempo que está sozinha desde... – Alessandra corta a colega respondendo sua pergunta e impedindo que continuasse.

-Então Duda, eu não sei quanto tempo ainda vou ficar sozinha. Passei um fim de semana maravilhoso com um boy magia. – Ergo minha sobrancelha, ouvindo o assunto. – Quando olho pra colega que agora sei que é Duda, vejo que ela encara a Alessandra boquiaberta.

Inocente pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora