Inocente pecado

Capítulo Trinta e Dois

Alessandra

Céus! Oh céus, ele está com uma caixinha de veludo na mão, preta. OMG*, será possível?

-Alessandra, durante todos os anos que nos conhecemos, eu sempre soube que você mexia com minhas estruturas físicas, além de psicológica. – Ele começa e confirmo o que pensava, ele vai mesmo fazer isso. - Você virou meu mundo de cabeça pra baixo, quando entrou de vez em minha vida e mostrou que posso sim ser feliz com meus defeitos e qualidades, e que são todos notados, mas apenas as qualidades são citadas, porque ao invés de reclamar dos meus mil defeitos, você apenas me elogia e me ama da maneira mais pura e limpa que alguém pode fazer. Como você disse, vivemos nosso inocente pecado da maneira mais clara que podemos. Não escondemos nada um do outro, e vivemos um para o outro, independente do que as pessoas achem da gente. Eu te amo incondicionalmente, e descobri o que é esse amor com você. Um amor que é mais forte do que eu. Nosso desejo, nosso sexo, é maravilhoso, mas além dele, toda nossa convivência e nossos gostos, são coisas absurdamente lindas que vivemos. Eu te amo além dessa vida. Casa comigo? – Meus olhos estão marejados agora, sem dúvida, que sim, eu quero mais do que tudo nessa vida viver pro resto da vida com esse homem. Mas não seria cedo demais pra isso?

Eu continuo aparentemente impassível. Claro que não estou por dentro. Estou completamente sem reação, só isso.

Fico logo sem comando sobre meu próprio corpo, daquele jeito que só o Thomas é capaz de me deixar.

-Anjo, por favor, diz alguma coisa, seja qual for sua resposta, estou sem ar, já estou me sentindo mal. – Ele não está me falando isso... Oh céus, ele não vê mesmo o quanto o amo.

Pulo em cima dele, que ainda está com os joelhos na cama, de frente pra mim, e juntos, de joelhos, nos beijamos apaixonadamente.

Seu beijo necessitado, me tira todo o fôlego que restou em mim, depois dessa emoção. Seus braços, agora enlaçados em meu corpo, pressionando-me contra ele, e sua ereção se formando mais uma vez por mim, me enlouquecem. Ele não é algo, ele é um conjunto de "algos" que me completam.

Me afasto da sua boca, com dificuldade, porque meu corpo deseja o dele, mas preciso falar. Sei que não é o momento, minhas atitudes já responderam o que ele queria, mas preciso.

-Thomas – paro por alguns segundos puxando o ar, e olho pelo seu rosto. Seus lábios inchados do nosso beijo forte, estão mais lindos do que de costume – Eu amo essa boca inteligente que, sempre que vai dizer qualquer coisa, é a coisa mais malditamente inteligente e sensata do mundo. Você é perfeito! Quem não haveria de querer viver ao seu lado pra sempre? Isso não deveria ter sido uma pergunta, e sim uma ordem. Você, é quem comanda todos os meus sentidos. Eu te amo infinitamente. Você é quem me faz viver com tanta intensidade, e com tanta vontade de mais. Mais de mim, por você, mais de mim, pra você! Eu te amo! E se ainda restou qualquer resquício de dúvida do que isso significa, eu quero me casar com você. E eu prometo me esforçar pra te fazer feliz, e sei que com todo esse amor, isso não será difícil.

Dessa vez, não sou eu que avanço pra cima dele, ele já está colando nossos lábios novamente. Nosso beijo se encaixa tão perfeitamente, que não tenho palavras pra descrever. Seus lábios, são tão macios, que quando percorrem qualquer lugar da minha pele, me alucina. Suas mãos são tão grandes, que quando espalmam meu corpo, eu me sinto completamente presa, não só pelo corpo, mas também pela alma. Ele me prende por completo nele.

E como diria Clarice Lispector: "Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento". Realmente, me deixei viver uma emoção boba, de início, aquela excitação que sentia só de me aproximar daquele homem. Hoje, estou aceitando seu pedido de casamento. Viver ultrapassa qualquer entendimento.