Capítulo Vinte e Cinco

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Alessandra

Eu queria mesmo provocar o Thomas, ver se ele teria coragem de ir comigo em minhas aventuras, afinal, nem todo mundo concorda com elas. Mas esquecendo o passado e focando no presente, eu admito: Ele me surpreendeu!

Não se importou em fazermos barulhos, tudo bem que os quartos eram longe da onde estávamos, mas poderíamos correr riscos de nos verem e até nos ouvirem, mas ele não se importou. E isso só tem uma explicação. Definitivamente, ele se perde comigo tanto quanto me perco nele, eu não sei quem sou quando estou com ele, só que não quero abrir mão disso nunca. Nós somos tão felizes. Eu amo o jeito dele, a forma que ele me olha, como ele me trata, como o meu corpo reage à sua presença, e até quando ele briga comigo eu me encanto, porque até pra chamar atenção ele é calmo.

Sente um ciúme irreparável de mim, apesar de nunca ter curtido essa onda de ciúmes, eu gosto disso nele, pois ele não tem um ciúme normal, é uma coisa de posse, e eu entendo perfeitamente, porque eu tenho o mesmo com ele. Confio nele plenamente, mas a ideia de alguém o olhar, o desejar, o querer, me rasga por dentro. Entendo perfeitamente esse sentimento dele, em absoluto.

Eu precisei me abrir, eu precisava que meu relacionamento, com quem quer que fosse depois do meu ex, fosse extremamente aberto, e queria deixar claro que não gostaria de ser vista e nem tratada da mesma forma nunca mais. Aquilo me sufocava, por mais que não houvesse ciúme em excesso, sempre vinha com o mesmo discurso, que não confiava em mim, que não achava que eu o amava, que eu não dava carinho o suficiente, em geral, eu nunca era o suficiente pra ele. Seja porque não confiava em minha fidelidade. Tudo o que eu precisava era prosseguir minha vida me sentindo bem, feliz, amada. E hoje, eu tenho isso.

Conhecer a sogrinha foi uma delícia, embora quisesse passar mais tempo com ela, o tempo era curto porque a semana continuava uma correria.

A semana mais uma vez passou depressa, e claro, a Aline não falava mais comigo direto, e lá vamos nós enfrentar a primeira barra.

-Aline, posso falar contigo?- Pergunto bem direta assim que chegamos no trabalho na quarta-feira.

-Claro, eu fiz alguma coisa errada nos relatórios que você analisou? – Ela pergunta bem profissional, e eu entendo bem seu recado, não quer falar sobre o que a incomoda.

-Não, você é uma ótima profissional, mas eu preciso entender porque está meio virada comigo. Eu te fiz alguma coisa? Nós mantínhamos um relacionamento bem saudável, e não sinto isso mais.

-Você não sabe por quê? – Ela fala revirando os olhos em ironia – Você tomou o Thomas de mim, sabendo que em todo esse tempo eu estive de olho nele. E nem se importou em me perguntar se tudo bem. Como acha que estou me sentindo?

Oi? Ele era dela? Desde quando? Eu perdi alguma coisa? – Como assim? – Pergunto realmente espantada.

-Pergunte ao seu namorado! – Ela revira os olhos mais uma vez, mas ainda completa – Ele me disse que eu seria a primeira que ele procuraria depois daquele beijo e... – Ela para e não termina de falar. – Bom Alessandra, agora me deixe trabalhar e vá viver seu conto de fadas!

Que beijo? Eu precisava saber de alguma coisa e não sabia?

Droga! Eu tenho provas essa semana inteira, menos na sexta, que não terei aula pelo seguimento de provas. Eu não precisava disso pra me atrapalhar. Não agora. Mas não tiro da cabeça o que ela falou. Nem descia pra almoçar com ele em nenhum dos dias, ele nem conseguiu vir me ver também, cheio de trabalho, eu apenas trabalhava, e ele também. Tentei adiar o máximo nossa conversa sobre esse assunto, pra eu estar mais calma, e conseguir escutá-lo, porque se fosse nervosa como estava no momento, nem escutaria o que ele tivesse pra falar.

Inocente pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora