Inocente pecado

Capítulo Dezenove

Thomas

Esses dias se arrastaram bem lentamente, especialmente as noites, em que estive pensando na Alessandra sem parar. Várias vezes adormeci com ela no pensamento, se não sempre.

Consegui o celular da Melissa e do Alexander com Gustavo, esse era o único jeito de saber do meu anjo.

Não queria me aproximar do Alexander, já que ele é muito próximo da Alessandra, e isso realmente me incomoda. Me incomoda mesmo é ela ser próxima de qualquer pessoa além de mim. Tá, isso já está me assustando também. Sempre fui ciumento, mas ela me tira do sério mesmo. Bem mais do que já senti com qualquer outra mulher.

Ela me desperta uma posse que não sei se é correto existir. A única forma que me vejo chegando perto dela, seria me aproximando deles dois, apesar da Melissa realmente ser uma garota legal.

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Não me arrependo de ter feito amizade com eles por interesse nela, porque hoje, gosto bastante deles. Sim, agora, até o Alex me parece um cara legal. Tanto ele quanto Melissa me deram apoio por ver meu sofrimento, e sem nunca ter perguntado o que aconteceu, não sei se ela deu a versão dela da história, mas do meu lado nem existia uma versão. Porque na verdade, não entendi o que aconteceu, mas quis respeitar o seu espaço como tinha que ser.

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Sábado, duas semanas sem ver a Alessandra. Dia de tocar no pub novamente onde estivemos juntos. Selecionamos as músicas que seriam tocadas. Fiz questão de escolher uma, que o Gustavo concordou de imediato e os rapazes também. Ninguém sabia, mas aquela era a música que eu ouvira e me fez lembrar em absoluto dela.

Ajeitamos os instrumentos e ligamos tudo como de costume, e Gustavo diz que os amigos chegaram. Preciso ir cumprimentar meus novos amigos, que graças a Deus são os que tenho em comum com a Alê. Vou em direção da mesa e não acredito no que eu vejo. Ela está ali, sentada, linda, com seus cabelos soltos, e com seus olhos que penetravam a minha alma.

Andei sem desviar o olhar dela, e por incrível que pareça, e um tanto desconcertante, ela fez o mesmo, não desviou o seu olhar.

Cumprimento os nossos amigos primeiro, e noto que seu olhos está completamente curiosa. Deve ser pela proximidade que ela percebeu entre nós. Logo vou cumprimenta-la.

-Alessandra, tudo bem? – Estendo a mão e seguro a dela, que agora se levanta, e posso apreciá-la melhor. Está maravilhosa como sempre.

-Tudo Thomas, não sabia que estaria aqui –Ela não viria então? Meu coração desmonta, mas logo ela diz que viria mesmo sabendo. Sua voz doce me dizendo que estou lindo, derrete meu coração. Seu olhar, sua boca com esse batom rosa escuro, realçando sua pele clara, está linda. E a forma como ela me olha, ela sente minha falta.

-Não Anjo, você é que está linda. Meu lindo Anjo! – Faço questão de frisar que ela é meu Anjo, assim, quando eu cantar pra ela, não restará dúvida alguma.

Admiro a mulher firme que ela é, mas o que afinal eu não admiro nela? Mesmo se derretendo, ela se mantém dentro da sua decisão. Espero que quando voltar atrás no tempo que ela pediu (porque eu realmente espero que ela volte atrás), ela seja tão firme quanto está sendo.

O cheiro dela invade meu nariz, me levando às nuvens. Tudo o que eu queria era enterrar o nariz em seu pescoço e cheirar até me fartar dela. O que não acho que seja possível nunca.

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Agora sim, sinto mais vontade de cantar pra ela a música que escolhi. Nada faria mais sentido do que cantar com ela me olhando e sentindo cada palavra.