Primeira armadilha

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Tinha achado uma maneira de por seu plano em prática, mas havia um porém. Como iria descobrir a senha de desbloqueio do celular?

Luka sempre foi muito reservado com suas coisas, e é claro que ela nunca quis pressioná-lo a nada pois nunca teve motivos para desconfiar dele.

Só depois de umas semanas atrás, quando chegou em casa quase de madrugada e com um cheiro estranho no corpo. E não somente o cheio, o jeito dele estava esquisito. Aos poucos Marinette foi caindo na real e quando se deu conta, estava no seu carro assistindo a comprovação das suas suspeitas: A traição do seu marido.

Aquele filho de uma puta.

Aliás, coitada da mãe dele. Ela não merecia ser xingada assim, ela não merecia o filho traidor e desgraçado que tinha.

Imagina o quão escandalizados todos ficariam ao descobrir que o perfeitinho Luka, tinha traído sua esposa com uma piranha qualquer.

Claro que não deveria ser uma puta de rua, mas Marinette não queria saber, ela poderia ser uma mulher casada e com filhos. Se estava envolvida naquela merda, era uma puta sim, os dois! Foda-se. Ninguém prestava ali, vai pro inferno.

Ela ardia em ódio e frustração e cada vez que pensava em como descobrir a senha do celular daquele idiota, mais o seu coração se assolava em raiva... em amargura.

Até que teve um instalo.

Olhou para a instante do quarto que ficava na parede lateral da cama. Se posicionasse uma câmera ali, alguma coisa que pudesse gravá-lo mexendo no celular. Seria perfeito. Ela poderia ver as imagens depois e com isso teria acesso ao celular dele quantas vezes quisesse.

Sim, podia funcionar.

Então olhou no aplicativo da conta no banco. Tinha algum dinheiro guardado. É isso mesmo, tinha que ser rápida, não podia perder tempo. Correu para o carro indo ao shopping mais próximo para comprar uma daquelas câmeras que o povo usa para gravar enquanto esta andando de bicicleta ou alguma merda parecida.

Quando chegou à loja, logo achou um modelo que seria perfeito. Foi fácil, simples e rápido.Como seria a sua vingança, assim que descobrisse o nome da vagabunda.

Novamente em casa, deixou tudo preparado. Iria fazer uma janta deliciosa de costume, arrumar a sala, as roupas dele, tudo lindo e nos trinques.

Lógico que havia dois detalhes agora: primeiro, a câmera escondida.

Segundo, que a comida do Luka que não seria mais tão limpinha assim. Enquanto cozinhava, sem querer deixou a carne dele cair no chão e enquanto preparava o suco que ele iria beber, um pouco de saliva caiu da sua boca. Mas foi tudo sem querer! Nada planejado, não.

Nadinha.

Tirando o fato que iria lavar o banheiro amanhã, quem sabe, não o faria com a escova de dentes que ele usava? Ahhh uma dona de casa traída tinha à sua disposição diversas maneiras de se divertir.

Tudo seria muito engraçado. E o palhaço do espetáculo, seria unicamente Luka.

Que achava que estava enganando ela. Ele achava não é? Tadinho.

O tempo passou. 23 horas. O mesmo horário que ele chegou ontem. Era tão descarado que não estava mais disfarçando. O pior era ter que sorrir, se fingir de tonta, que estava tudo bem, a perfeita esposa de sempre.

Por dentro Marinette queimava de ódio em ter que tocar aquela boca imunda e aquele corpo usado, impregnado pelo cheiro podre dos lençóis de motel de esquina.

Merda.

Mas, naquela noite, ele não escapava.

O assistiu comer sua própria nojeira enquanto jantava ao seu lado.

"Como é comer meu cuspe huh?

Como é comer a sujeira do chão, hein, seu merda?

Como é... ser enganado pela pessoa que está diante dos seus olhos?"

- Está gostoso meu amor?

- Uhnnn... uma delícia Mari, como sempre!

Ela sorriu o servindo mais – Come meu amor.

- E você...?

- Ah, eu já comi. Pode ficar a vontade.

Luka sorriu comendo mais um pedaço da carne suja enquanto ela o olhava sorrindo, totalmente falsa. Não demorou muito tempo e os dois saíram da mesa de jantar. Enquanto Marinette lavava a louça, Luka seguiu para o quarto para ver Tv e mexer no celular como sempre fazia antes de dormir.

Ela olhava pelo canto dos olhos, sentindo-se vitoriosa. Perfeito. Ele tinha caído na primeira armadilha. Agora era só esperar que ele fosse dormir. Não ia demorar muito pois estava muito cansado, era sempre assim. Praticamente apagava na cama.

Tão previsível, não deu outra. Quando voltou ao quarto, lá estava ele, de olhos fechados enquanto a TV estava ligada para as paredes.

Marinette caminhou em silêncio, desligou o aparelho e ficou ao pé da cama, olhando o traidor adormecido.

"Deve estar muito cansado não é...? A noite foi puxada hoje? O que foi? Não está mais dando conta do recado?"

- Seu merda... – Ela o olhava tomada por desprezo.

Caminhou até a estante, pegou a câmera e saiu em direção a sala. Espetou o USB no computador e bingo. A cena era turva, mas mostrava o necessário. Sorriu triunfante.

- Te peguei. 

Loveless RevengeOnde histórias criam vida. Descubra agora