Eu por você

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Faltava ainda um tempo para se encontrar com Marinette e Adrien não conseguia deixar de pensar em como esse encontro os faria bem.

Trabalhava concentrado, obviamente, pois nunca deixou que nada da sua vida pessoal atrapalhasse seu rendimento, mas pela primeira vez depois de muito tempo, se encontrava pensando tanto em uma única pessoa, em uma única mulher.

A ultima vez foi com Lila.

A conheceu por meio de um amigo da faculdade, onde logo se encantou pela sua beleza chamativa. Não dava para ignorar, Lila era linda e continuava sendo até os dias de hoje. Além disso, ela era dona de uma personalidade marcante e ele gostava disso em mulheres, gostava de conversar e trocar ideia com pessoas que lhe transmitissem suas próprias opiniões.

Assim, o tempo passou e inevitavelmente os dois começaram a se encontrar nas festas, nas baladas, nos aniversários e além disso, conversavam pelo celular trocando mensagens quase todos os dias desde então. Lila não precisaria ser tão insistente, ele já estava atraído por ela desde o primeiro momento, só bastou que ela continuasse correspondendo o interesse.

Então começaram a namorar. Nos primeiros meses, o relacionamento foi as mil maravilhas, mas depois, Lila se demonstrou muito ciumenta , o que trouxe alguns desgastes para o namoro. Nessa época, Adrien tentava de todas as formas demonstrar a ela que não precisava ter ciúmes ou se sentir insegura, mas nada do que fazia, refletia em alguma melhora.

Terminavam e voltavam constantemente, até que por fim, na ultima reconciliação, Adrien pediu a mão de Lila em casamento para que ela soubesse de uma vez por todas que seria a única mulher na sua vida.

Mas depois que se casaram, as coisas começaram a ficar diferentes. Lila se demonstrou mais distante, mais reservada, começou a fazer suas coisas sem contar para Adrien e quando ele tomava conhecimento ela já havia terminado, como a pós graduação e o curso de espanhol.

Tudo o que fazia, tudo que planejava, era pensado somente por ela. Ele já não se sentia mais incluído na sua vida e ao passar dos anos as coisas foram piorando nesse sentido. Com tudo, tentava se manter firme ao compromisso dos dois. Não tinha intenção de se separar, nunca teve e realmente achava que com o tempo, o relacionamento iria se ajustando, até que conseguissem superar aquela fase.

Infelizmente, não foi isso que aconteceu. Lila se distanciou tanto que acabou nos braços de outro.

E, talvez, ele tivesse tido uma parcela de culpa nesse processo, mas mesmo que tentasse mudar as coisas, seria inevitável porque a traição foi unicamente escolha de Lila.

Recordava-se todos os dias, como se tivesse sido ontem, quando Marinette o procurou no trabalho dizendo-se chamar Amelie e o mostrou aquelas fotos das conversas que comprovavam a traição. Quando as leu, sentiu um misto de coisas ruins, mas principalmente raiva e indignação, porém o pior de tudo, era saber que não seria um absurdo se estivesse realmente acontecendo.

E por causa disso, depois que sua frustração diminuiu, foi um pouco mais fácil mas não menos doloroso lidar com a realidade. De fato, o que doía mais, era se lembrar dos anos bons que passou ao lado de Lila e no futuro que provavelmente jamais teriam. Ele queria filhos com ela, queria se mudar para uma casa onde pudessem deixar as crianças brincando a vontade e ter um cachorro quem sabe. Eram coisas que se passavam pela sua mente. Até então, somente Lila que tinha conseguido despertar esses pensamentos em si. Ele era um homem muito reservado e até mesmo difícil de lidar, por causa disso, chegou mesmo acreditar por um tempo que depois de tudo aquilo, terminaria sozinho. Pois achava que nenhuma outra mulher seria capaz de conseguir o que Lila havia conseguido.

Mas a vida é engraçada mesmo.

E quando se deu por conta, lá estava Marinette, a estranha que tinha se apresentado com um nome falso e que coincidentemente, era mulher do amante da sua esposa... dominando seus pensamentos.

Aos poucos ela conquistou esse espaço que foi ocupado por Lila a tanto tempo e por mais que as duas fossem totalmente diferentes uma da outra, Marinette tinha algo que Lila realmente não tinha.

Era alguma coisa que Adrien não sabia dizer o que era, mas que estava ali, presente nos seus olhos azuis, na sua fala, em toda a sua presença.Sem contar ela era dona de uma beleza delicada que se misturava à sua determinação. Aparentava fragilidade, mas era forte. Mais forte até do que ele mesmo.

E ainda achando inicialmente todo aquele plano de vingança no qual ela o apresentou, uma verdadeira loucura. Não bastou muito para que o convencesse utilizando-se do seu jeito encantador. Sentia que ela poderia fazer tudo. Ela era incrível. Então se deixou levar porque queria mais. Queria estar com ela, queria vê-la, queria saber até onde poder ir e qual seria o seu limite.

Mas não havia limites e descobria isso a cada dia que se passava.

Estava encantado.

Mais do que isso.

Estava apaixonado.

Seria precoce demais pensar assim? O quão seria ridículo admitir que estava se apaixonando por aquela mulher há tão pouco tempo?

Não adiantava pensar ou fingir que não estava acontecendo, porque isso não mudaria o fato dos seus sentimentos. Então teria que assumir, seria mais fácil para lidar com o seu coração, ainda que não tivesse certeza do que aconteceria depois e se Marinette estaria preparada para o retribuir.

Ele sabia que era muito complicado, sair de um casamento de anos e tentar viver qualquer outra relação logo sem seguida. Mas isso não era problema pois não tinha a mínima pressa.

Havia chegado um momento da sua vida que as coisas simplesmente deveriam acontecer apenas por acontecer e nada mais.

A única certeza era que ficaria ao lado dela até quando ela o permitisse. E se não pudessem continuar juntos, então seguiria em frente. Mesmos sabendo que sua vontade era de tentar refazer seus caminhos ao lado daquela mulher.

Era inevitável. Era real.

E tinha que expor a ela. Então pegou o celular e sentado na cama, digitou uma mensagem.

"Vai acabar me achando um louco, mas eu não paro de pensar em você."

- Ela provavelmente vai me achar um louco mesmo... - Sussurrou enquanto deitava-se no travesseiro colocando o celular ao lado da cama, mas assim que o depositou sobre a mesinha ele vibrou em suas mãos.

"Então compartilhamos da mesma loucura, pois eu também não paro de pensar em você."

Com um meio sorriso deixou a tela do aparelho desligar e o colocou em cima do peito, pondo um dos braços para trás da cabeça.

Talvez... não fosse tão impossível, acreditar no amor mais uma única vez. 

Loveless RevengeOnde histórias criam vida. Descubra agora