Estávamos lá, eu e Hayley, em frente a escola. Ela vestia um vestido de alças finas, com forro vermelho e rendas pretas por cima. Havia uma manga também grande e larga estilo morcego, também de rendas pretas. O vestido ficava um pouco acima de seus joelhos. Ela usava uma ankle boot preta e alta. Tinha também uma capa longa e vermelha, de cetim reluzente para se contrapor com o vestido. Seus cabelos castanhos claros estavam suavemente repicados e lisos caindo pelos seus ombros. Usava brincos dourados e delicados. Sua maquiagem estava básica como de costume. Usava deliniador preto em forma de gatinho, contornando seus olhos cor de mel e também estava com cílios postiços. Sua pele tinha um tomo mais pálido que o normal. Estava radiante, eu diria que uma verdadeira vampira. Por fim, eu usava um vestido justo de mangas longas, ele era todo de renda preta. Ficava bem acima de meus joelhos. Usava sapatos pretos de salto alto, um colar prata com pingente de cruz, e sobre minha cabeça estava um véu preto, que cobria toda a extensão de meu rosto. Meus cabelos castanhos escuros, estavam lisos e caindo pelos meus ombros. A maquiagem era de grandes olheiras embaixo de meus olhos, e um batom marrom, eu parecia pálida e cansada, como uma verdadeira viúva.
- Preparada?- olhei para ela em busca de confirmação.
- Sempre- ela me respondeu, e assim seguimos, entrando para a escola.
A primeira coisa que eu registrei,assim que entramos no pátio onde ocorria a festa, foi que uma de minhas músicas favoritas e de Hayley estava tocando. Ela me olhou, e logo começamos a cantar Clarity de Zedd com Foxes.
-Hold still right before we crash, cause we both know how this ends- cantei.
- Our clock ticks 'till it breaks your glass, and I drown in you again- cantarolou Hayley.
Nesse momento, enquanto cantavamos eu avistei Luke, que estava fantasiado como o Jason de sexta feira 13, e Joey, que estava de vampiro. Eles não estavam juntos, mas próximos um do outro. Cutuquei o braço de Hay e ela os viu. Apenas trocando olhares, decidimos que não iriamos nos aproximar.
- Lia, vamos no banheiro?- disse, mais alto do que a música.
- Sim, vamos ao do andar de cima, esse daqui está fechado- sugeri, enquanto olhava para a entrada do banheiro, que estava com uma placa de que não estava funcionando.
Nós duas subimos, mas antes disso, acabamos passando na frente dos garotos. Eu olhei fixamente nos olhos escuros de Luke, ele retribuiu meu olhar e deu um
sorriso. Eu fiquei vermelha, e logo desviei meu olhar. Subimos a rampa, e logo estávamos no corredor das salas de aula, a última sala a direita era a nossa sala. Continuamos seguindo no corredor, estávamos quase virando para chegar ao banheiro, quando eu ouvi Hayley gritar. Eu olhei para ela, vi que seu enorme salto tinha quebrado, parecia que ela tinha torcido seu tornozelo.
- Está torcido?- perguntei preocupada.
- Acho... que sim- disse pausadamente- está doendo muito.
Eu a segurei e a levei para nossa sala, que era a mais próxima. Sentei-a na cadeira, e massageei seu tornozelo, ela gemeu de dor, e eu parei de mexer. Eu a fitei preocupada, o que poderíamos fazer? Mas antes de eu pensar na resposta, vi Luke e Joey entrando na sala apressadamente. Coloquei meu véu preto para trás da cabeça, e os olhei curiosa.
- O que vocês estão fazendo aqui?- perguntei.
- Estávamos indo falar com vocês, e vimos o que aconteceu, está tudo bem Hayley?- indagou Joey aparentemente preocupado.
- Não, eu torci o tornozelo, e está doendo demais- respondeu sem fôlego.
Joey se aproximou dela, e eu me afastei para dar espaço á ele. Fui para perto de Luke, que encarava toda situação sem nenhuma emoção aparente. Senti que estavam explodindo cubos de gelo em minha barriga, porque a aproximação de Luke me deixava quente e fria ao mesmo tempo. Não trocamos nenhuma palavra durante algum tempo, eu só observava a maneira carinhosa como Joey ajudava a Hay. Eles seriam um ótimo casal, e pela maneira como se olhavam, dava para dizer que havia alguma química entre eles.
- Hay, você não acha melhor ligarmos para seus pais?- perguntei a ela.
- É, acho que é...- antes que ela pudesse responder, ouvimos o barulho de um trovão soando do lado de fora, a porta se fechou com muita força, e as luzes se apagaram, tudo isso sincronizado.
Eu congelei, e fiquei assim durante alguns longos segundos. Depois quando outro trovão soou do lado de fora, eu acordei de meu transe, e liguei a lanterna do meu celular, pois o lugar estava numa escuridão total. Minha primeira reação foi ir direto a porta, mas quanto eu girei a maçaneta, ela não cedeu. A porta estava emperrada.
- Luke, me ajuda aqui- pedi.Ele veio e colocou sua mão em cima da minha, um gesto que me paralisou totalmente. Eu me afastei, e deixei que ele tentasse abrir a porta, mas ao que parecia, ela estava bem emperrada.
- Não tem jeito, eu não consigo abrir- disse ele depois de algumas tentativas.
- E agora?- indagou Joey.
- Podemos tentar as janelas- sugeriu Hayley.
- É, ótima ideia, elas são grandes o suficiente para todos sairmos, e tem o telhado, então não cairiamos num abismo- refletiu Luke, com um pouco de ironia na voz.
- Eu acho melhor esperarmos um pouco, está chovendo muito, e do jeito que está o tornozelo da Hay, ela pode escorregar e piorar as coisas. Quando baixar a chuva nós saimos- aconselhei.
- Você tem razão- disse Luke.- Alguém tem sinal no celular, de repente é só ligarmos para alguém vir nos tirar daqui.
Eu chequei a tela do meu celular e o sinal estava vazio, provavelmente é por causa da chuva. Olhei para ele e neguei com a cabeça, eles repetiram o gesto e nós resolvemos sentar e esperar. Luke ficou próximo de mim, enquanto Joey massageava o tornozelo de Hayley a alguns metros de nós.
- Então eu adorei sua fantasia- disse Luke, eu puxei o véu para frente da cabeça, para poder mostrar a fantasia completa.- Te deixou bem sensual, principalmente esse vestido, Thalia Andersons.
Revirei os olhos e sorri sem graça, depois eu disse:
- Ah eu também adorei sua fantasia, Luke White, o Jason é o meu personagem favorito dos clássicos do terror.
- Sério? É o meu também. Mas quem é o seu marido que faleceu, Thalia Andersons, a mais nova viúva?
- É um cara aí, que está melhor morto, porque assim eu posso encontrar outra pessoa melhor- eu o fitei, não queria deixar tão na cara assim que estava afim dele, mas parecia impossível esconder.
- Ah e com essa beleza toda, não duvido que encontre- ele se aproximou de mim, e observei melhor seu rosto, ele estava com os cabelos arrepiados com um pouco de gel, seus olhos tinham a mesma característica misteriosa e indecifrável de sempre, e havia o piercing logo abaixo de seu lábio inferior, isso o deixava com cara de bad boy e rockeiro ao mesmo tempo.
- E a sua amada? Até os vilões do terror tem uma amada.- Eu ainda não sei, Thalia Andersons, mas talvez haja a possibilidade de eu estar olhando para ela agora mesmo.
Quando ele disse aquelas palavras, parecia que todo o mundo ao meu redor havia desaparecido, e havia somente ele e eu naquela sala. Minha barriga se contorcia, e meu corpo começou a entrar em combustão, meu coração batia tão aceleradamente que parecia que eu teria um ataque ali mesmo. Mas na medida que ele puxou meu braço para eu me sentar em seu colo, e colocou suas mãos na minha cintura, eu senti um estranho calor percorrendo meu corpo e aquietar minha mente. Então ele se aproximou bem de meu rosto, senti sua respiração quente, e seus olhos fitarem os meus. Nossos lábios se tocaram, pressionando um ao outro, e não havia mais nada com o que eu conseguisse pensar. Minhas mãos afagavam seus cabelos, os puxando com força a medida que o beijo ficava mais intenso. E quando já não tinhamos mais folêgo, nos afastamos e ficamos nos olhando por longos segundos. Ficamos assim, trocando beijos e olhares, por um bom tempo, até a voz de Hayley me trouxe de volta ao mundo.
- Hã... Lia, a chuva já parou, acho que já podemos ir- disse ela.
- Tudo bem, vamos lá- segurei a mão de Luke, e todos nós fomos em direção á janela.
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As Aventuras de HayLia - O Trailer dos Sonhos
Genç KurguElas cresceram juntas, sempre foram vizinhas e desde de crianças eram inseparáveis, além de compartilhar um lugar onde podiam sonhar e ser elas mesmas, o Trailer. Este primeiro volume irá descrever suas experiências vividas no ensino médio. Como ela...