Tínhamos acabado de chegar, e sem nem almoçarmos entramos no trailer. Eu liguei a música, enquanto Hayley estava deitada na sua cama olhando para o teto, provavelmente relembrando os acontecimentos de hoje. Eu queria de alguma maneira confortá-la, mas eu sabia que nada do que eu dissese diminuiria sua dor e decepção. Então eu coloquei uma música que ela adorava e que descrevia esse momento, You're Not Sorry da Taylor Swift. Euaouvicantar no mesmoinstante:
- All this time I was wasting hoping you would come around
I've been giving out chances everytime and all you do is let me down
And its taking me this long baby but I figured you out
And you think it will be fine again but not this time around.
Ela deu um longo suspiro, e eu vi uma lagríma escorrendo pelo seu olho. Ela comprimiu os lábios e continuou cantando.
- You don't have to call anymore
I won't pick up the phone
This is the last straw
Don't want to hurt anymore
And you can tell me that you're sorry
But I don't believe you baby like I did before You're not sorry... no, no, no, no.
Eu me sentei ao seu lado na cama e a abracei. Depois continuei cantando a música junto com ela.
-Lookin' so innocent
I might believe you if I didn't know Could'a loved you all my life
If you hadn't left me waiting in the cold And you got your share of secrets
And I'm tired of being last to know
And now you're asking me to listen
Cuzits worked each time before.
Quando a música acabou, eu encarei Hayle. E uma idéia começou a surgir em minha cabeça. Os olhos dela estavam vermelhos, por causa das lágrimas, e eu decidi que nã iríamos sofrer mais. Nem pela nossa escola, nem por garotos estúpidos e nem por patricinhas egocêntricas. Era a hora de sermos felizes, e olha que eu pensei que essa hora já tinha chegado quando eu encontrei Luke, mas estava enganada. Essa é a hora.
- Hay, o que você acha de viajarmos?- ela me olhou com um olhar curioso. - Como assim viajar? Para onde?
- Bom temos 16 anos, já temos carteira de motorista, e bem eu sempre quis sair por ai, e viajar sem nenhum destino específico. O que você acha? Pegamos ocarro e saímos por aí.
- Você está louca?!- ela perguntou perplexa e rindo ao mesmo tempo.
- Obvio que não. Pensa comigo, a gente sofreu o ano inteiro por causa da escola, das patricinhas, dos garotos, não merecemos um descanso? Um pouco de felicidade talvez?
- Mas acho que nossos pais nunca deixariam. Só nós duas? Não sei não. Ainda mais sem rota- hesitou Hayle.
- Bom, minha tia tem uma fazenda no interior, numa cidadezinha, ela quase nunca vai pra lá. Mas é bem seguro, eu posso pedir a ela para que ela mande a empregada ir limpar a casa, fazer o almoço e o jantar para nós. Seria ótimo, a fazenda dela é enorme, tem piscina e até mesmo sala de cinema. O que você acha?
- Bom é uma ótima idéia louca, mas podemos conversar com nossos pais, quem sabe convencê-los de que somos responsáveis e que é totalmente seguro.
- Sim, vamos falar com eles hoje a noite. E podemos partir assim que as aulas acabarem. Que tal?
- Perfeito!
Passamos o resto da tarde no trailer, como fazíamos quase todos os dias. Planejamos como iríamos convencer nossos pais, olhamos toda a rota da viagem que faríamos se eles nos dessem permissão, e já até começamos a pensar em quais roupas seriam adequadas para levarmos. Faltava apenas dois dias para as aulas acabarem. Então se tudo desse certo, já poderíamos sair daqui sexta.- Eu estou indo então Lia- disse Hay.- Vou conversar com eles, e se tudo der certo te ligo mais tarde. Ok?
- Claro, já vou conversar com meus pais também. Fico esperando sua ligação então.
Saí do trailer e fui em direção a minha casa. Meu pai estava na cozinha, preparando o jantar, ele usava uma camisa social cinza, calças jeans escuras, e sapatos sociais pretos. Seus cabelos estavam arrepiados com gel, como ele sempre usava, e seus olhos expressavam cansaço, provavelmente teve outro dia cansativo no trabalho. Ele era dono de uma empresa de torneiras e acessórios para banheiro mais famosa do país, isso nos permitiu morar em Manhattan no Upper East Side, um dos bairros mais ricos daqui. Sua renda mensal nos torna uma das famílias mais ricas desse lugar, mas infelizmente o deixa exausto toda vez que chega em casa, assim como está agora.
- Olá querida- ele disse, assim que me vê entrando na cozinha.- Como foi seu dia? - Ótimo, e o seu pai?
- Maravilhoso! O jantar está quase pronto, coloque os pratos na mesa, hoje é só você, sua mãe e eu.
- Onde estão minhas irmãs?- pergunto curiosa.
- Angie está trabalhando até tarde hoje, e Karolyn está jantando com o namorado- disse meu pai, dando um longo suspiro.- Chame sua mãe, Thalia.
-Tudo bem.
Eu sai da cozinha e fui para a sala. Nossa sala quase não tem móveis. Apenas dois grandes sófas marrons, uma estante de madeira e uma televisão de tela plana. Eu atravessei o lugar, e entrei na primeira porta a direita, que é o quarto dos meus pais. Encontrei minha mãe deitada em sua cama assistindo a um programa de televisão, ela usava apenas um shorts e uma camiseta velhos. Eu me aproximei e beijei a bochecha dela, e depois disse que o jantar já estava quase pronto. Depois que sai de lá, voltei para a cozinha e comecei a arrumar a mesa.
O jantar, seria a hora perfeita para falar com a minha família. Quando todos já estavam sentados e tínhamos iniciado a refeição eu comecei dizendo:
- Então, eu estava pensando, eu, tenho sido uma aluna exemplar esse ano. Tirei as melhores notas, fiz todas as lições e trabalhos, vocês não acham que eu mereço um descanso?
- Claro que merece, querida. Mas onde você quer chegar?- disse meu pai pacientemente, e com um pouco de orgulho na voz.- Será que vocês deixam a Hayley eu irmos de carro até a fazenda da tia Marlie. Já sabemos dirigir e é apenas Greenville, não é tão longe daqui.
- Thalia, é complicado. Vocês são muito jovens, e não sei se a Marlie iria concordar- hesitou minha mãe.
- Ah mãe nem vem com essa desculpa, a tia Marlie nunca vai para lá, e ela sempre empresta a casa para quem pedir.
- E quem iria cuidar de vocês lá? Lia eu sei que é o interior, mas pode ser perigoso- diz meu pai em tom alarmante.
- Eu sei, por isso tem a casa do caseiro, ele sempre está lá para vigiar e cuidar da fazenda, e a sua mulher que é a empregada da casa, poderia cozinhar para nós.
- Bom, eu vou conversar com sua tia, Thalia. Quando vocês estavam pensando em ir?- perguntou meu pai.
- Sexta de manhã, quinta é o último dia de aula, então iríamos sexta.
- Tudo bem, vou falar com a sua tia, se ela concordar e me assegurar de que é seguro, eu permitirei á ida de vocês duas. Mas temos que conversar com os pais de Hayle.
- Claro papai, assim que falar com a tia Marlie, vocês já falam com os pais dela. - Tudo bem, vou ligar para ela amanhã- disse mamãe.
Eu terminei o jantar rapidamente e logo subi para meu quarto, mal podia esperar para contar as novidades para Hayle. Eu sei que minha tia ainda não tinha confirmado nada. Mas eu sabia que ela iria deixar, ela sempre deixava. Eu só tinha ido na casa dela uma vez, quando era criança, e tinha uns 8 anos. Eu me lembrava apenas que amava o lugar, era incrível e enorme. Mal podia conter minha ansiedade de ir para lá com a Hayle, ainda mais sozinhas e sem adultos para pegarem no nossos pés. Subi para meu quarto e peguei meu celular. Disquei o número dela que já estava nos favoritos. Depois de algum tempo ela atendeu.
- Hay?- perguntei para ter certeza de que era ela mesmo. - Sim. Lia você não sabe...- diz ela animada.
- É, eu realmente não sei- ouço ela abafar uma risada.
- Meus pais deixaram eu ir. É claro que eu tive que insistir bastante, e eles disseram que querem conversar com seus pais, mas enfim eles deixaram!- ela estava tão animada, fazia tempo que eu não ouvia sua voz nesse tom de animo.
- Os meus também Hay, eles hesitaram um pouco, ficaram implicando com a nossa segurança e tal, mas depois acabaram deixando. Mas eles vão ligar para a minha tiaantes, checar se ela nos empresta a casa, e se o caseiro vai estar lá mesmo para cuidar da casa e nos vigiar. Mas sabe, minha tia sempre deixa, então é quase certeza que vamos.
- Ah nem me fale Lia, vai ser tão divertido, espero que dê tudo certo.
- Vai dar Hay, tenho certeza. Agora preciso ir, já estou muito cansada, e amanhã tem aula. Boa noite.
- Vai lá, boa noite Lia.
Logo após desligar eu já me arrumei para dormir. Tinha tantas coisas na cabeça, e tanta ansiedade, que demorei o que pareceu uma eternidade para conseguir dormir. Mas logo me senti mergulhada em um sono, repleto de sonhos, como eu tinha toda noite.
VOCÊ ESTÁ LENDO
As Aventuras de HayLia - O Trailer dos Sonhos
Teen FictionElas cresceram juntas, sempre foram vizinhas e desde de crianças eram inseparáveis, além de compartilhar um lugar onde podiam sonhar e ser elas mesmas, o Trailer. Este primeiro volume irá descrever suas experiências vividas no ensino médio. Como ela...