Hayley

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-Onde a senhorita acha que vai?
-Eu vou voltar para o meu hotel, por que, algum problema?
Sentei na cadeira de frente para o Nate, apesar de contrariar todas minhas
vontades, ficando ali.
-Vamos direto ao assunto, aqui está seu celular. –disse determinada e sem
paciência.
Joguei o celular na mesa e estava me levantando para sair dali. Logo ele se levantou
e segurou meu braço:
-Então você me faz fazer uma reserva em um dos restaurantes mais caros e mais
românticos de Paris, viajar de Londres até aqui, pra você simplesmente jogar meu
celular na mesa e ir embora?
Hesitei um pouco, mas pensando bem, ele estava certo, não ia me custar nada
almoçar com ele, afinal eu estava em Paris, e não tinha nada pra fazer. Concordei e
sentamos.
Pedimos o mesmo prato, escargot e petit gateau de sobremesa. Enquanto a comida
não chegava, conversamos um pouco.
-Então você não tem namorado?-disse sensualizando seus óculos escuros com seus
lindos olhos verdes brilhantes, como havia feito no avião.
-Não. Eu estava gostando muito de cara, mas ele era muito complicado. Complicado
demais até pra mim. -afirmei, tendo relances da minha história com o Jason.
-Eu também não tenho namorada. É difícil encontrar uma garota que esteja a
minha altura para andar comigo, afinal elas nunca são o suficiente pra mim.
-Você não se "acha" demais não?
-Eu sou demais.
-Tá e o que eu estou fazendo ainda aqui?
-Não, espera. Nate Lutz não pede mais de duas vezes para uma garota ficar. Se você
se levantar agora, não vou poder fazer nada.
Cada palavra que esse garoto falava me deixava mais irritada. Quem ele pensa que
ele é pra falar assim comigo? Ele se "acha" o mais bonito, encantador, galanteador,
o máximo, mas por que ele age assim menosprezando tanto os outros? Com
certeza, pelas minhas experiências passadas, ele sofreu algo relacionada à sua
auto-estima, para ser assim hoje. Mas ele parecia tão complicado. E eu decidi que
estava cansada de complicações na minha vida. Eu estava a ponto de explodir e
falar várias coisas desagradáveis na cara dele, mas me conti, pois estava em um
lugar público.
Logo chegaram nossos pratos e comemos um pouco em silêncio. Ele começou a
contar sobre as ex-namoradas deles e elas pareciam realmente detestáveis, mas
levando em consideração que o rei inatingível estava contando, elasdeveriam ser
normais, como eu.
Contei sobre o Joey, o Jason e ele disse incrédulo:
-Como esses caras idiotas tiveram coragem de fazer isso com você? Eles realmente
devem ser burros completos e cegos também, pois diperdiçaram a única chance
que teriam com você e tenho certeza que eles estiveram no lugar que muitos caras
desejariam estar.
-ESPERA! MEU DEUS! NATE LUTZ, É VOCÊ MESMO??! Você está exaltando uma
pessoa que não é você mesmo? Isso é possível? Gente, eu só acreditei porque ouvi
com meus próprios ouvidos, do contrário jamais acreditaria! – disse num tom
muito sarcástico.
A princípio ele se assustou um pouco com a minha exaltação. E eu não conseguia
identificar pela sua expressão, sua posição sobre o que eu tinha falado segundos
antes. Continuei encarando-o e ele abriu um sorriso enorme, dando risadinhas.
Esse era o seu sorrido verdadeiro, eu podia ver em seus olhos que ele realmente
tinha encontrado graça, na minha reação e não estava forçando um sorriso só para
ficar ainda mais bonito.
- Eu não conhecia esse seu lado sarcástico – disse, ainda rindo. -E eu definitivamente não conhecia esse seu lado "solidário".
  Rimos juntos. O resto do almoço, era esse Nate legal que estava, não o
metido/esnobe/chato/insulportável/entre outros.
Depois que pagamos a conta, eu fui ao banheiro e percebi que quando estava
voltando para a mesa ele me olhava de um jeito diferente. Seus maxilares estavam
cerrados, tinha um leve sorrisinho de canto em seus lábios e seus olhos, seus olhos
brilhavam muito. Mesmo eu me aproximando, ele continuava com a mesma
expressão, então indaguei:
- O que foi?
-O que foi o quê?

-Você. Você está me olhando de um modo diferente.
-Eu só estava adimirando você e me perguntando, o porquê de eu ter sido tão
idiota com você.
-Você foi idiota comigo, mas esse é só seu jeito de ser.
-Nisso você está certo.
-Eu não vou!
-Na verdade não é. Eu finjo ser assim, pois esse esnobe conquistador cosegue
muito fácil as garotas que ele quiser. Mas ele não conseguiu e nem vai conseguir
você.
  -Isso nunca aconteceu comigo. Eu ter deixado meu celular na sua bolsa, foi um
truque pra eu te ver de novo, já que não tinha conseguido seu telefone no avião.
Sabe quantas vezes no término do primeiro encontro elas não foram para um hotel
comigo? Nunca. Nunca nenhuma garota resistiu. Você foi a primeira. E talvez por
isso, eu não queira te convidar para ir ao hotel comigo...
  -Eu sei disso. Ao invés de ir e aproveitar e nunca mais te ver, eu queria de verdade,
te conhecer melhor, por que eu queria entender o porquê de você não ter se
apaixonado perdidamente por mim e ter acontecido completamente o contrário.
-Olha, eu não entendi o que você quis dizer, e nem quero, agora você conseguiu
definitivamente ACABAR com tudo o que eu pensava de bom sobre você. Como
assim, você leva as garotas para um hotel e NUNCA MAIS fala com elas? Que tipo de
garoto é você? Cadê o seu caráter? – disse isso me lavantando indignada da mesa.
Quando me virei para pegar minha bolsa, Nate se levantou e quando virei em sua
direção ele me beijou. Não sei por que não me afastei. No momento eu só conseguia
pensar no beijo. Parecia que ele tinha me feito esquecer tudo o que ele havia dito
segundos antes. Quando paramos de nos beijar, ele segurou em meu pescoço e
disse:
- Eu precisava ter um momento bom com a única garota pela qual eu me apaixonei
de verdade.
Ele me abraçou e nada fazia o menor sentido na minha cabeça, dei as costas à ele e
saí do restaurante.
-Hayley, eu não consigo ter uma opinião sobre o Nate. No começo eu sentia raiva
por ele ser assim, mas agora eu acho que sei. Ele nunca tinha se apaixonado, e ele
sentia um vazio e fazia aquelas coisas para chamar à atenção e encontrar alguém
que realmente valha a pena ele se apaixonar. Ele encontrou essa pessoa em você,
você realmente não sente absolutamente nada por ele?

-Lia, definitivamente não!
-Então, porque você não recuou no beijo?
  -Eu já disse que eu não sei! Tavez pelo prazer, ele beijava muito bem, mas da minha
parte não tinha sentimento, nenhum!
- Agora eu sinto pena dele, porque você mais do que ninguém sabe como umamor
não correspondido dói.
-Sim, eu sei, por isso não deixei ele criar expectativas sobre isso, fui bem clara que
jamais ia acontecer algo entre nós dois.
O táxi estacionou e nós descemos na tão famosa Champs Elysées. Aquele lugar era
o meu paraíso. Eu pensava isso sobre o shopping de Manhattan, até eu conhecer a
avenida mais famosa de Paris. Separamos nossos cartões de crédito sem limite e
nos preparamos para fazermos as melhores compras da nossa vida!
Primeiro obviamente entramos na Chanel. Logo nos separamos dentro da loja. Eu
fiquei meio tonta de tantos produtos, de tantas tendências, de tanta moda que
tinha lá dentro. Comprei muitas coisas, bolsas, vestidos, sapatos, blusas, calças,
quase montei meu guarda roupa inteiro só naquela loja. A gerente da loja, me
parecia muito familiar. Ela se aproximou e disse:
-Você não é a Hayley Shay?
-Você me conhece? –disse receosa.
-Sua mãe me ligou e disse que sem dúvidas você viria aqui. -Minha mãe te conhece? Ah, não me diga que você é a Christine?! -Christine Lohmann, ao seu dispor!
Lia a cumprimentou.
-Por favor! Seria um grande prazer!
     - Não acredito! Lia estava vendo as prateleiras de perfumes então gritei para que
ela viesse.
-Lia, essa é a Christine, a melhor amiga da minha mãe! Elas estudaram juntas na
escola.
  -Eu não sabia que você era a gerente da Chanel! Eu sabia que você tinha se mudado
aqui pra Paris, mas não fazia idéia que você trabalhava nesse paraíso!
-Realmente, você disse tudo, aqui é até mais do que um paraíso. Vocês gostariam
de conhecer a loja?

-ótimo então comecemos por aqui.
Ela nos mostrou absolutamente TUDO da loja, até os cantinhos das prateleiras.
Aquela deveria ser a melhor loja do mundo!
-Amanhã à noite, nós teremos um desfile da Chanel, e ainda há alguns assentos
vagos, vocês gostariam de ir? Consigo dois assentos na primeira fileira, junto com
os maiores estilistas do mundo.
-Você ainda pergunta! Será o melhor dia de nossas vidas- disse Lia animadíssima. Então nos vemos amanhã, no desfile-disse Christine simpaticamente.
-Até amanhã-dissemos Lia e eu em uníssono.
Saímos de lá lotadas de sacolas da Chanel, e muito ansiosas para o desfile.
Entramos e compramos também na Sephora, na MAC, Hugo Boss, GAP, etc.
Logo depois, entramos na Louis Vuitton, outro sonho! Arquitetura da loja era tão
elegante, que eu poderia passar o resto da minha vida lá dentro. Compramos
muitas coisas em especial bolsas, que são a marca da Louis Vuitton.
Entramos também na joalheria Tiffany's & C.O, para comprarmos algumas jóias
para usarmos no desfile amanhã.
Já havia escurecido a Champs Elysés à noite, iluminada, era uma das coisas mais
bonitas que eu conhecia. Estávamos tão empolgadas com tudo, que mesmo no frio
e mesmo com minha aversão a sorvetes, decidimos parar na Häagen-Dazs e
pedimos um sorvete maravilhoso. Deliciamos-nos com ele e logo percebemos que
já eram 22:00 p.m, e todas as lojas estavam fechando, então ligamos para o táxi e
logo já estávamos a caminho do hotel. Não conseguíamos falar de outra coisa, se
não o desfile. Chegamos exaustas em nosso quarto, tomamos um banho rápido e
fomos dormir, pois o dia seguinte nos aguardava.

As Aventuras de HayLia - O Trailer dos Sonhos Onde histórias criam vida. Descubra agora