Hayley

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-Hayley! Preciso resolver um negócio no saguão, já venho.
-E como está aí em Paris?
Após um dia cansativo, mas que aproveitamos muito em todos os sentidos,
finalmente estávamos no nosso quarto do hotel prontas para descansar. Estava no
nosso quarto, desfazendo minha última mala enquanto ouvi Lia gritar:
Apenas concordei, sem indagações. Enquanto mexia nas minhas malas, senti meu
celular vibrar. Era o Will. A mensagem que ele mandara estava assim:
Fiquei muito adimirada de ele ter mandado aquela mensagem. Acho que estava
começando a sentir algo especial por ele. Ele parecia um bom garoto. Talvez, só
talvez ele estivesse sentindo o mesmo por mim. Respondi a mensagem dizendo
que meu dia havia sido cheio e perguntando como havia sido o dele. Passou algum
tempo e percebi que ele ainda não tinha me respondido. Isso me aquietava um
pouco. Porque quando eu vou falar com uma pessoa é porque eu quero falar com
ela, vou respondê-la, estou com tempo para isso. Sei que isso parece um pouco
besteira, mas eu sentia como se ele não priorizasse nossa conversa. Havia passado
duas horas já. E ele já tinha visualizado, mas não tinha me respondido.
Nesse meio tempo, fui tirar algumas coisas que ainda estavam na minha bolsa
dourada da Chanel que tinha usado para viajar para cá, a que eu havia levado
comigo no avião. Comecei a tirar as coisas, quando me deparo com um celular
estranho lá dentro. Apavorei-me, pois não era meu e nem da Lia. Era um Iphone5
preto sem capinha. Estava ligado e quando fui ver o papel de parede, não acreditei.
Era o celular do imbecil do Nate. Fiquei sem ação na hora. Então pensei um pouco
o que eu podia fazer.
Nate parecia ser um pouco bipolar. Uma hora ele era extremamente arrogante,
outra era até suportável. Depois do episódio do guardanapo a gente até tentou
conversar um pouco e por incrível que pareça, ele tinha um coração.
Ele se chama Nathaniel Lutz, nasceu na Inglaterra e seus pais eram divorciados. Ele
vivia na ponte aérea Inglaterra – Estados Unidos. Pois sua mãe era Inglesa e seu pai
americano. Desde pequeno seus pais disputavam sua guarda e atualmente, prestes
a completar 18 anos ele estava sob a guarda da mãe, mas vivia indo visitar seu pai.
Ele tinha perdido o último vôo que iria para Londres naquele dia então resolveu ir
para Paris e de lá pegar um trem para Londres. Por isso estava no nosso vôo. Ele
havia se formado na escola e estava aguardando a chamada de duas universidades
ou Cambridge na Inglaterra ou Stanford nos Estados Unidos. Foi apenas isso que
ele disse no seu momento suportável, depois disso já tinha virado aquele arrogante
e esnobe aí desisti de continuar nossa conversa.
Mas o que o celular dele estava fazendo na minha bolsa? Será que ele vai pensar
que eu roubei? Peguei o celular, temerosa e vi, pela tela bloqueada que havia várias
ligações perdidas. Por sorte um dos números estava sem identificação então logo
peguei meu celular e disquei para aquele número estranho:
-Alô, por favor, o Nate.
-Quem fala? – disse uma voz rouca feminina.
  -Humm, diga pra ele que é a garota do avião. –completei receosa de que ele não
quisesse me atender.
A mulher nem respondeu. Levou o telefone até ele e após cinco minutos de espera,
ele atendeu.
-Buscou meu número na lista telefônica o dia iteiro né? Não precisava de tanto
esforço, era só me pedir que eu te passava de boa – disse num tom malicioso.
Naquele momento tive vontade de desligar o telefone na cara dele! Até parece que
eu iria me interessar por um cara tão fútil como ele.
-Você derrubou seu celular dentro da minha bolsa no avião, esse é o único motivo
para eu ter te ligado. –contrapus secamente.
-Vivo derrubando e esquecendo ele pelos lugares e você tem muita sorte de ter
sido na sua bolsa, assim você via me ver mais uma vez- afirmou com entusiasmo.
-Quanto mais eu oro, mais assombrações me aparecem. Amanhã aqui no
restaurante Le Sault Du Loup ás 13:00hrs. Por favor, não se atrase, pois senão eu
sumo com seu celular! –exclamei convicta
-Farei o sacrifício de viajar até você, "ma chérie".
Desliguei o telefone sem dizer mais nada. Entrei no WhatsApp, e vi que Will tinha
aberto outra vez e não tinha me respondido. Com raiva, desliguei meu celular. Vi
que Lia não havia voltado ainda. Pensei em descer e ver o que tinha acontecido,
mas se ela precisasse da minha ajuda, já teria me ligado. Então percebi que o
melhor que tinha pra fazer era dormir. Coloquei meu pijama, coloquei algumas
músicas no celular e adormeci sob a luz da Torre Eiffel.
Acordei cedo, pois ainda não tinha me acostumado com o fuso horário de lá. Fiquei
me revirando na cama e quando virei para o lado vi que Lia estava em um sono
profundo. Ontem ela voltou para o quarto bem tarde, eu já estava dormindo, só
ouvi os barulhos dela subindo, mas nem chegamos a conversar. Olhei no relógio,

eram 9:00a.m., então resolvi levantar e sair um pouco. Escolhi o que vestir, sem
fazer barulho, para não acordar a Lia.
Como fazia frio, coloquei meu casaco rosa bebê, uma calça escura, botas marrom,
uma bolsa marrom também, da Louis Vuitton, óculos de sol aviador marrom,
pulseira, brincos e anéis dourados e um lenço de oncinha amarrado em meu
casaco.
  Deixei um bilhete para Lia, dizendo que eu iria sair que não sabia pra onde, mas
que ela me encontraria pelo celular. Tinha marcado com o Nate às 13:00hrs e ainda
era muito cedo para ir para o restaurante. Também não queria ficar no hotel. Hoje
não faríamos nenhum passeio com o guia, ficaríamos livres para fazer o que
quiséssemos. Então desci para tomar o café da manhã. Pedi um chocolate bem
quente, uma broa e um croassaint. Comi calmamente e quando uma garçonete
passou por mim, tentei falar com ela. Disse que não falava francês só inglês. Ela
falava inglês também o que ajudou muito. Perguntei pra ela se aqui em Paris, eles
tinham algum parque, algo para fazer ao ar livre, tipo o Central Park em
Manhattan. Ela me disse do Jardim de Luxemburgo. Era um parque que os
parisienses costumam freqüentar. Agradeci, terminei meu café e chamei um táxi.
Pedi para que ele me levasse até esse jardim.

Depois de algum tempo cheguei lá. Era um lugar maravilhoso, um jardim de fato.
Tinha um gramado verdinho bem aparado várias árvores torneando e ao fundo
tinha o Senado de Paris. Caminhei pelo jardim um pouco. Tinha várias pessoas.
Fazia uma manhã de sol e já estava um pouco de calor. Gostava de sentir os raios
corando minha face. Achava engraçado lembrar a aula de biologia toda vez que
sentia isso. Porque quando tomamos sol, nosso corpo libera o hormônio da
serotonina que é o hormônio do bem estar, da felicidade. Sentei em um canto do
gramado, encostei-me a uma árvore e comecei a observar as pessoas havia várias
crianças, pois ainda estávamos de férias. Dava para ver um pedacinho da avenida e
eu coseguia ver os parisienses andando em direnção ao seu trabalho. Tinha um
grupo de crianças, umas dez, que faziam um piquenique, jogavam jogos de
tabuleiro e corriam de um lado para o outro. Gostava de adimirar essa parte mais
simples da vida. Porque muitas vezes ficamos procurando a grande felicidade e
acabamos esquecendo-se de apreciar os pequenos gestos, os pequenos valores do
dia a dia. Por um momento, senti meu celular vibrar dentro da bolsa. Era o Will. Ele
tinha me respondido ontem a noite, mas eu só havia recebido a notificação agora.
Respondi qualquer coisa pra ele apenas concordando com o que ele tinha falado.
Eu me perguntava por que ele fazia isso? Se ele não tem tempo de falar comigo, por
que ele me chama então? Ele já havia feito isso várias vezes na primeira semana
em que conversamos. Mas não queria pensar nele agora. Coloquei meus fones,
peguei um livro para tentar ler e voei dali.
Quando olhei no relógio, percebi que já eram 12:40hrs, se eu não fosse agora para
o restaurante ia me atrasar muito. Então liguei para o táxi e em cinco minutos já
estava a caminho. Mas eu não contava que me depararia com o trânsito de Paris.
Um engarrafamente gigante, provavelmente as pessoas estavam se deslocando do
trabalho para o almoço.
Cheguei no restaurante quinze minutos atrasada e o garçom me levou até a mesa
em que estava o Nate, era uma mesa ao ar livre com o guarda sol gigante com
aramação dourada preso na mesa. Era no segundo andar do restaurante, se não
fosse com o Nate, diria que seria um encontro bem romântico, mas com ele, isso
seria impossível.
Caminhei até a mesa em que ele estava e ele logo disse:
Bufei e sentei lembrando lamentavelmente o que eu estava fazendo ali.

As Aventuras de HayLia - O Trailer dos Sonhos Onde histórias criam vida. Descubra agora