Hayley

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Já estava completamente acabada com tudo que vinha acontecendo e me minha
vida, e como se isso já não bastasse, tinha acabado de ter uma briga horrível com
minha melhor amiga. Fomos a viagem inteira em silêncio. Assim que Lia estacionou
o carro fui pegar minhas malas e entrei em casa sem nem olhar pra ela. Subi
apressadamente as escadas, joguei minhas malas no chão e desabei em minha
cama. Estava muito cansada. A noite anterior não havia pregado os olhos e quando
conseguia descansar um pouco, vinham pesadelos horríveis sobre o acontecido.
Fiquei imóvel lá por um bom tempo. Megan tentou falar comigo, mas eu não queria
falar com ninguém. Consegui cochilar um pouco e na hora do almoço, minha mãe
chegou em casa e foi ao meu quarto falar comigo. Já tinha contado tudo pra ela pelo
telefone, na noite anterior e então ela foi lá para me consolar.
-Filha eu sei como isso ta doendo, mas não é o fim do mundo! Você não pode se
deixar abater tanto assim! As coisas, fora do nosso mundo, são bem piores! E você
é forte, vai passar por cima! Eu nunca te vi tão abatida assim, aconteceu mais
alguma coisa?
-Eu briguei com a Lia- disse enfiando o rosto no travesseiro rispidamente.
-Eu sei como é isso. Quando tudo está ruim e ainda acontecem mais coisas pra
piorar. Mas não vai adiantar nada você ficar jogada com um travesseiro na cara.
Você tem que se distrair um pouco. E quanto à Lia, vocês vão se acertar, como
sempre fazem, acredite! Só está tão ruim assim por conta de tudo o que aconteceu
antes. Agora vamos, levanta, vai tomar um banho e o que você acha de ir dar uma
volta na praia? O mar sempre é bom em nos ajudar a reorganizar nossas mentes!
Eu sei que isso vai ser bom pra você!
Eu me sentei em minha cama, com o rosto inchado de tanto chorar, abracei minha
mãe, agradeci e fui tomar banho, enquanto ela escolhia uma roupa para eu
sair.Tomei um banho bem demorado e quando saí vi que ela tinha escolhido uma
roupa que havíamos comprado juntas, em um dia de compras. Ela passava pelo
corredor e entrou no meu quarto.
- Gostou filha? Foi a roupa que escolhemos juntas! Agora se vista e vá para a praia
descansar, se recompor, eu vou voltar para o trabalho, mas de noite, quando
voltarmos, você vai ver, vai estar tudo melhor.
Dei um abraço e um beijo nela e então ela foi trabalhar e eu me vestir.
Ela tinha escolhido tudo, desde a roupa até os acessórios. Era uma regata preta,
bem soltinha, uma saia longa com estampa azul, branca e preto, uma rasteirinha
preta, uma bolsa pequena de franjas, também preta, brincos grandes, quatro anéis
e duas pulseiras douradas, meu óculos de sol preferido, o Ray-ban clubmaster
preto e dourado e por último uma coroa de flores azuis. Compramos ela em uma
feirinha de artesanato, quando fomos para Louisiana.
  -Peguei meu carro e fui para a praia. A praia ficava um pouco distante de
Manhattan, então tinha um longo caminho. Fui pensando em tudo que já tinha
acontecido comigo nesse tempo. O Joey, depois a decepção, a viagem para
Greenville, o Jason que parecia ser tão perfeito e logo depois mais uma decepção.
Realmente eu tenho dedo podre para garotos.Então comecei a relembrar dos
momentos bons que passei com minha família , com Lia, na viagem também pois
adorei conhecer Greenville e se algum dia for possível quero voltar lá pois é uma
cidade bem aconchegante. E nesse meio me lembrei de uma coisa que havia vivido

e desde então não havia tido tempo de pensar sobre. O garoto que me ajudou na
festa... Ele não me era nem um pouco estranho... Will era o nome dele. Eu tinha a
sensação de que já havia visto ele em algum lugar, mas não me recordava onde.
Começou a tocar minha música preferida no rádio, Demons do Imagine Dragons, A
letra dela era muito inspiradora e quando vi já estava cantando.
Depois de um tempo cheguei na praia. Estacionei o carro do outro lado da pista.
Atravessei me sentei em um muro baixo, olhando para o mar. Era realmente muito
reconfortante ver aquela paisagem. Decidi ir até a areia e chegar bem perto do mar.
Tirei minha rasteirinha, carreguei-as pelas mãos e logo já estava molhando meus
pés na água do mar, caminhei um pouco pela areia e quando percebi já eram 16:00
p.m. . Caminhei em direção a um quiosque, comprei uma água de coco e sentei no
muro novamente.Tomava minha água de coco, observando aquela paisagem linda
quando me deparo com um casal sentado ao meu lado. Ela alta, magra, cabelos
compridos castanho-claro e com olhos apaixonados e ele, também alto, loiro, olhos
azuis.Fisicamente lembrava muito e e o Jason, mas não queria me lembrar dele
então tirei minha atenção dali. Comecei a observar uns garotos jogando vôlei na
areia. Eram muito novos, em torno de 12 ou 13 anos, mas jogavam muito bem.
Estava envolvida no jogo quando ouço uns gritos, vinha do casal ao meu lado que
estava observando há um tempo atrás. Eles estavam muito exaltados e tendo uma
briga séria. A praia inteira tinha parado para olhar. Ele arrancou o celular da mão
dela e jogou no chão. Voou uma pecinha do celular no meu pé. Assim que ele fez
isso gritou:
-ISSO É PRA VOCÊ APRENDER A NUNCA MAIS FALAR COM SEUS AMIGUINHOS! –
disse o garoto descontroladamente.
- Mas Tony, você precisa me ouvir! Eu não tenho nada com eles! Eu amo você! –
disse a garota em tom suplicante.
Naquele momento minha mente fugiu dali. Voltou para Greenville, para a primeira
vez que Jason tinha sido grosso comigo. Depois foi para a pior noite de todas.
Parecia que eu estava vivendo aquilo novamente vendo o jeito que ele falava com
ela. Ele tinha a mesma expressão maníaca de Jason eu estava tão enfurecida e
descontrolada que em um momento da discussão dos dois, ele ameaçou dar um
soco no rosto dela, as pessoas ao redor olhavam, mas não faziam nada! Ela estava
aos prantos ajoelhada no chão e ele gritando, berrando horrores direcionados a
ela, quando ela se levantou ele virou um tapa em seu rosto e ela caiu no chão. Eu
não podia ver aquilo sem fazer nada, futuramente EU poderia estar no lugar
daquela pobre garota. Levantei-me e fui em direção aos dois, empurrei-o
impedindo que ele a acertasse com um murro. As pessoas foram chegando para me
ajudar, várias caras foram segurar o garoto e tirá-lo dali, enquanto a garota
chorava, desolada no chão. Aproximei-me dela e dei um abraço, ela chorava tanto
que parecia que ela iria se desmanchar, ali. Pedi para que trouxessem água para

que ela pudesse se acalmar. Depois de um tempo parou uma Maserati preta quase
subindo na calçada. Era a mãe da garota, ela puxou-a para dentro do carro e elas
fora embora assim sem mais nada.
Percebi que eu não tinha mais nada o que fazer ali também. Entrei no meu carro e
peguei a estrada de volta pra casa. Já havia escurecido. No caminho não conseguia
para de pensar no que tinha visto. Como aquele garoto podia ter feito o que fez?!
Eu não sabia os motivos dele, mas nada, nada justificava. Eu pensava que poderia
acontecer aquilo comigo e com o Jason se não tivéssemos acabado, eu não sei como
reagiria! Mas a expressão dele era igualzinha do garoto e isso me enojava. Estava
muito nervosa, descontrolada, estressada que comecei a chorar. Eu estava sozinha,
já era noite, estava ainda bem longe de casa e tinha uma estrada vazia pela frente,
queria chegar em casa o quanto antes e me jogar na minha cama novamente, então
comecei a correr. Acelerava o carro,como nunca havia feito antes. Era uma
sensação libertadora, abri todos os vidros e sentia o vento quase que cortando meu
rosto, impedindo assim que eu derramasse mais lágrimas , meu carro deslizava
pela pista, eu olhava para o marcador de velocidade e ele mostrava 160km/h. eu
sentia como se estivesse voando. Um carro que estava na pista do meu lado, se
jogou na minha frente, não a tempo de que eu conseguisse frear, minha cabeça
parecia que ia explodir, minhas mãos não controlavam mais o carro e a cada
segundo via meu carro chegando perto do carro da frente sem que eu pudesse
fazer nada, girava o volante desesperadamente e consegui sair da pista eviatndo
assim uma batida mas antes que eu pudesse me recuperar havia um poste de luz
no gramado, onde eu havia conseguido jogar o carro, mas dessa vez não tive a
mesma sorte, entrei com o carro no poste. Com a batida eu bati meu rosto no
volante e só depois disso que os airbags foram acionados. Fiquei imóvel por um
tempo, provavelmente desmaiei, só acordei com as sirenes dos bombeiros e da
polícia chegando no local, cheguei aqui no hospital consciente mas com uns
arranhões na testa, fora isso mais nada.
Contei tudo para meus pais eles obviamente ficaram bravos, pois eu não poderia
ter agido assim tão inconseqüentemente, mas também ficaram aliviados por não
ter acontecido nada grave. O carro que vai dar um prejuízo, mas o meu castigo vai
ser pagar todo o conserto com a minha mesada e também ficarei sem carro até que
o meu esteja consertado.
Após tudo isso, fomos para casa e eu fui direto para cama pois já era tarde, quando
meu pai foi me dar boa noite, ele disse que sabia de tudo que estava acontecendo e
que eu estava vivendo um momento difícil, mas disse também para eu contar com
ele sempre, que ele sempre vai me ajudar e que amanhã de manhã eles tem uma
surpresa pra mim, que eles tem certeza de que me ajudará a ficar melhor, nisso
minha irmã pulou na minha cama nos abraçando e dando boa noite. Meu pai saiu
do quarto, apagou as luzes e dormi, como não dormia há dias.

No dia seguinte eles me acordaram e sem nem ter tomado café , me arrastaram até
a casa da Lia, a gente ainda não tinha conversado depois da briga e eu acho que era
isso que eles queriam. Chegamos, sentamos na sala de estar . Assim que a Lia
desceu as escadas, eles nos surpreenderam, pois compraram passaportes para
Paris, a nossa viagem dos sonhos.

As Aventuras de HayLia - O Trailer dos Sonhos Onde histórias criam vida. Descubra agora