Três anos atrás...
O caminho até a empresa é desconfortável. Eu nunca pensei que acharia ruim receber uma carona na vida.
-Então, você já conhecia o corretor de imóveis? - Alexandre fala no mesmo tom estranho de quando estávamos na casa. Eu não sei se quero entrar em uma conversa com ele agora. Deus, me ajude!
-Ah, não. Nos conhemos lá mesmo. -respondo mais sem graça do que eu consigo. Ele me olha por um instante e depois volta olhar para a rua.
-Pareciam íntimos...estavam até rindo e tudo.- íntimos? Quê?
-Impressão sua. Estávamos sendo apenas simpáticos um com o outro. - Por que eu estou me explicando? E por que ele quer saber se sou íntima de um cara ou não? Tantas perguntas...talvez eu não queira saber a resposta.
Depois de mais algum tempo em silêncio, ele finalmente para o carro. Não consigo envitar suspiro de alívio.
-Bom, chegamos, está entregue. -Diz e sem que eu espere, ele se estica um pouco em cima de mim e abre a trava do carro. Eu poderia ter feito isso. Então por que ele fez? Pergunta para ele, oras! Deus me livre!
-É...Obrigada, Alexandre. Até mais! - me despeço e recebo um aceno de volta. Saio do carro mais rápido do que o flash e corro para dentro da empresa. O que foi isso? Eu pensei que fosse sufocar dentro daquele carro, tamanha intensidade que aquele homem transmite.
Chego no meu andar parecendo que caí da cama mesmo, como fatinha frisou pela manhã. Me descabelei toda com meus pensamentos, no caminho para minha sala. Por sorte, Fatinha ainda está voltando do seu almoço e eu entro sem ser percebida.
Sento na minha cadeira de frente para a minha mesa e vejo o tanto de projeto que eu tenho que colocar para frente. Suspiro exausta e penso que se não vou tirar férias, preciso ao menos me distrair com algo. Um cara não seria nada mal. Talvez seja o que estou precisando.
-Zara, o que houve? Os funcionários lá de baixo disseram que você passou feito doida por lá! - Fatinha entra na sala que estava com a porta aberta e me dá um susto. Acho que eu não passei tão despercebida, afinal.
-Nada demais, apenas uma dor de cabeça horrível e vim correndo pegar um remédio para tomar. - Minto descaradamente. Sei que ela não vai acreditar, contando como eu me pareço desgrenhada no momento. Mas eu não direi nada, minhas loucuras não merecem ser compartilhadas.
-Hum, sei. Por favor, Zara, se cuide! Eu sei que sou sua secretária, mas também sua amiga. Então, você sabe que pode contar comigo. - Ela fala preocupada e eu me sinto culpada por não contar nada a ela.
-Não se preocupe, amiga. Eu sei me cuidar, nada demais está acontecendo. - falo tentando passar uma calma, que é a última coisa que tenho nesse momento. No entanto, pela cara que ela fez, parece ter acreditado em mim agora.
-E as mensagens?
-Não houve mais nada até agora. Se tiver, eu prometo que lhe falo. -Digo e ela assente.
-Certo, espero que diga mesmo.
-Pode apostar, Fátima de lourdes! - falo e sei que ela vai se irritar pelo o modo que pronunciei seu nome.
-Não me venha com meu nome todo! Vamos trabalhar, Senhorita Novais. - Ela revira os olhos e vai saindo da sala. Rio e implico de novo:
-Sim, chefe! - ela vira e me mostra sua língua. Infantil! Rio mais uma vez e tento voltar ao trabalho. Pelo menos a Fatinha me distrai um pouco, mas ainda preciso de uma distração maior ainda, de preferência com músculos e pegada forte.
Mas onde vou encontrar? Minha agenda de contatos anda um pouco escassa. Talvez eu terei que ir a caça.
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30 minutos
RomancePessoal, não deixem de dar uma olhadinha na história por ainda está com poucas visualizações. Suas visualizações e votos que a faz crescer! Muito obrigada a quem da uma paradinha para conferir. Eu tinha decidido parar de ver ele. Na verdade, faz cin...