Três anos atrás...
Dois dias passaram e felizmente Alexandre não manteve contato ou me procurou. Talvez ele tenha percebido que está louco e esteja querendo mudar, não sei. Tão ingênua...
A questão que está me fazendo ficar nervosa no momento é: chegou o dia da mudança de Clara, e infelizmente terei que ir ajudá-la com algumas coisas, porque eu já havia prometido.
Bufo e dou um tapinha na minha testa, inconformada.
Estou a meia hora olhando e olhando papeladas e desenhos da nova coleção que estou planejando. Não estou conseguindo me concentrar, tudo porque Clara me ligou e disse que seria hoje a noite que eles se mudariam, finalmente.
Não é por ela que estou assim, tão hesitante em ir. É pelo o que eu terei que enfrentar quando chegar lá. Os olhares dele, as coisas que poderá me dizer...
Eu temo por mim. Minha cabeça não anda bem e ele parece estar entrando nela numa velocidade não permitida. Quero evitar a todo custo vê-lo, ainda mais quando ele não quis mais falar e parece que esqueceu das coisas que vinha fazendo. Eu torço para que sim, pois tudo isso vai acabar tão rápido quanto começou.
E agora? Nós nos vermos não vai ajudar nisso, pois eu... Você o quê, Zara? Nada!
O telefone em cima da minha mesa toca e eu acordo dos meus pensamentos idiotas.
-Sim?- atendo.
-Tem uma ligação para você, posso passar? -Fatinha pergunta e eu digo que pode.
Segundos depois uma outra voz assume a linha.
-Alô, Zara? -É Guilherme. Por que não ligou para o meu celular?
-Oi, Gui. Por que não ligou para o meu celular?
-Bem, eu até tentei, umas cinco vezes. - ele solta uma risadinha curta e eu confiro meu celular que está perto do computador. Várias ligações perdidas, realmente. Estava no silencioso.
- Me desculpe, estava no silencioso. O que houve?
-Sem problema, agora que descobri esse número aqui, vou te perturbar por aqui, sempre. - solto uma pequena risada como ele e me permito relaxar mais onde estou sentada, encostando as costas no encosto da cadeira.
-Até parece. - solto um suspiro e sorrio mais.- Então, o que quer me dizer?
-Sei que só trocamos mensagens esses dias e mal nos vimos, mesmo sendo vizinhos e tudo isso por conta do trabalho... Queria te convidar para comer em um restaurante japonês que eu gosto muito. Aceita?
-Hoje?- merda, tenho o compromisso com a Clara e a casa nova.
-Você não pode, né? É que tive um pequena brecha no trabalho e não vou trabalhar amanhã de manhã, sendo assim, nós podíamos passar esse tempo juntos, já que não vou precisar acordar cedo no outro dia e...
Enquanto ele falava sem parar, uma idéia surgiu na minha cabeça.
-Guilherme...
-Não, Zara, entendi. Deixa para uma próxima vez... - ele me interrompe já querendo desligar.
-Ei, me deixe falar, tá legal? Eu aceito sair com você hoje, mas gostaria que me acompanhasse para outro lugar. - faço a proposta. Tomara que ele aceite.
-E onde seria?
-Bem, hoje é o dia que a Clara vai para a casa nova e me pediu ajuda com algumas coisas lá. Não queria ir só e a gente pode tomar um vinho, conversar por lá e depois voltamos juntos para o meu ou o seu apartamento.
Aceita, aceita, aceita!
Ele demora alguns segundos para responder, talvez pensado porque eu não quero ir só para a casa da minha melhor amiga.
-Tudo bem, não parece ser uma má idéia, ainda mais quando temos a opção de escolher para qual apartamento iremos depois. -Rio e o chamo de bobo.- Que horas devo bater na sua porta?
-Pode ser às sete?
-Fechado. Beijo, Za.
-Beijo, Gui. - Nos despedimos e eu continuo com um sorriso na boca.
Ele me faz bem, realmente. É calmaria em meio a todo o fogo que aquele homem traz.
Só tenho que me entender e escolher de qual mais gosto. Da água que me refresca ou do fogo que me queima até a alma.
A primeira parece ser a mais sensata.
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30 minutos
רומנטיקהPessoal, não deixem de dar uma olhadinha na história por ainda está com poucas visualizações. Suas visualizações e votos que a faz crescer! Muito obrigada a quem da uma paradinha para conferir. Eu tinha decidido parar de ver ele. Na verdade, faz cin...