Três anos atrás...
A conversa flui bem depois que Alexandre se aproxima. Eu tento o máximo não olhar muito na direção dele. Porém, sinto seu olhar em mim a todo momento. Inferno! Será que ele não tem vergonha? A mulher dele está bem ao lado dele. Eu não consigo entender onde ele quer chegar com essas ações.
É certo que eu o acho lindo. Sua voz me encanta, seu olhar intenso, seu sotaque, a forma que ele gesticula enquanto fala e, pior ainda...o breve toque de suas mãos nos meus seios não sai da minha cabeça...Meu Deus! Eu sou terrível, eu não mereço Clara como amiga. Que tipo de amiga pensa assim do marido da outra?
- Zara? Você está bem? Parece meio pálida.- Guilherme chama minha atenção para o mundo real, com um tom de voz preocupado. Dou um sorriso sem graça e falo:
-Não é nada. Acho que estou precisando mesmo é de uma bebida. Me acompanha? - pergunto e ele sorrir para mim. Guilherme, uma doce distração para a minha mente insana.
-Claro. - ele se vira de novo para as outras pessoas presentes e diz - Gente, eu e a Zara vamos só tomar alguma bebida, já voltamos. - ele avisa e eu penso que poderíamos ter saído sem sermos percebidos, porque logo ouço a voz do italiano metido.
-Eu e Clara vamos também. Ela estava querendo beber algo também. - ele olha de mim para Guilherme. Por que tão inconveniente? Saco!
-Eu não...- minha amiga tenta falar mas ele a interrompe.
-Vamos, amor! - eu não quero pensar que ele fez isso para atrapalhar meu momento com Guilherme, não quero mesmo.
-Ok, então. Voltamos já. - avisa para os pais e todos seguimos para o local onde estavam servindo bebidas. Guilherme pega duas taças de champanhe e me entrega uma. Vejo Clara e Alexandre pegarem também.
-Isso é o céu! - Digo após tomar um pouco. É realmente muito bom.
-Digo o mesmo. - Gurilherme fala e toma um grande gole. Escutamos um pigarro. Olho para frente e vejo Alexandre olhando para nós. Clara está entretida com uma garçote que passa pelo o local.
-Então, corretor...digo, Guilherme, gostou do restaurante?- Alexandre pergunta e eu sinto um tom azedo na sua voz.
-Muito, está tudo lindo. Mal posso esperar para experimentar alguma comida daqui. -Guilherme responde. Parecendo não perceber o mesmo que eu. Talvez eu esteja verdadeiramente louca mesmo.
-Que bom! Hoje lançarei um novo prato, espero que todos gostem. -Ele sorri, parecendo falso. Você está vendo coisas, Zara! Será?
-Tenho certeza que sim. - Meu vizinho diz e eu apenas permaneço calada.
-E você, Zara, o que...- Alexandre começa a falar mas Clara chega perto de nós rapidamente.
-Vida, acho que já está na hora de você apresentar o novo prato. - ela diz e ele olha seu relógio de pulso.
-Verdade. Vamos lá. - ele puxa a mão dela, e ela nos dá um tchauzinho, indo com ele.
-Será que essa comida vai ser tipo, muito boa? Estou varado de fome...- Guilherme diz seriamente e eu gargalho, chamando a atenção de algumas pessoas próximas.
-Acho que sua fome compete com a minha! Mas espero que seja bom também. - digo, escutando uma risada baixa dele, em contraste com a minha. O chamo e voltamos para perto dos pais de Clara.
Escuto aplausos vindos do meio do restaurante e logo escuto a voz dele.
-Bom, pessoal, como muitos já sabem, esse não é o primeiro Bella vita e eu só tenho a certeza de que quero que, isso aqui,- ele aponta para ao redor do restaurante com sua taça na mão- cresça muito mais! E para comemorar essa inauguração aqui no Brasil, fiz um novo prato. Todos vão ter a chance de desgustar um pouco! - mais aplausos e assobios.
-É agora!-Guilherme sussurra no meu ouvido e sorrio para ele.
Alexandre começa a falar dos ingredientes e combinações do prato. Eu não entendo muito de culinária, mas parece divino.
-Eu resolvi pôr o nome desse prato, de uma planta que admiro muito e me faz lembrar de coisas boas. É isso que quero que vocês sintam, quando o comerem. - seu olhar gira ao redor e para em mim. Não consigo desviar. - O nomeei de Girassol, sunflower, girasole. -Ele sorrir na minha direção, falando o nome da planta em três línguas. E eu só consigo lembrar do dia que ele me elogiou, dizendo que eu brilhava tanto quanto esta planta.
Me sinto desnorteada de repente, minha respiração falha. Será que tem algo a ver? Ele olhou na minha direção, poxa!
Não, eu não vou por esse caminho. Desvio o olhar dele e saio atrás de um banheiro.
Isso malditamente não pode ter nada a ver comigo. Não pode!
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30 minutos
RomancePessoal, não deixem de dar uma olhadinha na história por ainda está com poucas visualizações. Suas visualizações e votos que a faz crescer! Muito obrigada a quem da uma paradinha para conferir. Eu tinha decidido parar de ver ele. Na verdade, faz cin...