Capítulo 14

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Quem deixou a cortina aberta? Cubro meu rosto, Minha  cabeça estava explodindo. Levanto sobressaltada, essa não era minha cama, muito menos minha casa. Demoro para conseguir  acostumar minha visão, olho em volta reconhecendo o quarto de hóspedes da casa do Jason, suspiro aliviada, como vim parar  aqui?

Olho para meu corpo e vejo que estava com a mesma roupa  de ontem. Levanto ao notar uma camisa branca aos pés da cama com um post-it  amarelo, o pego  e a raiva me consome. Como alguém pode deixar um bilhete escrito "tome um banho você está fedendo! Leve meu carro para lavar, ele está na garagem"
Ps. você vomitou nele :)

Babaca ele era um babaca indelicado. Mas como eu vim parar aqui? Não  me  lembrava de nada que tinha acontecido na noite anterior. Talvez  se eu tomasse um banho, minhas memórias estariam mais claras.

HUUM Eduardo era um gatinho mesmo, será  que peguei o número dele? Eu Não deveria beber mais. Em menos de uma hora arranjei um namorado e fiquei noiva dele.

Termino  meu banho e visto  a camisa de Jayson, era  enorme parecia uma  camisola, foi inevitável não  inspirar o seu perfume, e me peguei sorrindo. Eu estava horrível, havia uma escova de dentes nova junto com uma pasta de dentes e imaginei  que era pra mim. Penteei meus cabelos com os dedos e me senti mais apresentável. Eu não podia negar que estava feliz, de algum jeito vim parar na casa dele, só espero que eu não tenha vindo bater na porta dele bêbada e falado asneiras, esse era meu maior  medo agora.

Me olho no espelho mais uma vez antes de sair do quarto, meu estômago ronca assim  que sinto o cheiro de café.

- Bom dia - digo me sentando na mesa,  logo Jay pega  uma caneca e traz em minha direção

- Só se for pra você - Sua voz era rouca, levanto o olhar e quase me assusto com suas olheiras. Porém  o que mais me incomodou foi o olhar penetrante e significativo que me lançou.

E então eu me lembrei de tudo. Principalmente como eu o agarrei e me joguei nele, como eu gostei de seu beijo - beijava muito bem por sinal- e de seus toques. Sinto meu rosto esquentar, eu realmente o tinha beijado?

-Pela sua reação deve ter se lembrado.- depois de longos segundos me encarando ele completou - Você deveria se cuidar, nem todos os homens são bons. E muitos teriam se aproveitado, inclusive seu "noivo" Eduardo. Não saia agarrando os outros bêbada, inclusive eu. Na próxima posso não me controlar.

- Não vai ter próxima! - Me levanto, eu iria embora agora mesmo. 

- Espero que não. A chave do carro  está em cima da mesa. - Vejo seus punhos cerrados e ele sai rapidamente, me deixando novamente sozinha. Mas dessa vez eu agradeci. O que foi que eu fiz? Estou louca, completamente maluca.

Jason

-O que você tem na cabeça  Jason! Como pode abandonar uma missão pra levar sua namoradinha bêbada em casa? - Delegado Afonso estava zangado.

- Temos que conversar - Não podia mais guardar segredo, agora que me aproximei de Mariana a sua segurança estava  em risco. - Sobre o assassinato dos meus pais.

- O que isso tem haver? - O mesmo me questiona enquanto massageia as têmporas.

- Existe uma testemunha - Agora mais que nunca eu precisava do máximo de apoio possível.

-O que? - Afonso pula da cadeira e vem em minha direção- me explique isso direito.

- O assassino deixou uma testemunha viva, não tenho certeza se ele sabe sobre isso. - suspiro

- Ela viu o rosto dele? - assinto - Como você pode me dizer isso apenas agora?

- Descobri tem poucos meses, além disso ela não se lembra do ocorrido. Nem mesmo me reconhece. - Ele me olhava atentamente - Ontem ela estava na festa, extremamente bêbada e aparentemente sozinha. Temi pela sua segurança.

- Ela então não está a par da situação? - concordo com a cabeça- o que você tem nessa sua cabeça louca  de guardar uma informação tão importante como essa? Esse lunático pode tentar mata-lá a qualquer momento!

- Quando ele pensar em fazer isso, estarei lá para pegá-lo. Além do mais estou morando ao lado da casa dela.

O que eu estava fazendo era diferente do que o assassino? Eu estava usando Mariana, me aproximando dela. Apenas para fazê-la lembrar do pior momento da vida dela. E  para assim pegar quem eu mais queria, o assassino de mais pais e de muitos outros.

- Você é Louco, como pode se arriscar e arriscar a  vida de alguém assim? - Afonso estava extremamente nervoso.

- Eu cuidarei dela, nada ira acontecer. Mas essas informações deverão ser mantidas em segredo. Preciso de seu apoio, porém não confio em todos dessa delegacia. - Entrego para Afonso um pasta com todas as informações - Guarde isso muito bem.

Volto para minha  sala  tentando ao máximo não lembrar do que aconteceu ontem. De como gostei da iniciativa da pirralha, e isso era tão errado. Entretanto  ela estava bêbada, não fazia ideia do que estava fazendo. Eu era um canalha, a estava usando. Não podia sentir nada por ela, mas quando a vi ontem a mercê daquele cara, sorrindo e alegre algo dentro de mim se revoltou. Com esse mesmo pensamento passei a noite em claro, e me segurando para  não entrar naquele quarto de hóspedes velar seu sono.

- Maldito sorriso- eu não poderia estar me apaixonando, não por ela. Por que assim que ela descobrir quem sou, serei pra ela apenas um grande filha da puta aproveitador.

Boa noite leitores!
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