Capítulo 18

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Uma semana se passou depois daquele desastroso dia. Exausta era assim que eu me sentia. Todo dia era a mesma coisa, as mesmas perguntas, o mesmo estresse e a mesma mágoa.... ela era a pior. Eu me sentia traída, enganada e usada, porém o que eu não entendia era; porque eu me sentia assim se Jason não era nada meu? Nem uma amizade tínhamos e eu me sentia desapontada com isso, ou talvez me sentia entristecida pelo fato do Jay ter se tornado alguém estranho.

- Jason por favor vá embora. Eu já disse que não lembro do rosto, só consigo me lembrar do que aconteceu. - Me encontro no sofá intimidada com tantos policias na minha pequena sala.

- Tente só mais uma vez Mariana - Era estranho ver ele sendo tão formal comigo.

- Já chega por hoje- Igor diz se levantando - Não vamos  sobrecarregar. 

Sem me despedir levanto da pequena  porém confortável poltrona  e vou para  meu quarto. Eu já sabia o que estava por vir, depois de uma longa manhã sendo interrogada por policias, eu passaria a tarde discutindo com Gogo sobre continuar vivendo nessa casa. Ele queria muito que voltasse a morar com ele e Mel.

Minha cabeça e meu coração- principalmente ele - estava uma bagunça. Enquanto meu consciencia falava "Jason  te usou, fique longe" meu coração dizia " Ele precisa de você, a última esperança" com isso Eu queria que ao mesmo tempo Jay desaparecesse e que ficasse em minha vida. Talvez seja por isso que eu ainda queira morar aqui, ao lado de Jason.

Foi terrível me lembrar do que houve tanto tempo atrás, mas com isso tudo fez sentido. E agora era o momento de eu decidir se irei me esforçar para lembrar do rosto do assassino, ou se apenas irei deixar  isso no passado apenas  como uma lembrança esquecida.

Eu sentia medo do assassino, quando ele irá vir me matar? Minha família corre risco? São perguntas que não desaparecem da minha cabeça.

O certo era pegar o assassino antes que ele me pegue. Entretanto sinto tanto medo, lembrar do que ele fez com Jay e com a família do menino do orfanato me deixa trêmula, e mesmo que eu não esteja informada sei que tem muitos mais vítimas que ele matou.

Eu deveria ser mais forte que meus medos, mas realmente é difícil. Eu não quero viver minha vida fugindo de alguém que eu nem sei se sabe minha identidade, viver com medo e cercada de seguranças.

Com esses pensamentos eu tomo uma decisão. Seria muita falsidade eu dizer que não estava com medo, entretanto era a forma de eu ajudar Jay e tantas outras vítimas, além de tentar proteger minha família.

Deito em minha cama, não antes de conferir se a janela do quarto estava trancada. Sim eu estava ficando neurótica, mas não é todo dia que você descobre que é a testemunha que viu o rosto de um  assassino em série. O que eu me perguntava era, ele sabia que eu tinha visto seu rosto? Minha identidade? Se sim porque ele ainda não veio atrás de mim e eu estou respirando?

Com esses pensamentos sinto meus olhos fecharem lentamente, o cansaço pelas noites mal dormidas tinha me pegado de jeito.

-Linda a cena não? - aquela voz assustadora cochichava em meu ouvido. Minhas mãos estavam amarradas e eu não sentia minhas pernas, seguro o grito na garganta  quando olho na direção que aquele homem que facilmente seria confundido com um ceifador apontou.

Jay estava pendurado de ponta cabeça, escorria sangue de seu corpo inteiro. Ele falava alguma coisa, mas não saia som de sua boca

- Vamos acabar com isso- O homem de preto anda na direção de Janson arrastando um machado.

Começo a gritar e me debater na tentativa falha de me libertar e salvar o meu primeiro amor, sim agora eu lembrava.

-Nina acorde - Eu sentia braços em minha volta, um cheiro tão familiar e calmo - Foi só um pesadelo, não irei deixar ninguém te machucar minha pequena.

Abraço Janson e deixo  minhas lágrimas caírem incessantemente por meu rosto. Sentir os braços de Jay  em minha volta, fazendo cafuné em meus cabelos e falando  palavras ternas para mim me deixou mais calma e fez com que eu quisesse ao máximo aproveitar o momento, a raiva que eu sentia dele se dissipou nesse momento.

Ele estava vivo, o menino de olhos triste estava bem. E agora eu o abraçava, sentia como se eu fosse a criança de anos atrás. Era por isso que eu lutaria para lembrar, para salvar meu priemiro amor, o amor infantil que tive e estava esquecido mas o mesmo voltou com mais força agora.

- Jay - me afasto de seus braços e abro os olhos, percebo que já era noite e meu quarto  estava escuro contando apenas com a luz que vinha do corredor e passava pela porta aberta de meu quarto.

Coloco minhas mãos em cada lado de seu rosto, ele fecha  os olhos e coloca uma mão sobre a minha e a acaricia.

-Me perdoe, eu deveria ter lhe contado antes. Nós devemos nos afas...

- Shiuu- passo a mão  em seu lábio carinhosamente - Não precisa disso, vou me esforçar pra te ajudar a pegar o assassino.

Eu estava guardando aquele momento, o amor que tinha em seus olhos. Ele sentia o mesmo por mim?
Sem conseguir  controlar minha reações me aproximo mais de Jay e fico de joelhos de frente  para ele. Meu rosto se aproxima do seu lentamente e quando ele esta prestes a se afastar colo nossos lábios.

"Por favor não se afaste" eu pedia mentalmente. Porém fui surpreendida quando o beijo que começou calmo e singelo se tornou algo mais urgente. Jason me puxa para seu colo e enrosca seus dedos em meus cabelos enquanto a outra mão passeia pela minha cintura e da deliciosos apertos, fazendo eu sentir arrepios em todo meu corpo, e várias pulsações em um lugar específico.

Um  gemido escapa pelos meus lábios quando Jay coloca suas mãos por dentro da minha camisola, arranhando de leve minhas costas. Eu sentia a excitação de Jay, já que estava sentada em seu colo e isso era enloquecedor.

Protesto quando ele separa nossos lábios, mas logo em seguida ele começa a trilhar beijos molhados por toda a extensão de meu pescoço. Ele vai descendo os beijos pelo meu decote e suspiro quando ele beija meu peito por cima do leve tecido da camisola. Me movimento lentamente  em cima de seu colo e o escuto gemer.

- Da próxima vez fechem a porta... Tia usem camisinha. - Pulo  do colo de Jay ao ouvir a voz de Mat.

Puta que  pariu!

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