Capítulo 19

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Jason

Eu estava preparado para segurar Nina, pela sua cara acho que ela estava querendo Matar Matheus.

Deus a quanto tempo eu não via uma mulher corar desse jeito? Isso me deixava louco, a única coisa que eu pensava em fazer agora era colocar o Matheus pra fora, e terminar o que Nina e eu começamos.

- Tia não precisa ficar tão vermelha, parece uma virgem. Eu sei o que é sexo. - Agora ela iria jogar Mat pela janela. Com minha ajuda claro.

- Saiiiii - acabo rindo, a quanto tempo eu não ria assim? - Os dois!

- Não quer continuar o que começamos? Dessa vez prometo certificar de trancar a porta. - se eu era o diabo? Talvez.

Se Nina estava vermelha antes? Agora ela já podia ser considerada uma nova cor, um vermelho vivo jamais visto. Ela estava parecendo um anjo, não um não. Estava mais para uma ceifadora que me levaria para perdição. Seus cabelos pretos ondulados estavam bagunçados de um jeito selvagem, combinando perfeitamente com seus lábios vermelhos e inchados, e aquelas bochechas coradas me deixavam louco. Eu só queria com todo meu corpo e alma jogá-la naquela cama e fazer ela minha. Não poderia deixar meu desejo absurdo ser usado como desculpa para fazer algo que eu me arrependeria para sempre - desconsiderei aquele desconforto no peito - canalha era uma coisa que eu não era, pelo menos pra pequena Nina eu não seria. Caralho isso é tão errado, preciso dar um fim de uma vez por todas.

- Ei o que você acha que está fazendo? - Matheus se assusta quando começo o levar para fora - nem pense em trancar essa porra de port...

- Porque não saiu? - Nina cobre seu corpo com a manta que estava na cama.

-Não se preocupe, não iremos continuar- Digo para Nina e após um longo suspiro completo - Não faça mais isso, você sai beijando todo mundo assim que acorda? - sorrio irônico.

E então tudo foi muito rápido, um momento ela estava na cama e no outro de pé ao meu lado com a mão em minha cara. Sim levei um belo de um tapa, merecido. Infelizmente ser um babaca era meu jeito de tentar afasta-la.

Eu queria tanto ela, mas não podia. Uma regra era: não se envolva em serviço, e agora Mariana era minha testemunha, meu trabalho. Se eu me deixasse se envolver com ela minhas prioridades mudariam, ao invés de caçar o infeliz eu iria tentar proteger Nina. Então aquele meu desejo eloquente deveria ficar bem guardando dentro de minha consciência e principalmente das minhas calças.

Eu só não entendia porque doeu tanto tomar essa decisão. E vendo seus olhos se encherem de lágrima a ficha caiu. Eu já tinha em envolvido com ela, e puta merda isso não era apenas desejo, era um sentimento mais forte.

- O que fizemos foi um erro. Por favor, escute seu irmão e vá morar com ele novamente. Pra sua segurança.

Saio apressado do quarto, ainda sentia a ardência em meu rosto, porém não se compara ao desconforto em meu peito. Passo pelo Igor sem ao menos falar com ele, eu preciso pensar.

Mariana

Burra, burra eu era muito burra. Porque fui me jogar pra cima naquele babaca de novo? Não consigo segurar a porcaria da minha língua dentro da boca?
Eu apesar de estar ferida emocionalmente e me sentindo usada, decidi perdoar Janson achando que tínhamos algo, porém ele só me queria como testemunha. Nunca sentiu o que sinto.

Fui muito trouxa! Como eu pude me meter nessa?

...

Fecho minha última mala e suspiro, Riss percebendo minha tristeza se aproxima ronronando.

Não acredito que iria voltar pra casa do Gogo. Eu estava tão feliz de sair de lá, agora parecia um sonho muito distante conseguir conquistar minhas coisas, nem sei se vou continuar viva.

Eu amava Gogó com todo meu coração, mas ele era muito controlador. Não me deixava fazer nada e ainda me tratava como criança, até virgem ele achava que eu era!

O que eu fiz pra atrair tanto problema pra minha vida? Será que joguei pedra na cruz no passado?

Meu emprego? Já era perdi. Não quis usar meu sobrenome pra encontrar emprego nem aceitei a clínica veterinária que o Igor tentou me dar.
Eu precisava da Mel, só ela poderia me confortar nesse momento.

Antes de entrar no carro do Gogo olha pra trás. Duas semanas atrás eu estava feliz de mudar pra cá, achando que ia ser a melhor experiência da minha vida, mas só me trouxe problemas. Não consigo evitar olhar pra casa ao lado, Jason estava na janela me encarando. O encaro sem desviar o olhar, passou minutos até que sinto as mãos de Júnior nas minhas costas.

- Vamos Nina. - me empurra em direção ao banco do passageiro.

Fecha a porta e eu abro a janela do carro. Mat entra no banco de trás e Igor na frente.

- Obrigada Júnior por ficar comigo - ele me dá um beijo na testa

- Assim que possível vou te visitar, ok?

- Vou te esperar.

...

E assim voltei pra casa do meu irmão. Cheguei e fui recebida por abraços, beijos e lambidas (da Pin).
As crianças adoraram o Riss, e por incrível que pareça ele se deu bem com a tropinha. Me senti acolhida e cheia de amor.

Quando já era noite eu observava Dudu dormindo, ele era um grude comigo e estava com saudades. Ver ele me lembrou muito o Mat, não consigo conter as lembranças. Respiro e solto o ar lentamente, era difícil não pensar em Janson.

Quando o vi pela primeira vez naquele hospital, me apaixonei imediatamente. Eu tinha apenas 10 anos e já tinha meu primeiro amor. Por conta do trauma eu havia esquecido dele, mas agora todos aqueles sentimentos de uma pequena garotinha estavam ressurgindo com toda força. Eu tinha que esquece-lo, ele não me via da mesma forma que eu o enxergava.

Eu sempre senti que faltava algo, não entendia porque o Igor me deixava cercada de seguranças e quando mais nova me obrigava a ir na psicóloga. Agora tudo faz sentido na minha cabeça, e o quebra cabeça se encaixou.

- Nina, está tudo bem? Vim buscar o Duh - Mel entra no meu quarto e se aproxima - Você quer conversar? Venha aqui.

Mel me abraçou carinhosamente, e eu não consegui conter minhas lágrimas. Lá estava eu chorando novamente.

- Chore meu bem, só assim essa angústia vai passar. - depois de longos minutos consigo me acalmar - Quer conversar?

- Sim- respiro fundo - Eu não entendo porque Jason agiu dessa forma. Esta claro que ele tinha intenção de me usar, porém o jeito que ele me tratava, cuidou e me protegeu me deixa confusa. Eu não sou uma pessoa fácil de lidar eu sei, não aceito um não muito fácil e adoro quando sou desafiada. Mas quando eu o beijei ele retribui, e eu vi que ele também queria. Não era um beijo só por tesão, pelo amor de deus não conte para o Gogo. - Mel assentiu, continuei - Um dia fui em uma balada e acabei ficando bêbada de mais, por coincidência o Jay estava lá e viu minha situação. Ele me levou pra casa e cuidou de mim. Eu acabei extrapolando e o agarrei ele teve a oportunidade de me levar pra cama, mas quando as coisas estavam esquentando ele me jogou pro lado e saiu.

- Nina eu também acho que Jay sente algo por você, quando você esteve no hospital e quando desmaiou ele ficou tão preocupado. Porém ele deve estar com medo, se ele se envolver com você provavelmente vai ser afastado do caso. Esse caso é a vida dele, é o jeito dele honrar o pais deles, os quais foram assassinados.

Os olhos de Mel lacrimejam e eu a abraço, eu sei como era difícil pra ela. Essa situação a lembra de como seus pais deixaram esse mundo tão precocemente e ela em um piscar de olhos teve que cuidar do irmãozinho que tinha apenas 3 meses, ficou sem casa e dinheiro.

- Desculpe Nina, estamos falando sobre você. É que esta se aproximando a data do acidente e é difícil eu me controlar. - Ela sorri tristemente - De um tempo pra Jason. Se ele gosta de você, o que eu acredito com todas minhas forças , ele não vai aguentar ficar longe muito tempo. Tire esse tempo pra pensar também, esfriar a cabeça e ver se você realmente quer estar com ele. - Mel era a figura mais próxima como mãe que eu tinha.

- Obrigada Mel, por não me julgar e fazer eu me sentir melhor - Desejamos boa noite e Mel pega Duh no colo saindo de meu quarto.

Agora sozinha eu tinha muito o que pensar.

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