Passado, Lembranças e Corações Partidos.

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MARCOS

Eu estava arrasado. Sim, eu sei que eu disse que nós éramos só amigos mas... eu ainda tinha esperanças, eu ainda acreditava que podia existir um nós...

Eu entrei na casa do Jhonathan e fui direto para o "meu quarto", e comecei a arrumar as minhas malas

-Espera, Marcos não faz isso...

-Não tem porque eu continuar aqui você não acha ?

-Isso tudo porque eu estou namorando? Amigos de verdade ficariam felizes com isso, sabia?

-EU NÃO QUERO SER SÓ SEU AMIGO! Eu nunca quis... será que você não percebe isso?

-Mas, eu amo o Cachinhos...

-E não sente nada por mim? ...

Eu fui chegando perto, peguei a cintura dele e colei nossos narizes.

-... você não sente nem um pingo do amor que nós tivemos no passado...

Eu sussurei no ouvido dele. E colei nossos lábios. Não era um beijo envolvente. Era um beijo carinhoso. E era a minha última chance...

Mas ele virou a cara. E me afastou de seu corpo...

-O passado, é passado. Passou. Agora é hora de começar a escrever uma página nova.

-Mas, eu não vou conseguir assistir você escrever uma história em que não haja um nós...

-Mas é claro que há um nós...

Meu rosto se iluminou por alguns instantes.

-Mas... como... amigos...

Eu precisava tentar. Eu peguei ele pela cintura de novo. E sussurei no seu ouvido. Ele estava sem reação.

-Desiste dele, vai... desiste de tudo e foge comigo... eu vi o seu olhar de dor quando disse que não me amava mais... fica... comigo...

Eu já estava chorando. Eu já sabia a resposta. Meu coração estava dilacerado... e era uma dor que não poderia ser curada.

Ele me empurrou, e virou de costas...

Eu não tinha mais nada para fazer ali. Eu não era sádico. Não tinha porque eu ficar sofrendo...

-Diz para seus pais que obrigado por me abrigarem.

-Para onde você vai ? Depois de quase três meses...

-E você não percebeu que eu te amo...

Eu me virei, não queria ouvir mais desculpas... Eu só queria sair dali o mais rápido possível...

Eu só queria esquecer tudo aquilo, mas a minha mente só trazia as lembranças de quando existia um nós... o nosso primeiro beijo... a nossa primeira vez... o dia do acampamento....

Eu andei sem rumo, até que percebi que estava na pracinha do bairro do Jhonathan.

Eu não tinha para onde ir. Não tinha com quem ficar. Então eu liguei para meu único amigo.

-Alô? Carlos? Eu... desco.... des...

-Calma, Marcos... onde você está?

-Na praça...

-Espera que eu vou aí te buscar...

Quando eu ia falar que não precisava, ele desligou o telefone

Ele chegou alguns minutos depois.

- Entra.

-De quem é esse carro?

-É da minha mãe. Entra logo.

Nós fomos para a casa dele. Ele avisou a mãe que eu passaria alguns mese com eles. Ela era mãe solteira.

-Vem, Marcos, entra e me conta tudo! Tim tim por tim tim!

E eu contei. E quando eu terminei a reação dele me surpreendeu.

-Droga! Eu disse a ele que não era para se envolver com ele!

-Ué? Mas por q...

-Marcos, agora eu vou te contar uma coisa que aconteceu comigo e com o Jhon a algum tempo atrás...

E ele me contou uma história incrível... era simplesmente incrível... e a medida que ele ia contando, eu ia chorando junto com ele...

-E foi isso que aconteceu.

Eu olhei para ele, e ele me olhou com seus olhos cor de mel.

Eu não sei se foi a carência, ou se foi a história que ele me contou. Ou o sentimento de gratidão que emanava de nós. Mas eu o beijei.

-O que... o que...

Ele tocou os lábios. E de repente estava retribuindo meu beijo. Em alguns minutos nós estávamos transando.

Eu não sei quem estava ali naquela cama, não se era Carlos e Marcos. Eu não sei se era arrependimento e carência. Nem sei se eram os anos de desejo reprimido de ambos.

Eu só sei que ali, naquela cama estavam dois corações partidos e dilacerados pelas voltas do amor, se colando, se reconstruindo. Dois escrivões, escrevendo uma nova história, uma nova página

É Certo ? É Errado ? É Amor? (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora