Naquela noite me deitei suspirando por saber que provavelmente demoraria para pegar no sono. É estranho, mas parece inevitável os questionamentos sobre a vida, e aonde ao certo ela ai dar... Quer dizer, quem tem a real certeza pra onde estamos indo?
Parece que todas as respostas que conseguiremos não passarão de meras hipóteses, isso não te assusta? Pois à mim sim. Acho que esta seria a resposta ideal a pergunta de Rafael, contudo não a fiz, por apenas não saber compreendê-la ao certo.
*/*/*
-Laila, já são meio dia. -A voz de minha prima soou pelo quarto, e por um instante me arrependi de ter ido dormir tão tarde.
Abri os olhos, porém os fechei logo em seguida devido a claridade.
-O que está fazendo? -Perguntei quando abri novamente os olhos e encontri Paula abrindo as cortinas.
-Hoje é dia de faxina, meu dia no caso, e como tá aqui vai me ajudar.
-Ótimo.
Mesmo contrariada me levantei, caminhei até o banheiro lavei meu rosto, escovei os dentes e prendo meus cabelos em um coque usando o mesmo. Acho que está na hora de um novo corte, me faria bem.
Após, me direcionei até a cozinha e me sentei colocando café na xícara vazia que quase implorava por um pouco do liquido preto. Amo café, e de todos os jeitos, café é simplesmente perfeito.
Chequei minhas redes sociais enquanto comia um pedaço de panqueca com calda de caramelo. Depois que terminei recolhi as louças e as lavei, por mais que não deva, ou deteste, sou extremamente organizada, isso me irrita um pouco. Mas como não tem como fugir de mim, escolhi suportar.
Retornei ao quarto, a casa onde minha prima vive é realmente maior do que imaginava há uns cinco quartos, uns seis banheiros, cozinha e sala... Claro que pirei quando imaginei que teriamos de limpar tudo, contudo a alegria me tomou quando Paula disse que elas dividem a faxina por partes e que cada uma fica com uma parte. Pelo que entendi três quartos e dois banheiros é a parte da minha prima, então enquanto ela se empenhava no dela me dirigi até o de sua amiga e comecei a tirar o pó. Não sem antes colocar um boa e velha música agitada.
/*/**/*
-Vamos ao cinema! -A voz de Allan ecoa pela sala, tiro o fone.
-Que filme? -Vejo-o fazer uma careta.
-Hoje é dia da sua prima escolher.
-Isso me assusta um pouco. -Sussurro.
-Eu ouvi. -Paula diz adentrando a sala. -E eu sou ótima na escolha com filmes.
Meu olhar se cruza ao de Allan que tem a mesma expressão incrédula.
-Vocês são péssimos.
-Somos irmãos, isso é bem diferente. -Falo me levantando e seguindo-os em direção à entrada. Adentramos ao carro de Allan.
-O que fariam se nós terminássemos? Se encontrariam escondido?
-Eu ia pedir pra deixar ele e você ir, mas isso também é valido. -Respondo fazendo-o rir, e ela me dá um tapa com a expressão chocada.
-Vocês são dois trairás.
Ao som quase que explosivo seguimos o caminho até o shopping mais próximo. Após estacionar o carro descemos e caminhamos em direção da movimentada entrada.
Em poucos minutos estamos na fila da compra do ingresso, claro com uma pequena divergencia.
-Gente, aproveitem e namorem, eu não ligo de assistir um filme sozinha.
-Tá bom, qualquer coisa foge pra nossa sessão.
-Moça, ela não pode fazer isso. -A atendente diz.
-Obrigada por nos apoiar, moça, tocou meu coração. -Allan diz nos fazendo sorrir.
Por fim, eles verão um filme meloso e romântico como desculpa para beijar do inicio ao fim, enquanto irei para um filme de ação.
Adentro a sala escura à procura de meu acento. Em poucos instantes os trailers começam a ser exibidos na telona, concentro-me em comer a pipoca e assisti-los.
-Você parecia curtir mais comédias romanticas. -Uma voz familiar surgiu do meu lado. Viro-me.
-Rafael? O que faz aqui?
-A intenção era assar uma carne, mas pelo visto só passam filmes mesmo assim. -Responde me fazendo rir.
-Comprou um ingresso do lado de alguém, quem faz isso?
-Quem quer fazer novas amizades, socializar...
-É bem sociável pelo visto, né?
-Eu tento.
Desvio meu olhar novamente para a tela que dá inicio ao filme. E então o silêncio reina, quase que por completo, apenas hora outra comentávamos algo sobre algum efeito especial ou surpresa no filme.
Ao fim do mesmo saíamos da sala em plena discussão sobre o final indecisivo.
-É óbvio que terá um frequência. -Falo.
-E se eles optarem por permitir ao telespectador imaginar o que aconteceria...
-Fariam se eles não estivessem interessados em dinheiro. -Respondo fazendo-o sorrir.
-É tem razão... Hm, me empresta seu celular, por favor.
Pego-o em meu bolso, desbloqueio e lhe entrego. Após alguns cliques ele parece discar um número e o leva até a orelha. Segundos depois encerra a chamada.
-Meu número, me liga. Foi bom te conhecer, Laila. -Dito isso começa a caminhar em direção a saída, me deixando a li, surpresa e parada.
-Como foi o filme? -A voz de Paula soa atrás de mim, viro-me.
-Hm, muito bom. Acho que vai ter uma franquia.
-Que bom. O nosso fez a Paula chorar após os primeiros dez minutos.
-Eles não podiam ficar juntos, foi tão triste.
-Mais triste foi nós que podíamos e não ficamos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quase Um clichê perfeito...
RomancePlágio é crime! Obra registrada. Um dia frio, um baile escolar se aproximando, um capitão do time e uma garota com problemas de confiança ... Isto te lembra algo? Ele nunca a havia notado... Até agora, provavelmente precisa de ajuda com os estudos...