Capítulo 3

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Naquela noite me deitei suspirando por saber que provavelmente demoraria para pegar no sono. É estranho, mas parece inevitável os questionamentos sobre a vida, e aonde ao certo ela ai dar... Quer dizer, quem tem a real certeza pra onde estamos indo? 

Parece que todas as respostas que conseguiremos não passarão de meras hipóteses, isso não te assusta? Pois à mim sim. Acho que esta seria a resposta ideal a pergunta de Rafael, contudo não a fiz, por apenas não saber compreendê-la ao certo. 

*/*/*

-Laila, já são meio dia. -A voz de minha prima soou pelo quarto, e por um instante me arrependi de ter ido dormir tão tarde. 

Abri os olhos, porém os fechei logo em seguida devido a claridade. 

-O que está fazendo? -Perguntei quando abri novamente os olhos e encontri Paula abrindo as cortinas. 

-Hoje é dia de faxina, meu dia no caso, e como tá aqui vai me ajudar. 

-Ótimo. 

Mesmo contrariada me levantei, caminhei até o banheiro lavei meu rosto, escovei os dentes e prendo meus cabelos em um coque usando o mesmo. Acho que está na hora de um novo corte, me faria bem. 

Após, me direcionei até a cozinha e me sentei colocando café na xícara vazia que quase implorava por um pouco do liquido preto. Amo café, e de todos os jeitos, café é simplesmente perfeito. 

Chequei minhas redes sociais enquanto comia um pedaço de panqueca com calda de caramelo. Depois que terminei recolhi as louças e as lavei, por mais que não deva, ou deteste, sou extremamente organizada, isso me irrita um pouco. Mas como não tem como fugir de mim, escolhi suportar. 

Retornei ao quarto, a casa onde minha prima vive é realmente maior do que imaginava há uns cinco quartos, uns seis banheiros, cozinha e sala... Claro que pirei quando imaginei que teriamos de limpar tudo, contudo a alegria me tomou quando Paula disse que elas dividem a faxina por partes e que cada uma fica com uma parte. Pelo que entendi três quartos e dois banheiros é a parte da minha prima, então enquanto ela se empenhava no dela me dirigi até o de sua amiga e comecei a tirar o pó. Não sem antes colocar um boa e velha música agitada. 

/*/**/*

-Vamos ao cinema! -A voz de Allan ecoa pela sala, tiro o fone. 

-Que filme? -Vejo-o fazer uma careta. 

-Hoje é dia da sua prima escolher. 

-Isso me assusta um pouco. -Sussurro. 

-Eu ouvi. -Paula diz adentrando a sala. -E eu sou ótima na escolha com filmes. 

Meu olhar se cruza ao de Allan que tem a mesma expressão incrédula. 

-Vocês são péssimos. 

-Somos irmãos, isso é bem diferente. -Falo me levantando e seguindo-os em direção à entrada. Adentramos ao carro de Allan. 

-O que fariam se nós terminássemos? Se encontrariam escondido? 

-Eu ia pedir pra deixar ele e você ir, mas isso também é valido. -Respondo fazendo-o rir, e ela me dá um tapa com a expressão chocada. 

-Vocês são dois trairás. 

Ao som quase que explosivo seguimos o caminho até o shopping mais próximo. Após estacionar o carro descemos e caminhamos em direção da movimentada entrada. 

Em poucos minutos estamos na fila da compra do ingresso, claro com uma pequena divergencia. 

-Gente, aproveitem e namorem, eu não ligo de assistir um filme sozinha. 

-Tá bom, qualquer coisa foge pra nossa sessão. 

-Moça, ela não pode fazer isso. -A atendente diz. 

-Obrigada por nos apoiar, moça, tocou meu coração. -Allan diz nos fazendo sorrir. 

Por fim, eles verão um filme meloso e romântico como desculpa para beijar do inicio ao fim, enquanto irei para um filme de ação. 

Adentro a sala escura à procura de meu acento. Em poucos instantes os trailers começam a ser exibidos na telona, concentro-me em comer a pipoca e assisti-los. 

-Você parecia curtir mais comédias romanticas. -Uma voz familiar surgiu do meu lado. Viro-me. 

-Rafael? O que faz aqui? 

-A intenção era assar uma carne, mas pelo visto só passam filmes mesmo assim. -Responde me fazendo rir. 

-Comprou um ingresso do lado de alguém, quem faz isso? 

-Quem quer fazer novas amizades, socializar... 

-É bem sociável pelo visto, né? 

-Eu tento. 

Desvio meu olhar novamente para a tela que dá inicio ao filme.  E então o silêncio reina, quase que por completo, apenas hora outra comentávamos algo sobre algum efeito especial ou surpresa no filme. 

Ao fim do mesmo saíamos da sala em plena discussão sobre o final indecisivo. 

-É óbvio que terá um frequência. -Falo. 

-E se eles optarem por permitir ao telespectador imaginar o que aconteceria...

-Fariam se eles não estivessem interessados em dinheiro. -Respondo fazendo-o sorrir. 

-É tem razão... Hm, me empresta seu celular, por favor. 

Pego-o em meu bolso, desbloqueio e lhe entrego. Após alguns cliques ele parece discar um número e o leva até a orelha. Segundos depois encerra a chamada. 

-Meu número, me liga. Foi bom te conhecer, Laila. -Dito isso começa a caminhar em direção a saída, me deixando a li, surpresa e parada. 

-Como foi o filme? -A voz de Paula soa atrás de mim, viro-me. 

-Hm, muito bom. Acho que vai ter uma franquia. 

-Que bom. O nosso fez a Paula chorar após os primeiros dez minutos. 

-Eles não podiam ficar juntos, foi tão triste. 

-Mais triste foi nós que podíamos e não ficamos. 









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