Capítulo 19

8.4K 864 79
                                    

O restante da tarde foi bem divertida, e quando chegou o momento de irmos embora agradeci mentalmente por saber que finalmente conseguiria cessar o cansaço que me tomava. 

Quando cheguei em casa acabei por prolongar um pouco mais o caminho até meu quarto, visto que comecei a comentar como havia sido o dia com meu pai e madrasta, ambos ficaram muito felizes por verem que realmente me diverti. Após, segui para meu quarto, adentrei ao banheiro e me permiti tomar um longo e proveitoso banho, depois me troquei colocando uma roupa folgada e confortável e me direceionei até a cozinha, estou faminta. 

Sarah havia preparado uma torta de frango para o jantar, acabei por jantar antes deles, e logo me vi deitada na cama sentindo o sono me dominar. 

____________________________________________________________________

Na sexta feira acordei por volta das onze horas da manhã, um pouco dolorida devido a mudança na rotina e os exercícios repentinos. Levantei-me, tomei café com meu pai e Sarah, visto que hoje é feriado pudemos realizar a rara tarefa e comermos todos juntos. 

Passamos o dia na frente da televisão vendo alguns filmes antigos, e comendo pipoca com brigadeiro. Quando a tarde meu celular vibrou com a chegada de uma mensagem de Aline me chamando para comer um lanche em uma lanchonete fast food, como estava com fome aceitei. 

Troquei-me, avisei à Sarah, pois meu pai estava no banho. E deixei minha casa caminhando em direção ao estabelecimento que é perto de minha residência. Não demoro muito até chegar, encontro minha amiga sentada numa mesa perto do ar condicionado com ambos os pedidos já na mesa. 

-Oi. -Cumprimento-a. 

-Oi, já fiz seu pedido. Cheddar, certo? 

-Exatamente. -Respondi sentando-me a sua frente. 

-Como foi seu dia? -Pergunta após dar uma mordida em seu lanche. 

-Bem preguiçoso e o seu? 

-Ajudei minha irmã no dever de casa, então não tão animador. -Responde me fazendo sorrir. 

Comi o lanche e a batatinha além de tomar o refrigerante, depois disso conversamos um pouco e não demorou muito para me despedir de minha amiga. Enquanto ela seguia para a direção oposta à minha chequei as horas vendo ser quase oito horas da noite, guardei o mesmo em meu bolso. 

Levantei o olhar para continuar a caminhada, porém o que presenciei fez com que meus passos cessem por um segundo. Vejo minha mãe caminhando ao lado de um homem, engulo a seco. Seu olhar recai sobre mim, seus passos também cessam. 

-Mãe! -Grito. E começo a correr em direção á ela, contudo a mesma se vira. 

Corro ainda mais, até finalmente alcançá-la. 

-Mãe!-Grito virando-a. Seu olhar assustado está sobre mim, antes que minhas mãos tremulas pudessem tocar seu rosto o homem ao seu lado me afasta. 

-Mãe! -Grito tentando me soltar. 

-Me perdoe, eu não deveria estar aqui. -Ela diz se virando e caminhando na direção oposta a minha. 

-Fica longe dela, menina. -O homem diz em baixo tom. 

-Cala boca. MÃE! -Ainda tento me desvincular do homem, mas parece em vão, visto que ele é muito maior do que eu. 

-Ela não te quer menina, chega. -Dito isso ele finalmente me solta e começa a correr na mesma direção em que minha mãe corre há poucos minutos atrás. 

Poderia ficar parada, porém sigo-os correndo também, sinto meus olhos ficarem marejados, contudo mesmo assim continuo minha corrida. Não posso parar, preciso conversar com ela, e ouvir de sua boca que há algo de errado e que ela me quer. Que ela quer minha presença. 

Eu preciso saber que houve algum desentendimento, por mais que algo dentro de mim diga exatamente o contrário. 

Consigo ver o homem adentrar á um carro onde minha mãe está sentada no lado do passageiro, acelero meus passos ainda mais, como se isso fosse possível. Porém o carro acelera, e a última imagem que me resta é o olhar perdido de minha mãe, o mesmo olhar que encontrava nas noites em que dava banho nela devido ao alto nível de alcool no corpo. 

Meus passos são interrompidos visto que vejo-a literalmente se afastar de mim sem esforços. Minha respiração está ofegante, e sinto que irei começar a gritar ou apenas me encolher em algum canto para chorar em qualquer momento. Fito tudo ao meu redor, e observo alguns olhares estranhos sobre mim. 

Não pensando muito sobre minha ações apenas começo correr em direção à casa dele, eu preciso me esconder em algum lugar, contudo creio que terei companhia onde quer que eu for, por isso opto por uma que não irá fazer muitos questionamentos. 

Quase Um clichê perfeito...Onde histórias criam vida. Descubra agora