Capítulo 7

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Retornei a área da piscina, e meu olhar se tornou desapontado ao perceber que Brian não está mais com seu violão entretendo a festa.

-Ei, eu tava te procurando!- A voz Aline me atrai atenção.

-É, me achou.

-O que tava fazendo atrás da casa com o Riggeto?

-Passando raiva.-Falo começando a caminhar em direção a casa.

-Onde tá indo?

-Embora, essa festa já deu.

-Nao deu não! Vamos dançar, e outra você veio comigo, significa que precisa ir embora comigo.

-Você é insuportável, sabia? -Vejo-a revirar os olhos.

Caminhamos até a pista de dança improvisada onde Josh está rodeado por varias meninas que sabem dançar, bem diferente de mim. 

-Vai, é só se deixar levar pelo ritmo. -Aline diz sabendo o que está fazendo. 

Mesmo contrariada me permito começar a dançar no ritmo, a música eletrônica soa de forma ensurdecedora. 

-Laila dançando numa festa? Realmente o último ano tem fama de ser inovador, mas não imaginei que fosse á esse nível. -A voz de Riggeto soa atrás de mim, viro-me. 

-É parece que tem que vivê-lo intensamente. 

Em contraste com as músicas tocadas até então uma música suave e romântica começa a preencher o local. Um sorriso típico de quem vai aprontar toma os lábios de Josh, e o conheço tempo o suficiente pra saber que irei odiar seja lá o que virá a seguir. 

-Dança comigo, Laila. -Pede com um sorriso de lado, ouço um suspiro que me faz revirar os olhos. 

-Nem nos seus sonhos. -Respondo cruzando os braços. 

-Amiga, último ano... -Aline diz ao meu lado. - Brian Adams. -Sussurra. 

-Uma primeira e última dança, é só isso que te peço, Lailinha. 

-Só se me prometer nunca mais me chamar assim. 

-Feito. -Diz depositando uma das mãos em minha cintura, e me puxando para si. 

-Muito perto. 

-Perto o suficiente. -Sua respiração se choca contra meus lábios, realmente estamos muito próximos. 

Aos poucos sinto meu corpo se movimentar lentamente junto ao Josh. 

-O que quer, Riggeto? 

-Não vamos falar de mim... Quero saber mais sobre a Laila. -Diz em um tom baixo, de um jeito que somente eu o ouça. 

-Estudamos juntos desde que me entendo por gente, acho que nos conhecemos demais. 

-Qual é, eu sei que você já teve uma queda por mim. -Diz colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. 

-Ahhhh, tá tendo me seduzir pra que a conversa com o Harley aconteça?-Pergunto arqueando a sobrancelha. 

-Mas você... -Interrompo-o. 

-Eu vou fazer por ser uma boa pessoa, e não por você merecer ou não. E se continuarmos com isso aqui irá me fazer desistir, então... 

-Eu sei que no fundo você me ama. -Diz depositando um beijo na minha bochecha, faço uma careta. 

-Quer mesmo sua nota, ou tá só brincando? 

-Tá. -Diz me soltando. -Obrigada, Laila. De verdade. 

Viro-me e encontro uma menina do outro lado da sala me fitar de forma furiosa. 

-É, acho que já deu nossa hora. -Falo à minha amiga que assente. 

Juntas caminhamos em direção ao seu carro, adentramos e em silêncio fizemos o caminho de volta pra casa. Quando minha amiga desacelerou o veículo frente à minha casa me despedi dela, desci do mesmo e caminhei em direção a porta de minha casa abrindo-a e adentrando. 

Tudo está silencioso, e quieto. Provavelmente Sarah e meu pai já estão dormindo. Penduro a chave no chaveiro ao lado da porta e me direciono até meu quarto. Fecho a porta atrás de mim. 

Me dispo, e adentro ao meu banheiro. Ligo o chuveiro para ir aquecendo a água enquanto seleciono uma boa e velha música, após concluir adentro ao box sentindo a água morta escorrer por meu corpo. Por mais que não estivesse em meus planos lavo meus cabelos, o cheiro de cigarro e bebida me enjoam por motivos que fazem meus olhos marejarem com uma frequência quase que assustadora pra mim. 

Ignoro meus pensamento e foco-me em me concentrar na música agitada que diferente das da festa me trazem algum tipo de paz momentânea. Depois do banho visto meu pijama e me deito, fito as estrelinhas coladas no teto do meu quarto, as pus ali por volta dos sete anos, tinha medo do escuro e ainda ao dezessete as vezes me sinto insegura no mesmo. É estranho, mas minha vida parece ser toda estranha, então não vale a pena discutir. 

Rolo na cama buscando a posição ideal, encontro um porta retrato no criado mudo que estampa uma foto minha e de minha mãe. Um sorriso brota em meus lábios, estávamos tão felizes este dia, foi a primeira vez que ela havia dirigido após anos de meu pai a incentivando a tirar carta ela finalmente tomou coragem e foi. Éramos felizes e muito na verdade,  parte de mim é levada a questionar quando foi que isso se perdeu?  

Quase Um clichê perfeito...Onde histórias criam vida. Descubra agora