Capítulo 11

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-Precisamos ir mesmo de moto? -Questiono vendo-o me esperar montar na motocicleta. 

-Lição número um, entre um carro e uma moto ele sempre vai escolher a moto porque vai criar uma aproximação necessária e obrigatória. E isso também é bom pro seu lado. 

Mesmo contra minha vontade coloco o capacete e subo na moto. 

-Agora se segura em mim. 

O faço sentindo seus músculos por cima da camisa. 

-Essa parte é importante, você precisa fingir que não se importa de estar tocando os músculos dele, e eu sei que se importa, pois suas mãos estão rígidas agora. Precisa parecer relaxada. 

-Tá, mas não é todo dia que eu abraço um cara com tanquinho. 

-Você vai ter tempo o suficiente pra se acostumar comigo, então quando acontecer com o Brian não vai ser algo tão novo. 

Antes que eu pudesse dizer algo ele acelera a moto me fazendo apertá-lo mais forte e me repreendo ao ver o sorriso presunçoso do Riggeto pelo retrovisor. Convencido. 

-Outra coisa: Coloque mais perfume estou sentindo o seu cheiro, mas precisa ser bem forte ao ponto de quando ficar sozinho eu me lembre dele. 

Assinto sentindo certo receio devido a velocidade. 

-Pode ir mais devagar? 

-Posso, mas a velocidade faz com que você me aperte ainda mais, Brian também pensa assim. 

-E como sabe disso? 

-Ele é homem, então ele pensa. 

Reviro meus olhos, após uns vinte minutos Josh estaciona a moto frente à um parque de diversões. 

-Vem. -Diz oferecendo sua mão, pego-a. 

Estranhamente de mãos dadas adentramos ao parque local. Caminhamos em direção a montanha russa e como a fila estava pequena em questão de pouco minutos estamos no primeiro carrinho subindo para a descida cruel. Quando a volta para a queda se aproximou me vi apertando o braço de Josh que me puxou para si e então a queda aconteceu. 

Descemos do carrinho rindo, durante boa parte da tarde nos divertimos no parque e eu acabei perdendo a noção do tempo, apenas me toquei nisso quando estavamos na roda gigante e vi o celular. 

-Precisamos ir. -Falei atraindo sua atenção que estava toda na paisagem. 

-Por que? 

-Tá tarde, e meu pai não gosta que eu fique muito tempo fora. -Respondo vendo-o assentir. 

Depois que saímos da roda gigante caminhamos até a moto dele. 

-Outra coisa: peça pra pilotar a moto, amamos vê-las pilotarem, além de que dá a chance de sentir o perfume por uma última vez. -Diz jogando a chave pra mim. 

-Vai confiar sua moto à mim? 

-Preciso te ensinar, certo? 

Claro que não nego, monto a moto e a ligo. Josh sobe apoiando suas mãos em minha cintura. 

-Essa é uma parte delicada, ele nunca deve baixar a mão ou subir demais, mas deixá-la num local seguro... Se ultrapassar limites ele não é o cara certo. 

Assinto surpresa por ouvir um conselho desse vindo do Riggeto. Acelero sentindo a velocidade percorrer minhas veia, é tão libertador senti-la. Faz tanto tempo que não piloto uma que é diferente tal sensação novamente. 

Durante todo o trajeto Josh permaneceu em silêncio, enquanto me concentrava no caminho. Quando avistei minha casa estacionei e ele me auxiliou a descer da moto. 

-Josh? 

-Hm? 

-Qual foi a lição do parque? -Pergunto e vejo um sorriso surgir em seus lábios. 

-Te distrair, eu sei que sua vida não é fácil, Laila. E se em algum momento eu puder ajudar ficarei feliz. -Diz subindo novamente na moto. -Tchau, Laila. 

Ele se vai me deixando ali pensativa. 

Adentrei em casa encontrando Sarah e meu pai sorridentes no sofá. 

-Filha, temos uma noticia pra você! -Ele diz animado. -Senta aqui. -Aponta para o sofá, sento-me. 

-O que aconteceu? 

-Eu tô grávida. -Sarah responde com um sorriso. 

-Isso é sério? -Pergunto sentindo-me imensamente feliz. 

-Sim, você vai ter um irmão, ou irmã. -Meu pai diz. 

-Oh, eu estou tão feliz! -Falo abraçando os dois. -Há quanto tempo sabe? 

-Descobri hoje, e estava ansiosa pra sua reação. 

-Eu fico muito feliz Sarah, de verdade. 

-Hoje vamos sair pra comemorar! -Meu pai fala se levantando. -Vamos ao seu restaurante favorito. -Diz apontando para minha madrasta. 

-Vou me arrumar. -Falo caminhando em direção ao meu quarto. 

Oh, céus, terei um irmão! Sempre quis um, mas minha mãe sempre disse que não tinha tempo pra cuidar de outro filho e quando ela e meu pai se separaram achei que nunca aconteceria. 

Troco-me vestindo um vestido florido soltinho, coloco um tênis e retorno a sala encontrando meu pai sentado no sofá sorrindo enquanto conta a novidade à alguém por telefone. Ele esta tão feliz, é uma emoção rara, e poucas pessoas a sentem com grande frequência. Gostaria de sentir mais vezes. Contudo, hoje em especial me sinto plenamente feliz. 

Quase Um clichê perfeito...Onde histórias criam vida. Descubra agora