Capítulo 16

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Chegamos e as luzes da casa dos Rigetto's ainda estavam todas acesas, o que me leva ao questionamento de como explicar a sua mãe que iria dormir ali hoje? Descemos do carro e o segui casa adentro. 

-Mãe, Pai? 

-Estamos na cozinha. 

Nos direcionamos até a mesa. 

-Oh, oi Laila, tudo bem? -A senhora Rigetto me cumprimenta com um abraço. -Quanto tempo. 

-Pois é. 

-Hm, ela vai dormir aqui, tudo bem? 

A mesma desvia o olhar um tanto surpreso para o marido. 

-Estão namorando? 

-Não. -Negamos em uníssono. 

-É que ele ficou meio pra baixo com uma coisa que aconteceu na festa e eu vim consolar ele, mas vamos dormir em quartos separados, se isso melhora. 

-Ah,não... É que estamos apenas surpreso, o Josh nunca trouxe uma garota pra casa e muito menos pra dormir. Mas pode. Se sinta a vontade, Laila. 

-Obrigada, Jane. 

-Vocês já comeram algo? 

-Não, mas vou pedir um lanche pra gente. Valeu, mãe e pai. 

Dito isso Josh literalmente me puxa escada acima. Chegamos ao seu quarto. 

-Curte Mc'donalds né? -Assinto me sentando na cama. 

Após digitar algumas coisas ele bloqueia o celular e coloca na escrivaninha. 

-Acho melhor a gente ficar na sala de televisão, não sei se eles engoliram que não somos namorados. -Fala. 

Sigo-o pelo pequeno corredor até um comodo espaçoso com um sofá gigante que fez com que me jogasse no mesmo fazendo Josh rir, ao contrário de mim, ele se deitou de forma normal. Pegou  o controle ao seu lado e colocou em um aplicativo de filmes. 

-O que quer assistir? -Pergunta mapeando as opções. 

-Qualquer coisa que não seja terror. -Vejo sorrir enquanto abre a aba de comédia. 

Após uns vinte minutos de procura conseguimos achar um filme interessante que envolvia acampamento e adolescência. 

-Josh! -O senhor Rogetto diz atraindo nossas atenções, o mesmo está parado na porta com o pacote de lanches nas mãos. 

-Valeu. -Josh agradece e logo retorna ao meu lado abrindo e me entregando meu lanche. 

Comemos enquanto assistimos. Não demorou muito até que os pais de Josh nos desejasse boa noite, sua mãe lhe alertou que deveria preparar um lugar para que eu pudesse dormir e ele concordou revezando a atenção entre o filme e a mesma. 

Neste exato momento sinto as batidas ritmadas do coração de Josh, estou apoiada em seu peitoral enquanto o mesmo mexe em meus cabelos. Não sei ao certo em que momento nos encaixamos nesta posição, contudo me sinto extremamente confortável. 

-Laila? 

-Hm? 

-Eu acho que o Brian tá finalmente te notando mesmo. -Ele fala atraindo minha atenção. Viro-me para fitá-lo. 

-Como assim? 

-Ele me mandou mensagem dizendo o quão bem você canta. -Diz me entregando o celular, deslizo pelo visor lendo a conversa. 

-Então quer dizer que seu plano tá dando certo? 

-É, eu disse pra você confiar em mim. -Diz me fitando. 

-Agora vamos falar sobre você. -Falo pegando o controle ao seu lado e colocando a televisão no mudo. 

-Isso é um encontro? -Pergunta arqueando a sobrancelha. 

-Não. Não depois que nos beijamos umas três, quatro vezes. 

-Ah, por falar nisso, você beija muito bem. Muito bem, então isso não precisa melhorar, só fique tão confiante quanto ficou comigo quando beijar o Adams. 

É impossível impedir o sorrido que toma meus lábios. 

-Obrigada, eu acho. 

-De nada. -Responde sorrindo. 

-Tá, mas não era isso que eu queria falar. Você precisa superar a Madeleine. 

Josh deixa seu corpo escorregar pelo sofá enquanto suspira. 

-Não quero falar sobre isso. 

-Já disse para os seus amigos que não a superou? -Ele me fitou com aquele olhar um tanto descrente. 

-Não sei qual a sua imaginação sobre o universo masculino, mas somos mais fechados. 

-Você pode ser quem você é comigo, Josh. -Falo segurando sua mão, algo que nunca imaginei acontece, os olhos de Rigetto se tornam marejados e antes que ele pudesse esconder ou algo do tipo o abraço. Sinto seu corpo trêmulo e os soluços baixos contra meu pescoço. 

Não digo nada, não faço nada além de o abraçar. Permanecemos ali, num abraço meio deitado meio apoiado nas costas do sofá até que ele se acalme. 

Quando percebo-o mais calmo, me desvinculo e permaneço deitada ao seu lado. 

-Eu amo ela, Laila. E eu nunca me apaixonei antes dela, não sei o que fazer. -Diz fitando o teto. 

-Mas você é o Josh Rigetto, o mais top de Nova Jersey. 

-Eu era, Laila. Mas com ela me torno a pessoa mais insegura que existe. 

-Por que ela foi embora? 

Seu olhar recai sobre mim. 

-Ela se envolveu com um cara da universidade de Nova York e decidiu ficar por lá. 

-Josh, não importa o quanto você a ame se ela não tiver mudado, ou ao menos se arrependido não te merece. -Ele sorri, encaixa sua mão em meu maxilar e me da um selinho rápido e me puxa para si me abraçando. 

-Ah, Laila. Eu não vou voltar com ela se essa é sua preocupação, eu só vou sofrer um pouco mais. 

-Sinto muito. 

-Não sinta, nunca sofreu por amor? -Questiona me fazendo suspirar. 

-Não quero falar sobre isso. -Falo fazendo-o rir. 

-Tudo bem, diferente de você eu aceito essa resposta. 

Sorri, e permanecemos ali, apenas deitados tentando em parte não se lembrar de memórias boas que machucam. 

Quase Um clichê perfeito...Onde histórias criam vida. Descubra agora