Bato de forma quase que frenética na porta da casa do Josh. Em poucos segundo o mesmo a abre e seu olhar recai sobre mim aderindo certa preocupação.
-O que aconteceu? -Questiona.
-Só me leva pra um lugar onde eu vou ficar sozinha, por favor! -Peço, meu tom de voz que não é alto, na verdade soa como um sussurro.
Ele assente, passa um dos braços por meus ombros e me guia em direção ao seu quarto, ainda bem que não encontrei ninguém pelo caminho para dar algum tipo de explicação.
-Vem, vamos pro telhado. -Fala apontando pra uma escada embutida na parede que até então achava ser decorativa em seu quarto.
Assinto, seguindo-o. O mesmo me auxilia e entramos em um comodo semelhante á um sotão, há uma pequena janela que Josh a abre revelando o telhado. Sigo-o para fora.
Ao sair pude sentir o ar finalmente adentrar em meus pulmões, contudo quando fui expirar os soluços vieram como uma onda, me encolhi no canto sentindo parte da parede gélida contra minha pele quente.
-Ei, ei, calma.-A voz de Josh soa, porém parece distante, sinto seus braços me envolverem e então me permito. Permito-me chorar, choro como uma criança em seus braços. -Me diz o que houve!
-Só me abraça, Josh. Só me abraça. -Peço entre o choro tentando de alguma forma tirar essa dor à força de dentro de mim.
Parte de mim deseja esquecer que conheci minha mãe, parece muito mais fácil apenas crer que Sarah é minha mãe visto que ela parece exercer muito melhor o papel maternal. Contudo, a outra parte de mim deseja continuar correndo atrás daquele carro e saber toda a verdade e voltar apenas ser sua filhinha.
Ah, como eu queria voltar ser sua menina, mamãe.
-Laila. -Josh diz meu nome como um suplica.
-Ela me deixou, ela foi embora, Josh!
-Sua mãe? -Assinto.
-Eu a vi hoje e ela ao menos tentou conversar comigo, ela correu Josh. Correu de mim. -Dizer isso em voz alta faz tudo ser real. Faz a dor ser real, faz a traição ser real. Faz o abandono ser real.
E isso me quebra, num nível que nunca imaginei estar. E ali nos braços de Josh parte de mim me sentia segura, enquanto a outra estava tentando localizar os próprios cacos.
-Eu a perdi, ela se foi. -Minha voz ainda está embargada.
-Foi ela quem perdeu, Laila. -Seu tom de voz é brando. -Ela perdeu sua doce companhia. Mas você tem à mim, tem ao seu pai, Sarah e também á Aline. Você não tá sozinha, Laila.
-Eu sei, é apenas que isso é frustrante, e me magoa.
-Eu sei que dói. Mas você precisa começar a viver, mesmo que doa e um dia não vai mais doer. -Responde me fitando.
Aproximo-me e beijo-o. As mãos de Josh estão em minha cintura, enquanto as minhas rodeiam seu pescoço. O beijo se intensifica, contudo Rigetto se desvincula, devagar.
-Laila... -Seu tom é ponderoso.
-Você me acalma Josh, é só isso. -Respondo sua dúvida antes mesmo que ela seja dita. Um sorriso toma seus lábios.
-Eu só não quero que a gente se engane.
-Não vamos, afinal você ama a Madeleine e eu tenho uma queda pelo Adams.
-É, e pelo visto nos acalmamos muito bem. -Responde me puxando para um abraço, me aconchego ali, em seu quente abraço.
Apenas permanecemos ali, observando o céu estrelado. Ainda dói, e ainda sinto-me frustrada, não sei se um dia pararei de me sentir assim, mas talvez Josh tenha razão e eu deva realmente começar a viver minha vida sem me preocupar com a partida de minha mãe, ou se um dia ela voltará. Parece um enigma que nunca se resolverá, isso é realmente doloroso.
-Josh?
-Hm?
-Posso dormir aqui hoje? Não quero ter que explicar o que houve ao meu pai.
-Claro, pode ficar o tempo que precisar. -Responde depositando um beijo em meus cabelos.
-Obrigada, de verdade. -Respondo ainda me aconchegando ali.
Não tenho muita noção de quanto tempo permanecemos ali, porém a brisa gelada denunciou que não estávamos mais no fim da tarde, e sim que já era noite.
-Vamos comer algo. -Josh diz se levantando, o sigo.
Descemos pela escada, e começamos a nos direcionar até a cozinha.
-Mãe? -Rigetto chama-a pela casa, enquanto eu digito uma mensagem ao meu pai dizendo que não dormirei hoje em casa.
-Filho pedimos pizza, seu irmão chegou e tá arrumando algumas coisas no quarto. -Ela responde adentrando à cozinha. -Oh, oi Laila. -Me cumprimenta.
-Oi.
-Meu irmão tá aqui?
-Sim, é feriado, e ele tomou uma decisão bem importante. -Ela diz se apoiando no balcão.
-Que decisão? -Josh questiona.
-Tranquei a faculdade. -Uma voz conhecida soa atrás de mim, e por um instante sinto minha pele se arrepiar.
Não pode ser.
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Quase Um clichê perfeito...
RomancePlágio é crime! Obra registrada. Um dia frio, um baile escolar se aproximando, um capitão do time e uma garota com problemas de confiança ... Isto te lembra algo? Ele nunca a havia notado... Até agora, provavelmente precisa de ajuda com os estudos...